“A gente teve uma conversa sobre os dados da corrida, e a velocidade [da Ferrari] está completamente diferente da das últimas corridas”, comentou Wolff. “Se é uma questão técnica ou outro problema, nós não temos como saber. Não podemos olhar o que a Ferrari fez”, seguiu.
A Mercedes está intrigada com a perda de performance da Ferrari (Foto: AFP)
Wolff não aponta o dedo diretamente contra a Ferrari. Entretanto, a análise do dirigente é de que fazer o que a FIA determinou como ilegal após o GP do México é uma infração das mais sérias.
“Se alguém estava fazendo o que a determinação [da FIA] esclareceu, isso seria jogar sujo”, afirmou. “Do jeito que a de determinação foi formulada, trata-se de uma irregularidade séria no regulamento. Não estamos nem falando de áreas cinzentas”, encerrou.
Charles Leclerc, único da Ferrari a ver a bandeira quadriculada, esteve irreconhecível (Foto: Ferrari)
Entenda o caso
Há algum tempo a Red Bull tem reclamado que há (ou havia) algo de estranho com o motor da equipe italiana, muito mais rápido que os demais. Desde o GP da Itália, o que ficou evidente é que nenhum carro, por mais asa aberta que tenha, consegue superar o dos italianos em reta. Não à toa, Sebastian Vettel e Charles Leclerc dividiram os primeiros lugares no grid desde então. O time de Christian Horner, então, entrou com um protesto para que a entidade máxima do esporte analisasse, no fim das contas, o que o cavalo rampante esconde. E durante o fim de semana nos EUA, soltou uma determinação que pode ter esclarecido a questão.
A história foi a seguinte: na quinta-feira, a Red Bull perguntou à FIA se poderiam disputar as últimas duas corridas do ano — Brasil e Abu Dhabi — e a temporada 2020 com um cabo elétrico mais grosso do sistema de híbrido que fica próximo ao fluxômetro — o aparato que mede o fluxo de combustível. A escuderia averiguou que o ruído elétrico provoca interferência na medição, sobretudo nas curvas mais lentas.
O fluxo de combustível não pode ser maior do que 100 kg por hora, mas ele não é medido de forma contínua, e, sim em intervalos determinados por alguns pontos. O que significa dizer que, sabendo onde ficam estes pontos, seria possível aumentar o fluxo durante um e outro sem que fosse registrado oficialmente. Se o fluxo é maior, tem maior combustível, o que gera maior combustão e, portanto, maior velocidade. A FIA respondeu à Red Bull com o TD (technical directive) 039/19 dizendo que se trata de uma ilegalidade.
Esqueça do estilo sem sal e pouco ousado do Hyundai Azera, o modelo 2020 será um divisor de águas na vida do sedã grande. Reestilização pesada da sexta geração que acabou de desembarcar no Brasil, o novo Azera tem até grade frontal com pontos iluminados. Com ele, a Hyundai quer chocar como fez com o novo HB20.
Na dianteira, o Hyundai Azera 2020 trouxe faróis menores em formato de diamante e iluminação total de LED. Pequenos pontos cromados na grade frontal camuflam cinco pontos luminosos de LED que funcionam como luzes diurnas. O para-choque ainda tem friso cromado integrado à abertura de ar inferior.
Passado e futuro
Mantendo a tradição do Azera, lanternas traseiras conectadas marcam o visual. No novo modelo há uma fina barra de LED conectando as duas extremidades, sendo um conjunto mais discreto que o do atual sedã grande. Saída de escape moldada no para-choque da um ar esportivo ao Azera.
A cabine está melhor do que nunca: assumindo de vez o posto de Hyundai mais luxuoso e caro à venda (acima dele é preciso migrar para a marca Genesis), o Azera 2020 traz muito couro, materiais sofisticados, como madeira e alumínio, além de uma enorme central multimídia visualmente integrada ao painel de instrumentos digital.
Azera híbrido
Serão duas opções de motorização para o Hyundai Azera: um 2.5 gasolina atrelado à transmissão automática de oito marchas ou um híbrido 2.4 ligado a um motor elétrico e transmissão automática de seis marchas. Não há confirmação ou expectativas de quando o novo Azera será vendido no Brasil.
