A engenheira eletricista Aline Gonçalves Santos, 31 anos, desenvolveu um audacioso projeto tecnológico e conseguiu equipar seu Fusca de 1971 com um motor elétrico.
Apesar da ideia de ligar o veículo na tomada de casa para ‘abastecê-lo’ ainda parecer distante para muitos brasileiros, Aline quer mostrar que é possível.
Moradora de Vila Velha (ES), a engenheira capixaba estudou e elaborou por dois anos um estudo em que buscava identificar os componentes necessários para criar um motor elétrico para seu carro de meio século. A pesquisa é um passo adiante para adaptar os carros movidos a combustíveis fósseis no país.
Enquanto as grandes montadoras competem em uma corrida para ver quem chega com mais força na era dos veículos elétricos, Aline estuda de maneira independente uma maneira de popularizar essa realidade para os carros brasileiros. “O futuro já se tornou presente”, afirma.
Fusca elétrico
A engenheira executou diversos testes em seu veículo antes de lançar a startup MeuVeb. Com a ajuda de uma equipe de eletricistas e mecânicos, e um investimento inicial de R$ 60 mil, Aline conseguiu equipar seu Fusca com o motor elétrico. Eficiência: roda 50 quilômetros a uma velocidade de 50 km/h.
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“É um carro urbano, dentro da proposta de popularizar o veículo elétrico. Não é projetado para viagens, por exemplo. Um estudo apontou que a velocidade média em Vitória é de 30km/h, portanto, o Fusca está excelente. As pessoas ficam mais tempo com o pé na embreagem do que no acelerador”, disse a inventora, que expôs o veículo no evento Mec Show 2018, recebendo elogios e propostas de parcerias de paraguaios e chineses para o aprimoramento do motor.
Kit por R$ 45 mil
Dois anos de pesquisas e muito quebra-cabeças viraram dois dias: este é o prazo para Aline transformar qualquer carro movido a gasolina/etanol em um veículo elétrico. Dois dias! Por R$ 45 mil, preço do kit comercializado pela startup, isso é possível.
Segundo a engenheira, qualquer veículo pode ser adaptado, mas, de início, ela trabalha apenas com modelos antigos, com chassi Volkswagen, como Fusca, Karmanguia, Puma e Brasília.
“A nossa proposta é galgar para chegar a carros mais novos”, contou Aline, que participou em abril da InovAtiva Brasil, o principal programa de aceleração em larga escala para negócios inovadores do país, em São Paulo. Seu mentor é o Nelson Nishiwaki, referência em consultoria no mercado automobilístico brasileiro e auditor da Toyota.
A longo prazo, a capixaba reforça que pretende consolidar seu plano de negócios e, a partir do apoio do seu mentor no InovAtiva Brasil, conseguirá verificar a viabilidade do seu projeto e traçar metas de médio e longo prazos.
Chegando praticamente sozinha em um mercado multibilionário controlado por meia dúzia de conglomerados internacionais, Aline brinca com sua situação: “me sinto uma sardinha no meio dos tubarões”.
No entanto, não teme a competição. Encara os desafios e quer popularizar essa nova realidade. “Quando eu me deparei com o valor de um veículo elétrico, eu percebi que a população brasileira não tinha condições de comprar. Eu não tenho condições de comprar, e eu queria muito um carro elétrico.”
Seguindo uma forte tendência que acontece nos Estados Unidos e até mesmo no Uruguai, Aline quer criar um novo mercado: oficinas para transformação de carros elétricos e, ainda, quer compartilhar os veículos!
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Apesar de 2019 ter sido um ano positivo para a indústria, muitos carros não conseguiram passar por ele. O mercado muda, e pode ser bem cruel se a sua proposta não estiver alinhada com as novas práticas de consumo do público. Partindo disso, a reportagem do iG Carros elenca o obituário do ano de 2019, contendo os principais modelos que deixaram as concessionárias neste período. Acompanhe a lista dos modelos que saíram de linha.
Ainda em fevereiro, a Ford anunciou o fechamento de sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP), encerrando a produção dos caminhões e do único automóvel do complexo: o Fiesta. Aos poucos, as últimas unidades do hatch compacto que fez tanto sucesso foram deixando as concessionárias – até não serem mais encontradas.
