Você sabe o que caracteriza um sedan, um hatch, um SUV e uma minivan? Algumas pessoas até têm ideia, mas não conhecem ao certo as especificidades desses veículos. Para que não haja mais erro, o AutoPapo explica em detalhes como distinguir todos os tipos de carrocerias.

Ao longo da história, os fabricantes de automóveis sempre ofereceram diferentes tipos de carrocerias para modelos de uma única gama. Isso ajuda a aumentar o leque de produtos para o consumidor sem precisar criar projetos completamente distintos. Determinado veículo, por exemplo, pode ter configurações hatch e sedan; e a mesma plataforma ainda pode originar um SUV e uma picape.

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Primeiramente, vale destacar que cada tipo de carroceria tem aspectos próprios, com vantagens e desvantagens. Por isso, é importante entender as principais características de cada uma delas. Confira!

Sedan

Sedan tradicional, Toyota Corolla traz carroceria com três volumes bem-definidos

A característica primordial de qualquer sedan é o porta-malas localizado em um compartimento separado do interior do veículo. O acesso ao compartimento de bagagens ocorre por meio de um pequeno vão, pois a tampa não envolve o vidro traseiro.

Por causa disso, a carroceria tem três volumes bem definidos: um para o cofre do motor, outro para o habitáculo e, por fim, mais um para o porta-malas. Via de regra, um sedan é mais comprido que um hatch, pois tem mais espaço longitudinal no bagageiro.

Hatch

hyundai hb20 sense 2022 visto de lado
Carroceria de dois volumes com vidro traseiro incorporado à tampa do porta-malas caracterizam hatches como o Hyundai HB20

Em inglês, hatch significa escotilha: é daí que se origina a palavra hatchback, que, em uma tradução livre, expressa algo como “abertura traseira”. É que, nesse tipo de carroceria, a tampa do porta-malas incorpora o vidro do vigia, formando um amplo vão de acesso ao compartimento, que é integrado ao habitáculo. Assim, é possível acomodar grandes objetos a bordo.

Por isso, alguns fabricantes classificam os hatches como veículos de três ou cinco portas, embora, na prática, ninguém acesse o interior deles pelo porta-malas. Em relação a um sedan, o hatch tem uma carroceria mais curta, de apenas dois volumes. Consequentemente, o compartimento de carga tem menor área.

Perua ou Station Wagon

renault megane grandtour 17
Baseada no sedan Mégane, Renault Grand Tour foi uma das últimas peruas nacionais

As peruas, ou station-wagons, estão extintas: no Brasil, o último modelo desse gênero foi o Fiat Weekend (ex-Palio), que saiu de linha em janeiro de 2020.  Grosso modo, esse tipo de configuração une as características de um hatch (tampa do porta-malas integrada ao vidro traseiro e carroceria de dois volumes) ao comprimento do sedã.

Em relação ao hatch, uma perua tem um vão de abertura traseiro ainda maior, com base mais baixa. Isso permite embarcar grandes volumes no porta-malas, que, por sua vez, também tem dimensões maiores. Por isso, essa configuração de carroceria é bastante versátil e prática.

Cupê

peugeot rcz 2012 vermelho lateral
Peugeot RCZ é um dos cupês que chegaram ao Brasil ao longo da última década

Em uma definição geral, um cupê tem uma carroceria de linhas fluidas, com a capota formando uma caída suave. Essa solução prioriza o design em relação ao espaço interno, pois, se houver banco traseiro, o vão para as cabeças dos ocupantes será reduzido.

Durante décadas, um veículo do tipo cupê tinha, a rigor, apenas duas portas. Porém, nos últimas tempos, os fabricantes vêm classificando veículos de quatro portas e até alguns SUVs dentro de tal gênero. Desse modo, o conceito tornou-se mais abrangente nos dias atuais.