Acompanhe as novidades do mundo automotivo pelo iCarros no:
A Federação Internacional do Automóvel (FIA) e a Fórmula 1 anunciaram esta quinta-feira as alterações ao regulamento da competição a partir de 2021, com o objetivo de reduzir diferenças entre as equipas e tornar as corridas e mais atrativas. “O objetivo sempre foi melhorar a competição e a ação na pista. Teremos carros mais aptos a lutar nas pistas”, afirmou o chefe executivo da F1, Chase Carey, em Austin, nos Estados Unidos, onde vai ser disputada a próxima corrida da atual edição do Mundial.
Com as alterações ao regulamento, a FIA pretende reduzir o hiato que existe entre as equipas que lutam pela conquista do campeonato e as que se encontram na cauda da grelha. De resto, desde o surgimento do motor híbrido nos carros, em 2014, a F1 tem sido dominada pela Mercedes, que venceu os últimos seis títulos de construtores, e o piloto britânico Lewis Hamilton, da escuderia alemã, pode conquistar, no domingo, o seu sexto título seguido.
Embora a nova regulamentação técnica permita um maior equilíbrio entre os carros, com mais peças-padrão e tornando-os os mais pesados e lentos, a maior mudança prende-se com a implementação de um orçamento limite para as equipas, que não poderão ultrapassar os 175 milhões de dólares (cerca de 157 milhões de euros), no melhoramento do carro. O aumento do número de corridas no calendário da F1, de 21 para 25, é outra das hipóteses em cima da mesa, embora Chase Carey tenha confessado que isso só será uma realidade caso “se chegue à conclusão de que vai realmente contribuir para a modalidade”.
As mudanças técnicas no carro, que será mais pesado, incluem ajustes na aerodinâmica e rodas maiores, esperando-se ainda uma redução da velocidade das máquinas até três segundos por volta. Por outro lado, os motores híbridos continuarão a ser utilizados, sendo que os fabricantes que vendem motores para outras equipas, como a Mercedes e a Ferrari, terão de fornecer unidades de potência iguais às que elas próprias usam nos seus carros.
A Chevrolet anunciou em evento na última sexta-feira (1º) a nova versão do seu carro 100% elétrico, o Chevrolet Bolt. O veículo, que está em pré-venda, recebeu algumas atualizações para se tornar ainda mais competitivo e acessível, apesar de ainda custar R$ 175 mil. A principal mudança fica por conta da autonomia do carro, que agora é capaz de rodar 416 quilômetros com apenas uma carga e em circuito misto, ou seja: entre estrada e cidade.
Durante a apresentação, a Chevrolet procurou destacar como o Bolt, apesar de inovador, reúne características de um carro sem “malabarismos”, mesmo que o seu powertrain seja de fazer inveja a muito muscle car do mercado. O Bolt é capaz de gerar potência de 203cv, com 36,7 kgf/m de torque imediato, ou seja: pisou, andou — e muito. O seu 0 a 100 pode ser feito em pouco mais do que 7 segundos, número bem parecido com o BMW i3, que já testamos aqui no Canaltech.
“O Bolt é um carro extremamente divertido e bem equipado, o que o tornará um veículo muito agradável e seguro de dirigir tanto na estrada quanto na cidade. É um produto que temos muito orgulho de trazer para o mercado brasileiro”, disse Carlos Zarlenga, presidente da General Motors América do Sul, durante a apresentação do Bolt.
E por falar em segurança, o Bolt traz muitos itens tecnológicos para esse propósito. São 10 airbags, assistente de permanência na faixa, alerta de ponto cego, aviso de tráfego traseiro cruzado, alerta de colisão frontal e sistema de frenagem automática com detecção de pedestres para mitigar acidentes.
Além disso, a linha 2020 vem com as câmeras de alta definição para visão 360 graus que auxiliam manobras de estacionamento e ficam localizadas nas extremidades do veículo, melhorando a visibilidade. O veículo conta com uma interessante tecnologia que transforma o espelho retrovisor central numa tela que projeta imagens da parte traseira em maior ângulo.
Carregamento
O Bolt EV estreia no Brasil equipado com uma última geração de baterias (10% mais eficiente devido à nova composição de seus elementos químicos), com 66 kWh de capacidade, configuração recém-lançada nos Estados Unidos, onde o produto é produzido. Hoje, o custo estimado por quilômetro rodado do elétrico da Chevrolet é até quatro vezes inferior ao de um modelo flex do mesmo porte — e inferior ao de híbridos também.