Lançado na Europa em 1976, o Ford Fiesta chegou ao Brasil apenas em 1995 (em sua terceira geração). Importado da Espanha, se destacou pelo conjunto mecânico modernizado, que contava com injeção eletrônica e módulo eletrônico. O Fiesta morreu com motor 1.6 de 128 cv e 16 kgfm de torque.
Ao mesmo tempo, a Ford interrompeu a produção do Ford Focus na Argentina. Os empregados da fábrica de Pacheco chegaram a fazer um protesto contra o atual presidente argentino, Mauricio Macri, que continuará no cargo até dezembro para, então, dar lugar a Alberto Fernández.
2 – Peugeot 308 e 408
Aparentemente, a bruxa estava solta em fevereiro. Após terem menos de 1 mil unidades vendidas em 2018, a dupla 308 e 408 da Peugeot também rodou. O hatch nunca havia sido referência de best-seller e sofreu com o encolhimento do segmento. Já o sedã não resistiu à modernização dos rivais, como Corolla, Civic e Jetta.
Apesar do fraco desempenho nas vendas, os modelos morreram com motor 1.6 THP de 173 cv e 24 kgfm de torque, aliado ao câmbio automático de seis velocidades. O hatch era capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 8,3 segundos, mostrando-se muito espertinho para quem curte comportamento mais esportivo.
3 – VW Golf Variant
Falar do fim da Golf Variant dá um aperto no coração dos puristas, mas o modelo também não sobreviveu em 2019. Além da baixa nas vendas de peruas, a marca alemã analisou que o modelo importado do México poderia ter suas vendas canibalizadas pelo T-Cross nacional. Portanto, antes de lançar o SUV no Brasil, a VW parou de importar a Variant.
No passado, a Volkswagen já foi referência em peruas (com Passat Variant, SpaceFox, Parati e Jetta Variant). O objetivo para a próxima década é repetir o feito com os SUVs. Além de T-Cross e Tiguan, o mercado brasileiro ainda receberá outros três utilitários esportivos até 2023. Descanse em paz, linha Variant.
4 – Citroën C4 Picasso e Grand Picasso
Quando o Citroën C5 Aircross foi aprovado pela PSA do Brasil para 2020, a linha Picasso e Grand Picasso já não faria mais sentido. Os monovolumes – que eram importados da Espanha – tiveram suas vendas interrompidas, com o início da estratégia de oferecer SUVs como carros familiares na próxima década.
Abaixo do capô, as minivans integravam o mesmo motor 1.6 THP de 165 cv de potência e 24,5 kgfm de torque, com câmbio automático de seis velocidades. Apesar da quantidade de equipamentos e espaço interno, suas vendas sempre foram muito sofríveis na categoria; ao longo de 2018, foram apenas 290 unidades comercializadas (ou 24 emplacamentos mensais).
5 – Kia Picanto GT
Muitas pessoas nem perceberam que o Kia Picanto deixou de ser importado do México em 2019. De acordo com o presidente da Kia, Luiz Gandini, a alta no dólar deixou o modelo inviável para o Brasil. O último lote foi de apenas 100 carros, mostrando que o compacto já estava perdendo fôlego.
A alta do dólar também contribuiu para o fim dos planos de importar o Kia Rio , que foi mostrado no Salão do Automóvel do ano passado. A moeda americana estava na faixa dos R$ 3,87 em dezembro de 2018, mas durante a publicação desta matéria, já está precificada em R$ 4,18. O Picanto veio a óbito com motor 1.0 de três cilindros capaz de desenvolver 80 cv de potência e 9,8 kgfm de torque.
Modelo Chevrolet C-10 de 1962 recebeu tecnologia do Chevy Bolt
A GM revelou no SEMA, feira anual que acontece em Las Vegas, que transformou uma caminhonete Chevrolet C-10 de 1962 em um veculo eltrico. A montadora usou a tecnologia do Chevy Bolt para a transformao. No incio da semana a Ford j tinha anunciado algo parecido, com o Mustang eltrico.
