Apesar dos veículos elétricos ainda serem apresentados hoje como o futuro dos carros e do transporte, bem como alternativa ecologicamente correta ao uso poluente dos combustíveis fósseis, a história de tais veículos é tão antiga quanto a própria invenção dos carros – e remonta ao final do século XIX e aos primeiros anos do século XX. Segundo consta, as pesquisas pelo desenvolvimento de veículos movidos a energia elétrica já aconteciam na Europa por volta dos anos de 1830, mas o primeiro carro elétrico apresentado com sucesso nos EUA surgiu em 1890: em 1900 a novidade era tão popular que existiam frotas de táxis inteiramente elétricas em Nova York, com a estimativa de que, à época, um terço de todos os carros rodando no país eram elétricos.
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Nos primeiros anos da década de 1910, o químico e engenheiro elétrico Oliver P. Fritchle vendia cerca de 200 unidades por ano de seu “100-MIle-Fritchle”, um carro elétrico que, como o nome sugere, tinha autonomia para rodar, com um só carregamento de suas baterias, até 100 milhas ou aproximadamente 160 km. O lançamento do Modelo T, criado por Henry Ford e lançado massivamente pela Ford em 1908 como um carro consideravelmente mais barato e com maior autonomia – movido a gasolina – foi o que começou, porém, a derrocada dos veículos elétricos no país e no mundo: os carros elétricos eram então vendidos a cerca de 1.750 dólares, enquanto o inovador modelo da Ford custava somente 650 dólares.
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A descoberta de novos poços de petróleo no país, bem como a popularização da exploração do combustível fóssil em todo o mundo, barateou ainda mais o preço da gasolina e, com o desenvolvimento de melhores estradas e o desejo popular por maior autonomia em suas viagens fez com que, em meados dos anos 1930, os carros elétricos tenham praticamente desaparecido. E assim permaneceriam as estradas por décadas: a tecnologia só voltaria a provocar o interesse da mídia e do público em meados dos anos 1970, após a crise global do petróleo à época.
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Em 1974, o engenheiro brasileiro João Conrado do Amaral Gurgel apresentou o modelo Gurgel Itaipu, um veículo pequeno e totalmente elétrico, com autonomia de 60 a 80 km – em 1981 o modelo seria reformado no modelo de um furgão E-400: os veículos elétricos brasileiros, porém, não alcançaram sucesso, e a Gurgel encerrou suas atividades em 1996. Atualmente, fabricantes como a Tesla, do empresário Elon Musk, já resolveram com sobra os maiores problemas que os veículos elétricos apresentavam, como pouca autonomia e potência: diante de uma crise ambiental sem precedentes e do apocalíptico impacto da produção e uso dos combustíveis fósseis em todo o mundo, é fundamental que o tal futuro apontado pelos veículos elétricos há quase dois séculos enfim chegue ao hoje.