O designer Daniel Gerzson, do Stellantis Design Center South America, explica que a linha de teto descendente desde o topo da cabeça do motorista, formando uma “cauda”, é justamente o elemento de estilo que faz com que todos esses modelos sejam classificados como cupês. “O desenho da carroceria pode ser interpretado de diferentes maneiras”, sintetiza.

Fastback

passat ts
Primeira geração do Passat é exemplo clássico de modelo fastback

Assim como um cupê, um veículo com carroceria fastback também tem linhas suaves e fluidas. Porém, nesse caso, a caída do teto prolonga-se até a traseira do veículo, formando uma linha bastante inclinada.

Gerzson esclarece as principais diferenças entre esses dois tipos de carrocerias: “o fastback traz a caída acentuada do teto após a segunda fileira de passageiros, ligando o topo até o fim do carro, com um generoso porta malas de sedan”. Seguindo a tendência do mercado, o estilo fastback têm se tornado mais híbrido com o passar do tempo e já é adotado até em SUVs.

Conversível

Escort Conversivel 97
Escort foi um dos poucos carros nacionais a oferecer carroceria conversível

No caso dos conversíveis, o fator determinante é a capota removível ou escamoteável: o teto pode permanecer completamente aberto, deixando os ocupantes expostos ao clima externo.

Praticamente qualquer tipo de carroceria pode dar origem a um conversível, desde um sedan até um cupê ou um hatch. Vale lembrar que, no mercado mundial, já existem até SUVs descapotáveis.

Targa

porsche 911 targa 4s amarelo estacionado com teto aberto
Porsche 911 Targa justifica o sobrenome devido ao teto removível apenas acima dos bancos dianteiros

Trata-se de um gênero de conversível. Nesse tipo de veículo, o teto não é completamente dobrável, pois uma parte da capota ainda permanece ligada às colunas da carroceria, geralmente devido a questões estruturais.

Muitos dos veículos do tipo targa têm um teto rígido, porém removível, formando uma peça única ou um par. Nesses casos, tais componentes podem ser acomodados no porta-malas.

Roadster

mazda mx5 miata vermelho de frente
Projeto do Mazda MX5 resgatou características dos roadsters da década de 1950

Muita gente pensa que todo carro conversível é um roadster, mas isso não é verdade. A rigor, modelos desse gênero, também chamados de spider ou spyder, têm apenas dois lugares. Ademais, precisam demonstrar caráter esportivo, tanto na aparência quanto no comportamento dinâmico.

Dentro do conceito original, um roadster deve ter ainda um tipo específico de arquitetura mecânica, com motor dianteiro e tração traseira. No entanto, fabricantes já usaram esse termo para classificar modelos que fogem a alguma dessas características.

Minivan ou Monovolume

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Spin é a única minivan fabricada atualmente no Brasil

Como o próprio nome já diz, em um monovolume, a carroceria forma um volume único. Enquanto um sedan, por exemplo, tem três porções bem-definidas, a silhueta de uma minivan forma uma linha contínua. Por sua vez, a capota é elevada, fazendo com que os ocupantes se acomodem em posição mais vertical: a soma desses elementos permite grande aproveitamento do espaço interno.

Durante a virada dos séculos XX e XXI, diversos fabricantes desenvolveram monovolumes, mas esse gênero logo perdeu espaço no mercado para os SUVs. Atualmente, apenas o Chevrolet Spin e o Kia Carnival ainda estão à venda no mercado brasileiro.

Van

sprinter mercedes benz
Mercedes-Benz Sprinter é uma típica van comercial

A característica básica de uma van também é a carroceria formando um volume único, sem distinção aparente para os compartimentos de motor, passageiros e carga. A diferença é o maior porte em relação a uma minivan, além do foco ainda mais utilitário: geralmente, esse tipo de veículo tem proposta comercial.