O E-10, como apelidaram o novo veculo, uma amostra do que pode ser visto no mercado em um futuro prximo, j que a GM planeja colocar no mercado a transmisso eltrica usada na transformao, o que possibilitaria novas converses e at mesmo uma reduo no custo dessas transformaes.
O caminho consome sua energia de duas baterias Bolt EV de 400 volts e 60kWh montada na caamba. A GM estime que o veculo tenha 450 cavalos de potncia e atinja 100 km/h em cinco segundos. A montadora ainda defende que a transformao que fizeram pode ser uma opo para quem deseja reviver seus carros clssicos. “Tudo ainda est em fase de teste, mas esse conceito aproxima a opo eltrica dos hot rodders”, comentou Russ O’Blenes, da Chevrolet Performance.
Apesar de ser a primeira a mostrar um veculo antigo convertido para energia eltrica, a GM no foi a primeira a tratar o assunto. Em setembro, a Volkswagen anunciou que estava desenvolvendo uma forma de fazer o mesmo com fuscas antigos. Jaguar e Aston Martin tambm falaram sobre fazer algo semelhante.
A montadora sueca Volvo investe R$ 5 milhões na instalação de 500 postos de recarga para carros híbridos e 100% elétricos no Brasil. Para atingir o objetivo, a empresa tem estabelecido parcerias com redes de shoppings e estacionamentos.
Segundo Luis Rezende, responsável pelas operações da Volvo Cars na América Latina, a fabricante fornece o carregador e sua instalação. O custo da energia é bancado pelo estabelecimento que recebe o equipamento.
A iniciativa é parte do plano de eletrificação da montadora, que prepara o lançamento de novos carros aptos a rodar com eletricidade ou gasolina. O próximo a chegar às lojas será o XC40 T5 Hybrid, com estreia prevista para o primeiro trimestre de 2020. A versão 100% elétrica desse modelo será lançada no mercado nacional em 2021.
Além da Volvo, as fabricantes BMW, Nissan e Volkswagen trabalham na expansão da rede de recarga no Brasil, também por meio de parcerias.
“Já existe um ponto de recarga a cada 10 quilômetros em São Paulo. Se o motorista se programar bem, consegue rodar na cidade usando apenas eletricidade”, diz Rezende.
Para o executivo da Volvo, cabe às montadoras arcar com os custos de expansão da rede de eletropostos, e não ao Estado. “O governo já fez a parte dele dando incentivo no imposto de importação.”
O interesse das empresas é alimentado pela expectativa de crescimento da comercialização. De acordo com a Volvo, 6.015 carros híbridos e elétricos de diferentes marcas foram vendidos no Brasil entre janeiro e outubro de 2019. Desses, 884 são da montadora de origem sueca.
O número representa 22% dos emplacamentos da Volvo no Brasil em 2019. A fabricante prevê que a participação de carros eletrificados em seu total de licenciamentos deve atingir 40% em 2020.
Mas ainda não será dessa vez que carregadores de alta performance chegarão ao Brasil. Esses equipamentos permitem abastecer as baterias de um carro 100% elétrico em cerca de 40 minutos.
Essa tecnologia deve chegar às estradas em 2021 junto com o XC40 elétrico, diz Rezende. Por enquanto, os modelos Volvo que podem ser ligados a tomadas são versões híbridas com tecnologia plug-in.
Globalmente, a Volvo Cars espera vender um milhão de veículos eletrificados até 2025. Metade desse volume será de carros totalmente elétricos.
A montadora sueca vive seu melhor momento no Brasil, com fila de espera por alguns de seus modelos. O cenário era bem diferente há cinco anos, quando a alta nas vendas no mercado interno e incentivos fiscais estimulavam empresas a abrir novas fábricas no Brasil.
“Na época não tínhamos capacidade, dinheiro mesmo, nem engenheiros suecos disponíveis para construir uma fábrica no Brasil. A gente sempre avalia essa possibilidade, mas hoje está fora dos planos”, diz Rezende.
Com a crise que atingiu o país nos últimos anos, não ter uma linha de produção nacional de automóveis beneficiou a Volvo. Hoje, apesar da retomada nas vendas, há ociosidade nas fábricas de veículos premium instaladas no Brasil.