Além do veículo em si, as concessionárias Chevrolet credenciadas para comercializar o Bolt EV estarão aptas a oferecerem o aparelho de recarga rápida para ser instalado na garagem do cliente, que custará por volta de R$ 8 mil. Quatro vezes mais eficiente que a recarga numa tomada 220V convencional, o aparelho de recarga rápida fornece uma quantidade de energia por hora suficiente para que o veículo rode cerca de 40 km, média que um motorista comum percorre por dia. Neste caso, a recarga completa das baterias leva por volta de dez horas.
Já em eletropostos de alta voltagem, bastam 30 minutos de recarga para o carro rodar cerca de 160 km. O Bolt EV conta com garantia de três anos para o veículo e de oito anos para as baterias de íon-lítio.
Divertido de guiar
O Canaltech teve a oportunidade de testar o Chevrolet Bolt por alguns momentos durante o evento. De imediato, o que sentimos foi uma proposta bem futurista dentro da cabine, com nenhum medidor analógico e muitas informações acerca do funcionamento do veículo podendo ser acessadas com poucos toques na tela de 10,2 polegadas posicionada no centro do painel.
Ao rodar com o carro, também percebemos o seu excelente desempenho em arrancadas e retomadas, muito ligeiras e com “chão”. Isso pode ser explicado por dois fatores: uma carroceria bem rígida e segura, e a presença da bateria no assoalho do carro, o que lhe garante um centro de gravidade menor.
A direção com assistência elétrica é das mais bem calibradas que tivemos a chance de testar, e os freios, que também são capazes de dar carga à bateria, funcionam muito bem.
De negativo, no entanto, destacamos a suspensão do carro, um pouco dura e que não absorve bem os impactos das combalidas ruas de São Paulo. O conforto, por sua vez, é bem relativo, uma vez que os bancos nos pareceram em um formato um pouco estranho, não nos “segurando” muito bem em situações de curva.
Já o acabamento do Bolt é semelhante ao de veículos como o novo Onix, com muito plástico duro, apesar de bem trabalhado e com aparência futurista, como citamos acima. Ainda vamos testá-lo com mais tempo, mas, no geral, a primeira impressão é positiva.
Preço e disponibilidade
O mais novo crossover da marca começa a ser ofertado inicialmente em 12 cidades, selecionadas com base em estudos de mercado. São elas: São Paulo, Campinas, São José dos Campos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Florianópolis, Joinville (SC), Recife (PE) e Vitória (ES).
O Bolt está em pré-venda e pode ser adquirido em versão única por R$ 175 mil. As vendas oficiais começam em janeiro de 2020.
Mattia Binotto afirmou que a queda de performance da Ferrari no GP dos Estados Unidos foi reflexo de um teste feito pelo time no equilíbrio do carro. O chefe da escuderia de Maranello se mostrou incomodado com as insinuações da concorrência.
Mattia Binotto (Foto: Ferrari)
A queda de performance da Ferrari aconteceu justamente após essa negativa da FIA, o que alimentou as suspeitas dos rivais.
Binotto, porém, afirma que a menor velocidade exibida pela SF90 em Austin é fruto do uso de um nível maior de downforce, o que não tinha sido feito pela Ferrari até então.
Questionado pela publicação inglesa ‘Autosport’ sobre as razões de o GPS mostrar que a velocidade da Ferrari em linha reta não foi tão alta quanto nas corridas anteriores, Binotto explicou: “É verdade que não estávamos ganhando tanto nas retas quanto nas corridas anteriores, mas nos equiparamos aos nossos rivais nas curvas ― pelo menos na classificação”.
“O equilíbrio entre o limite de aderência e o limite da potência foi alterado neste fim de semana, como um teste nosso, para tentar equiparar com as curvas deles. Acho que é simples assim”, apontou. “Nós ainda fomos competitivos na classificação, mas tinha algo na corrida para entender e nós precisamos entender o que é melhor para as próximas corridas em termos de equilíbrio”, continuou.
Ainda, Binotto rebateu a alegação de que a performance da unidade de potência caiu excessivamente. Até pelo fato de Charles Leclerc ter utilizado um motor mais velho por conta de uma falha.
