A Ford vende veículos elétricos há 15 anos. Mas você saberia citar algum deles? Provavelmente não, porque pouco esforço foi feito na divulgação, e os únicos objetivos da empresa eram acompanhar a Toyota e melhorar o rating corporativo de economia de combustível da Ford com o Escape híbrido, o Fusion híbrido, o Focus plug-in e o C-Max.

Por esta transformação, a Ford (e a maioria dos outros fabricantes de carros) podem agradecer à Tesla e ao seu renomado CEO, Elon Musk. A Tesla não inventou os carros elétricos, nem perto disso. O que a Tesla fez foi torná-los emocionantes.

Antes da Tesla, os fabricantes confiavam principalmente na eletrificação para melhorar os índices de consumo e reduzir os custos com a gasolina para os motoristas. Musk tinha uma ideia diferente: tirar proveito da incrível força que o poder elétrico pode gerar em um carro e usá-la para encantar os motoristas.

A General Motors construiu um carro elétrico em 1990, mas desistiu rapidamente. O tempo necessário para carregar o veículo era alto demais, a autonomia era baixa demais, e não havia um caminho óbvio para a lucratividade.

Depois, a Toyota introduziu o Prius e popularizou os carros híbridos, que usam motor elétrico para potencializar a eficiência de um motor à gasolina e não têm limitação de autonomia. Os executivos da indústria automotiva norte-americana ficaram confusos quando o Prius se tornou um carro “da moda” apreciado por Leonardo DiCaprio e outras celebridades.

Após o aumento do preço da gasolina em 2008, a maioria das montadoras decidiu que precisava lançar híbridos como o Prius para ajudar os motoristas a reduzir seus custos com combustível. Estes híbridos foram, em sua maioria, variedades pouco surpreendentes de modelos existentes, como o Ford Fusion sedan, o Yukon da GMC e o Dodge Durango.

O custo elevado desses poderosos híbridos raramente se pagava com a economia de combustível, especialmente quando o preço da gasolina baixava.

Mais ou menos na mesma época, uma startup chamada Tesla começou a vender o Roadster, um carro esportivo, elétrico, para dois passageiros, que custava cerca de 100 mil dólares e ia de 0 a 100 quilômetros por hora em muito menos de cinco segundos.

A Tesla não estava tentando reduzir os custos com combustível de motoristas conscientes, ela estava tentando impressionar motoristas com performances explosivas e convertê-los a uma nova maneira de dirigir.

As grandes montadoras perceberam e começaram a trabalhar em seus carros totalmente elétricos – mas ainda enfatizavam a eficiência em vez do desempenho. O Nissan Leaf chegou em 2010, o Ford Focus elétrico em 2012, o BMW i3 em 2013, o Volkswagen e-Golf em 2014, o Chevy Bolt em 2017. Você não vê muitos deles pelas ruas.

Eles são tecnologicamente competentes e são bons carros para quem precisa de um meio de transporte, mas não despertam maiores interesses.

Nesta foto de 8 de junho de 2019, um sedan Model S é visto carregando em uma estação de recarga da Tesla em Silverthorne, Colo. (AP Photo/David Zalubowski)

Enquanto isso, a Tesla criou um sedan elétrico de 100 mil dólares, o Model S, que era ainda mais rápido do que o Roaster em algumas configurações. O Model S derrubou o Prius como o carro da moda para quem se preocupa com o meio ambiente na Califórnia e em regiões ricas dos Estados Unidos. Uma versão crossover chamada Model X veio em seguida.

Depois, em 2017, a Tesla lançou o Model 3, um veículo mais barato (por volta de 50 mil dólares) para aumentar o volume de vendas e alcançar mais motoristas. Todos os veículos da Tesla fizeram sucesso tanto entre os críticos quanto o público, embora a empresa esteja enfrentando perdas crônicas, um êxodo de executivos e uma volatilidade significativa no preço das suas ações.

O novo Mustang Mach-E, que só começará a ser vendido no final de 2020, está chegando atrasado à festa. A maior parte das montadoras já oferece veículos completamente elétricos, com Audi, BMW, Jaguar, Porsche e outros que lançam modelos de alto desempenho, com o objetivo de conquistar o território da Tesla.

Se os custos caírem e as estações de recarga se proliferarem, o mercado de elétricos pode expandir rapidamente, abrindo espaço para muitos modelos. O Mach-E pode ser um sucesso, mas não há dúvida de que a Ford está de olho nos planos da Tesla para o futuro.

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