A Tesla já está planejando abrir uma nova fábrica, ou melhor, uma “gigafábrica” como gosta de chamar Elon Musk, CEO da empresa. Como de costume, o executivo usou o Twitter para anunciar o novo empreendimento, que será sediado em Berlim, na Alemanha.
Na rede social, ele publicou a expressão “Giga Berlim” seguida da informação de que a empresa vai construir baterias, trens e veículos por lá, “começando pelo Model Y”. A novidade já havia sido apresentada em uma palestra de Musk em cerimônia no país.
Will build batteries, powertrains & vehicles, starting with Model Y
A Gigafactory, como Musk nomeia as fábricas, será construída na capital em uma região próxima do novo aeroporto, o Berlin Brandenburg Airport. Um dos motivos pela escolha do país, segundo o CEO, é que a engenharia local “é incrível”.
Esta será a quarta fábrica da Tesla pelo mundo, sendo a primeira na Europa. Atualmente a empresa tem duas instalações nos Estados Unidos e uma na China, sendo que esta última ainda não foi finalizada.
Até o momento, não há previsão para quando a fábrica será finalizada.
Você entra no carro, liga e sai para seu compromisso. No meio do percurso percebe que o combustível está baixo. Barato ou não, você encosta no primeiro posto disponível, enche o tanque e segue seu caminho em não mais que cinco minutos. Com o carro elétrico não é bem assim.
Pode parecer uma tarefa normal e corriqueira, mas que, a julgar pelo ritmo de lançamentos de carros elétricos vai deixar de ser tão comum. O trabalho que dá ter um carro elétrico, passa especialmente pela mudança de mentalidade já que não será mais possível pensar na cena acima.
Se em outros lugares já não é uma tarefa fácil, no Brasil a função de ter um carro elétrico fica ainda mais complicada. Fora do eixo Rio-São Paulo, ainda mais. O único corredor rodoviário que permite realizar uma longa viagem de carro elétrico no Brasil está entre essas duas capitais, pela Via Dutra.
A ideia é garantir que nos próximos anos seja possível fazer Vitória (ES) a Florianópolis (SC), ou seja, será prolongado o atual corredor com 30 novos postos. O projeto é parte de um acordo da EDP, empresa de energia, com o Grupo VW, que está lançando vários carros elétricos ou híbrido plug-in aqui. A Audi, o e-Tron, a Porsche, o Taycan e a Volkswagen, o Golf GTE.
Eles vão se juntar a outros elétricos já disponíveis, como o Chevrolet Bolt, o Nissan Leaf, Renault Zoe, Jaguar I-Pace e a linha com diversos modelos da JAC Motors que prometem chegar às ruas em 2020.
Mesmo usando postos de recarga rápida, como esses que estão e serão instalados nesse “corredor” Floripa-Vitória, qualquer um dos carros elétricos citados acima leva pelo menos 30 minutos para atingir 80% da carga.
Isso significa que, em caso de necessidade de um “abastecimento”, você terá que ficar, ao menos, 30 minutos imobilizado, enquanto com o carro a combustão, ainda é mais fácil fazer um “pit stop”. No caso, de um compromisso, você chegaria, no mínimo 30 minutos atrasado.
Além disso, há o problema de disponibilidade de pontos de recarga, mesmo nas cidades. Não há pontos públicos de fácil acesso. Onde existem, eles estão dentro de estacionamento de shoppings, postos de gasolina (veja só a ironia) ou estacionamento de prédios empresariais.
Isso não só limita os locais, como também os horários. Se você precisar rodar muito e não tiver um carregador rápido em casa, pode não ter carga suficiente durante a madrugada. Geralmente os prédios comerciais tem um ou no máximo dois, o que limite, durante o dia se houver mais concorrência na hora do abastecimento.
O que dá para comprar com R$ 120 mil, o preço do elétrico mais barato do Brasil:
O estilo mais invocado do UX ou a sobriedade do RAV4?
O estilo mais invocado do UX ou a sobriedade do RAV4? (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Não há como não reconhecer a aura nipônica presente nos novos Toyota RAV4 e Lexus UX. Ambos carregam certa dose homeopática de futurismo em seus traços, ao mesmo tempo que preservam uma elegância um tanto conservadora na cabine.