“Não caiu muito”, afirmou. “Caiu um pouco, que é o que estávamos esperando entre as atualizações do motor. Essa era a unidade de potência 2 e não a 3 que introduzimos em Monza”, lembrou.
“Honestamente, vamos olhar a diretiva técnica. Ainda não fizemos isso detalhadamente neste fim de semana, só demos uma olhada”, falou Binotto. “Acho que é a 35ª da temporada. É um processo normal onde os times pedem esclarecimentos a FIA e a FIA responde”, seguiu.
“Isso teve um impacto na classificação? Não sei de nada. Não posso te responder”, concluiu.
A F1 volta acelerar dentro de duas semanas com a etapa mais aguardada do ano. O GP do Brasil acontece entre os dias 15 e 17 de novembro em Interlagos, São Paulo. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO, em TEMPO REAL e ‘in loco’ com grande equipe.
Apoie o GRANDE PRÊMIO: garanta o futuro do nosso jornalismo
O GRANDE PRÊMIO é a maior mídia digital de esporte a motor do Brasil, na América Latina e em Língua Portuguesa, editorialmente independente. Nossa grande equipe produz conteúdo diário e pensa em inovações constantemente, e não só na internet: uma das nossas atuações está na realização de eventos, como a Copa GP de Kart. Assim, seu apoio é sempre importante.
Assine o GRANDE PREMIUM: veja os planos e o que oferecem, tenha à disposição uma série de benefícios e experências exclusivas, e faça parte de um grupo especial, a Scuderia GP, com debate em alto nível.
PixabayNo Brasil, o carro elétrico mais barato custa R$ 120 mil
A não utilização de combustíveis fósseis é uma decisão das montadoras nos países desenvolvidos, num cerco a poluição ambiental. Atualmente, os veículos híbridos, com motores a combustão e elétrico integrados, são os modelos mais vendidos mundialmente e já circulam no Brasil.
Exemplo de opção limpa, o etanol tem produção mundial restrita, longe dos mercados mais sólidos, que apostam na eletrificação. O presidente da Siemens do Brasil, André Clark, avalia se o etanol pode deixar de ser utilizado.
“Pode, sem dúvida nenhuma. Pode ser que o etanol seja usado para outras coisas, em outras regiões mas, sem dúvida nenhuma, nas grandes cidades – e o Brasil é um país de grandes cidades – ali a competição com o sistema elétrico vai ser bastante complicada. Nessa competição, acredito que na próxima década deve vir um espaço bastante significativo do carro elétrico entrando nessa matriz e, portanto, um repensar do etanol”, afirma.
Oo professor Roberto Brandão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), considera que essa mudança virá apenas em longo prazo. “No futuro, pela eficiência, é provável que o elétrico puro acabe dominando, mas a gente não sabe como que essa indústria vai evoluir. Vai depender do consumidor, depender dos preços dos produtos. É tentador um carro híbrido, numa primeira fase, porque você sabe que pode ir para onde quiser, o elétrico a gente agora que está colocando eletropostos. Se pensar nos próximos dez, 20 anos, vai ter espaço para carro elétrico e vai ter espaço para etanol”, explica.
No Brasil, o carro elétrico mais barato custa R$ 120 mil. Recentemente, foi lançado o primeiro híbrido, produzido no país, com a opção de receber o etanol.
De janeiro a agosto, a frota brasileira elétrica cresceu 38%, mas a base ainda é pequena, de 11 mil para 15 mil veículos. Analistas avaliam que ,em 2035, os elétricos representem 5% da frota no país, com vendas anuais de 180 mil unidades.
Desde que a Toyota apresentou a nova geração do Corolla, trazendo duas versões Altis com o mesmo preço de R$ 124.990, uma dúvida passou a frequentar os corações e mentes das pessoas que pretendem comprar o sedã japonês. De um lado, o Corolla Altis Hybrid, com motor 1.8 e dois motores elétricos. De outro, o Corolla Altis Premium, com um novo motor 2.0 de 177 cavalos. É normal que muitas dúvidas surjam na cabeça dos consumidores, pois os dois carros trazem muitas novidades.