Vista de frente, a carroceria de uma van costuma ter aspecto “quadrado”, com laterais totalmente verticais. Esse recurso permite ampliar ainda mais o espaço. A configuração interna é versátil ao máximo, de modo a possibilitar o transporte de passageiros ou carga. Por isso, o vão de abertura traseiro chega até o assoalho.

O que é SUV?

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Mitsubishi Pajero Sport é exemplo clássico de SUV: modelo é derivado da picape L200

Outro tipo de carroceria que ganhou um conceito bem mais amplo nos últimos tempos é o SUV, sigla para Sport Utility Vehicle (veículo utilitário esportivo, em uma tradução livre). Originalmente, esse modelo de carro era necessariamente baseado em um chassi de picape, mas adotava uma carroceria sem caçamba, com banco traseiro e um porta-malas convencional.

A maior altura em relação ao solo e, frequentemente, a adoção de tração 4×4 os tornavam aptos a transitar por vias rurais. Nas últimas décadas, porém, o mercado convencionou a chamar de SUVs veículos com arquitetura monobloco e tração dianteira, mas com maior altura do solo.

Inicialmente, a silhueta desses modelos emulava a dos modelos originais, com dianteira alta, para-brisa verticalizado e estepe fixado na tampa traseira. Porém, com o tempo, esses elementos foram suavizados ou abolidos. O designer Gerzson, da Stellantis, explica que isso ocorreu a partir dos anos 2000, para otimizar a dirigibilidade no asfalto.

“Altura de solo elevada, pneus de uso misto, ângulos de entrada e saída favoráveis se fundem com desempenho na estrada, aerodinâmica, posição de dirigir, etc”, explica Gerzson. Para o especialista da Stellantis, o que caracteriza o design do SUV é o aspecto de força, robustez e imponência, tanto nas formas quanto no porte.

“A silhueta e a arquitetura formal do veículo não são determinantes, mas sim o conjunto de aspectos utilitários e esportivos aliados à forma. Um SUV pode trazer características de perua ou fastback, desde que sejam incorporadas às anteriores”, conclui o designer. Assim, já existem diferentes variações com base nesse tipo de modelo.

SUV compacto não é compra racional: assista ao vídeo com a análise de Boris Feldman!

Crossover

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Honda WR-V é um crossover, pois adiciona elementos de SUV à estrutura do Fit, que por sua vez já é um monovolume com características de hatch compacto

Qualquer veículo capaz de mesclar características de diferentes segmentos é um crossover. Nesses casos, o automóvel pode se enquadrar em diversas categorias e, assim, ter um amplo leque de concorrentes.

Muitos dos modelos atualmente chamados de SUVs são, a rigor, crossovers, pois unem aspectos tanto de utilitários esportivos quanto de peruas. Outros exemplos são veículos com traços de monovolume e de hatch, ou ainda de sedan e de cupê.

Picape

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Caçamba é principal característica das picapes, como a Nissan Frontier

Picapes são veículos utilitários por natureza: necessariamente, têm uma carroceria com caçamba, destinada ao transporte de carga. Esse compartimento é externo, de modo a permitir a acomodação de múltiplos objetos, com grandes dimensões.

Isso, inclusive, explica a origem da palavra picape: vem de pick-up, que significa apanhar ou coletar. Esses veículos podem ter cabine simples, com uma ampla caçamba; cabine estendida, com espaço na cabine para pequenos volumes ou acomodações modestas para passageiros; ou cabine dupla, com um banco traseiro convencional, mas, nesse caso, geralmente o compartimento de carga é reduzido.

Furgão

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Fiat Fiorino é o furgão mais acessível do mercado

Tal qual uma picape, um furgão também destina-se, majoritariamente, ao transporte de carga. Porém, em vez de uma caçamba, esses modelos dispõem de um compartimento fechado, a rigor sem vidros laterais.

O perfil da carroceria, porém, pode variar. Existem furgões baseados em vans e até em hatches. Outros têm perfil próprio, no qual o compartimento de carga forma um volume destacado na silhueta do veículo.

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