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– (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Também conversam com o público americano, embora de maneira surpreendentemente inversa ao que se esperaria. O UX, apesar de pertencer a uma marca criada pensando no consumidor dos Estados Unidos, é produzido no Japão.
Já o RAV4 vem importado da terra de Tio Sam e foi desenvolvido na medida para o gosto do consumidor que vive no gigante da América do Norte.
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– (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Suas propostas também parecem nevralgicamente distintas.
Se o Toyota é um SUV na acepção mais cristalina do termo – comprido, alto, musculoso, ponto H elevado, dotado de linhas mais retilíneas e voltado ao conforto, com um quê de “banheira” em seu comportamento –, o Lexus só pode ser considerado um utilitário esportivo se sua largura for levada em conta, visto que é um carro bastante baixo e possui dinâmica similar à de um hatch médio.
Mas, embora tão diferentes, RAV4 e UX carregam em comum a já mencionada aura nipônica, além de outras similitudes.
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– (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Ambos são nascidos a partir do processo produtivo modular TNGA, utilizando as plataformas derivadas GA-C, no caso do UX (a mesma do nosso novo Corolla), e GA-K (voltada a veículos de maior porte e que, portanto, dá origem ao RAV4).
Também são híbridos e utilizam o mesmo câmbio CVT transaxial, com planetários que promovem a conversa entre os motores a combustão e elétricos.
Por fim, podem ser adquiridos a preços bem similares: R$ 191.290 (RAV4 SX) e R$ 193.990 (UX 250h Luxury). Qual vale mais a pena? Colocamos os dois irmãos bastardos frente a frente neste inusitado comparativo para responder à questão.
Comecemos pelo UX, modelo que será responsável por mais de 50% das vendas da Lexus no Brasil, segundo previsão da própria marca.
Apesar de classificado como SUV, é um modelo mais baixo do que um Honda Fit. Não espere abundância de espaço, especialmente para cabeça e pernas na fileira traseira.
Mas do nível de conforto não dará para reclamar: bancos são ergonômicos e, além de trazerem uma surpreendente opção de climatização automática, possibilitam uma posição de dirigir quase impecável. Isso, claro, se você não se importar de enxergar o trânsito numa posição mais próxima ao chão.
A dinâmica talvez seja sua maior virtude: direção precisa, suspensões firmes, carroceria rígida, respostas diretas dos pedais e a já elogiada posição de guiar acertada garantem uma condução agradável em qualquer circunstância.
Mas não se empolgue tanto, pois o desempenho da unidade motriz formada pelo propulsor 2.0 turbo de ciclo pseudo-Atkinson, que trabalha em conjunto com outro elétrico, formando uma potência combinada de 181 cv (o fabricante não divulga um torque combinado, apenas picos isolados do motor térmico, 18,8 mkgf, e elétrico, 20,2 mkgf), não é tão esportivo quanto se poderia esperar.
Mas vejamos pelo lado bom: por causa da motorização híbrida e do eficiente câmbio CVT transaxial, com planetários que fazem a integração do conjunto motriz, o consumo é de fazer inveja a qualquer 1.0. Já o ambiente interno é acolhedor e tem boa dose de refinamento, condizendo com seu preço.
Se o UX tenta demonstrar modernidade em detalhes como o painel com elementos voltados ao motorista, o console central elevado, o conta-giros deslizante no quadro de instrumentos e a central multimídia ampla, por outro lado há elementos que causam estranheza e/ou uma certa sensação de anacronismo.
A tela, por exemplo, não é tátil, apesar de enorme e com ótima resolução. Todos os comandos têm de ser feitos por um pouco prático touchpad na base do console. Há pinos nas portas, apesar de o modelo contar com chave presencial.
Dois pequenos seletores giratórios acima do volante regulam o controle de tração (à esquerda) e os modos de condução (à direita). O mais inacreditável, porém, é a presença de um toca-CDs em pleno 2019, ao mesmo tempo que o UX Luxury não traz nenhum tipo de assistência semiautônoma.
O que não falta é espaço no RAV4. Cinco passageiros e bagagens são transportados sem aperto
O que não falta é espaço no RAV4. Cinco passageiros e bagagens são transportados sem aperto (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Nesse aspecto, o RAV4 surge como uma opção que agradará mais os entusiastas da tecnologia. É verdade que seu sistema de assistência de permanência em faixa não funciona de maneira tão precisa – a trajetória só é corrigida quando o SUV já está invadindo a faixa seguinte, o que num trânsito caótico como o de São Paulo traz mais insegurança do que praticidade.
Por outro lado, ele possui controle de cruzeiro adaptativo com frenagem autônoma de emergência, e este item de segurança parece funcionar a contento. E ainda custa R$ 1.700 a menos do que um UX Luxury na versão SX, a mais cara.
Cabine de hatch médio, porta-malas de hatch compacto. UX não é carro para quem tem família grande
Cabine de hatch médio, porta-malas de hatch compacto. UX não é carro para quem tem família grande (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Maior e mais pesado, o RAV4 não consegue ser tão econômico quanto o irmão bastardo. No entanto, seu conjunto híbrido formado por um 2.5 pseudo-Atkinson mais três motores elétricos, rendendo 222 cv combinados e 22,5 mkgf (combustão) ou 20,6 mkgf (elétrico), torna-o incrivelmente eficiente para um SUV, com médias de consumo acima de 15 km/l.
Além disso, suas acelerações e retomadas em nosso teste se mostraram superiores. Ou seja: fôlego não falta, mesmo pesando 2,2 toneladas.
De maneira notória, suas respostas são menos ágeis que as do UX. As suspensões excessivamente moles, típicas de carros calibrados para os americanos, permitem que a carroceria incline mais do que o ideal lateral ou longitudinalmente.
E a tela multimídia, embora tátil e mais intuitiva que a de seu parente, tem comandos confusos e não aceita Android Auto nem Apple CarPlay. Mas ele é mais confortável, tecnológico e espaçoso. E te permite ver o trânsito mais de cima.
Fichas de teste
TOYOTA RAV4
Lexus UX 250H
Aceleração
0 a 100 km/h: 8,73 s 0 a 1.000 m: 29,42 s – 181,82 km/h
0 a 100 km/h: 11,07 s 0 a 1.000 m: 31,9 s – 171,14 km/h
Velocidade máxima
n/d
n/d
Retomada(D)
40 a 80 km/h: 4,6 s 60 a 100 km/h: 5,24 s 80 a 120 km/h: 6,16 s
40 a 80 km/h: 5,01 s 60 a 100 km/h: 5,9 s 80 a 120 km/h: 6,9 s
Frenagens (60/80/120 km/h – 0 m)
14,2/25,2/58,9 m
14,4/25,5/57,4 m
Consumo
Urbano: 17,3 km/l Rodoviário: 15,3 km/l
Urbano: 22,7 km/l Rodoviário: 16,5 km/l
Veredicto
O UX é mais divertido e confere mais status, mas o RAV4 oferece espaço, tecnologia e até desempenho em doses extras, sendo quase tão eficiente quanto.
Ficha Técnica – Toyota RAV4
Preço: R$ 191.290
Motor: gas., diant., long., 4 cil., DOHC, 16V, 2.487 cm3; 87,5 x 103,4 mm, 14:1, 178 cv a 5.700 rpm, 22,5 mkgf a 3.600 rpm; 3 motores elétricos, 120 cv, 20,6 mkgf. Potência combinada: 222 cv
Itens de série: seis airbags; chave presencial; start-stop; ACC; assistente de faixa; frenagem automática; faróis de led; farol alto automático; ESP; assistente de rampa; auto hold; trio elétrico; central de 7”; ar digital bizona; carregador de celular sem fio; banco do motorista elétrico
Ficha Técnica – Lexus UX 250H
Preço: R$ 193.990
Motor: gas., diant., long., 4 cil., DOHC, 16V, 1.987 cm3; 80,5 x 97,6 mm, 14:1, 145 cv a 6.000 rpm, 18,8 mkgf a 5.200 rpm; motor elétrico, 107 cv e 20,2 mkgf. Potência combinada: 181 cv
Câmbio: CVT transaxial, sim. 6 marchas; dianteira
Suspensão: McPherson (diant.)/Multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (dianteiro) e sólido (traseiro)
Itens de série: 8 airbags; chave presencial; start-stop; faróis full-led; ESP; assistente de rampas; auto hold; trio elétrico; central de 10,3”; ar digital bizona; bancos dianteiros elétricos; teto solar
Uma proposta feita por Renato Gaúcho a Renata Fan no programa Jogo Aberto, da Band, deu o que falar ontem. Questionado pela apresentadora sobre a promessa de dar um carro popular ao atacante Luciano por um gol de bicicleta feito no último jogo do Grêmio, o treinador lançou um desafio à apresentadora.
“Ontem, a Renata falou no programa que ela estava duvidando que eu daria o carro para o Luciano porque ele fez um gol de bicicleta. Ele não tinha direito a esse carro, mas vou dar o carro para ele, Renata, porque eu sou um cara de palavra”, disse Renato.
“Se você fizer o programa de amanhã com a camisa do Grêmio, o programa todo, sei que o teu nível é outro, bem acima do nosso, mas eu vou dar um carro popular para você também. Promessa é dívida. Eu cumpro com as minhas promessas”, completou.
O treinador disse que Renata Fan poderia até mesmo escolher a cor vermelha para o carro popular, mas a apresentadora declinou a proposta. Mas será que nenhum dos automóveis populares mais vendidos do Brasil convenceria Renata Fan? Seria difícil, mas veja alguns que poderiam fazer a loira titubear.
Os irmãos da Jeep são carros que atualmente têm feito o gosto de quem curte andar na cidade com conforto. Os SUVs são boas pedidas em termos de espaço interno e visual robusto no mercado brasileiro. Tanto isso é verdade que ambos figuram dentro dos 12 carros mais vendidos do Brasil atualmente.
Competidor dos irmãos da Jeep, o Creta também tem seus atrativos como SUV. Sua boa motorização, acabamento interno e conforto fazem a diferença. Talvez em termos estéticos, Renata vá preferir um Renegade ou Compass para vestir a camisa do Grêmio, mas gosto é gosto e há quem prefira o Creta.
Entrando na categoria dos compactos premium, o Volkswagen Polo não faz feio para ninguém. Com opcionais interessantes e visual esportivo, o carro é sempre uma boa pedida para quem quer um hatch compacto com algo além do que os veículos de entrada deste segmento podem oferecer.
Um hatch de entrada com a cara mais sofisticada. É isso que o carro mais vendido da Hyundai no Brasil pode oferecer a quem quer um carro bonito mas não tem dinheiro para sonhar mais alto. Não é o caso de Renata Fan, é claro, mas não dá para falar não para um HB20 de presente. Dá?
Por que não? Se o Onix é de longe o carro mais vendido do Brasil desde 2015, é porque há muitas pessoas que o aprovam. Suas novas gerações prometem seguir com o domínio apesar dos últimos imprevistos com o Onix Plus. O acabamento e os equipamentos e das versões mais altas podem fazer qualquer um pensar mais de uma vez em uma promessa como a de Renato Gaúcho.
Novidade do mercado mundial, o primeiro sedã híbrido flex poderia fazer o coração de Renata Fan “pensar” algumas vezes antes de dizer não à proposta de Renato Gaúcho. Com visual repaginado, o carro promete seguir isolado como líder do segmento de sedãs médios no Brasil.
Outro SUV que poderia persuadir Renata Fan – se Renato Gaúcho estivesse disposto realmente a desembolsar uma graninha – seria o Honda HR-V. Com o motor 1.8 do Civic, o carro mescla funcionalidade com desempenho.
Se nada desse certo para convencer Renata Fan a “virar a casaca” por um dia, Gaúcho poderia apertar o botão do pânico e ir para uma cartada final apostando tudo. Que tal a Ferrari mais popular do Brasil?
A 488 Pista ostenta este posto, vendendo seis unidades em 2019 até outubro. O modelo possui motor V8 biturbo de 3.9 litros e 720 cv de potência. O treinador teria que desembolsar cerca de R$ 2,8 milhões na brincadeira.
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