Para tentar ajudar o consumidor a tirar essas dúvidas, vamos analisar o Corolla Hybrid, que significa uma mudança radical de atitude na posse de um automóvel. Mas, para isso, começamos falando do novo Corolla 2.0. A primeira coisa que se deve saber é que o Corolla Altis Premium vem mais equipado do que o Corolla Altis Hybrid. O pacote premium inclui acabamento interno em couro bege e marrom, maçanetas internas na cor prata, ar-condicionado dual zone, banco do motorista com regulagem elétrica (oito ajustes), sensor de chuva, teto solar e retrovisores externos com rebatimento automático. Também é possível ter todos esses equipamentos no Corolla Altis Hybrid, porém o pacote custa R$ 6.000.
Para além disso, o Corolla Altis Premium 2.0 traz um acréscimo de 33 cavalos na potência, em relação ao antigo Corolla, e ainda um complexo câmbio CVT de dez marchas, no qual a primeira é por engrenagem e as demais são por polias. Ele tem borboleta no volante para permitir a simulação de trocas manuais (câmbio CVT não tem marchas, é uma só). Então, a grande diferença mesmo é dirigir um carro muito potente, que vai garantir mais segurança para as ultrapassagens nas estradas.
Agora vamos falar do Corolla Altis Hybrid. O sistema híbrido é formado por um novo motor 1.8 de 101 cv e dois motores elétricos que somam 72 cv. Mas a combinação da potência total não é a soma dos três motores, e sim uma equação técnica que resulta em 123 cavalos. Não é muita coisa, para o porte do carro. E aqui você já começa a saber se tem o perfil para comprar o novo Toyota Corolla Altis Hybrid. Se o seu perfil é o de andar rápido na estrada, esqueça o Corolla híbrido. Ele ganhou apenas nota 2 (de 5) em nosso teste de desempenho. Tem um desempenho apenas médio. Da mesma forma, o Corolla Hybrid não é muito indicado para quem viaja muito, pois o sistema é mais eficiente quando roda na cidade.
Como um carro pode ser mais econômico na cidade do que na estrada? Simples. Na estrada, normalmente o motorista está pedindo potência para o motor, em ultrapassagens, nas subidas etc. Portanto, a partir de uma certa velocidade, o sistema híbrido (que é inteligente) conclui que o motorista precisa de potência e faz entrar em funcionamento o motor a combustão interna. No caso do Corolla Hybrid, o consumo é potencializado porque o motor a combustão tem apenas 101 cavalos de potência — então, passa a trabalhar em regimes de giros mais altos.
Para quem roda mais na cidade, o Corolla híbrido é indicado. Apesar de os números oficiais apontarem 14,5 km/l na estrada e 15,3 km/l na cidade, ele faz muito mais. Dá para fazer mais de 20 km/l na cidade com o Corolla Altis Hybrid, seguindo o Instituto Mauá. Se você dirigir com a consciência que um carro híbrido sugere dá para ser ainda mais econômico. Ou seja: acelerar de forma suave, controlar no quadro de instrumentos se o ponteiro está dentro da margem Charge (carregando as baterias) ou Eco (usando apenas eletricidade) e evitar ao máximo que o ponteiro fique dentro da margem Power (quando ligar o motor a combustão). Parece complexo? Não é. Como dissemos, o carro é inteligente. Ele até pode usar combustível em alguns momentos, mas é para manter as baterias com a quantidade de energia elétrica suficiente para a próxima necessidade real — em pequenas manobras, em engarrafamentos de trânsito, em locais com ritmo lento.
O Toyota Corolla Altis Hybrid não precisa ser plugado na tomada elétrica. Carros que exigem essa tarefa são 100% elétricos ou híbridos plug-in. O Corolla é um híbrido convencional, ou seja, o próprio uso do carro carrega as baterias elétricas. E isso é feito em dois momentos: nas frenagens e nas desacelerações. É o mesmo sistema que foi introduzido há alguns anos nas corridas de Fórmula 1 e ficou conhecido como Kers (de regeneração de energia).
Além desse lado prático, o Corolla Hybrid é indicado para quem tem uma postura diferente em relação ao meio-ambiente. É comprovado cientificamente que o aquecimento global provoca efeitos devastadores no clima do planeta. O resultado é um clima cada vez mais imprevisível, com calor em locais e épocas de frio, com frio em locais e épocas de calor, com oscilações muito grandes de temperatura em curtos períodos de tempo e, principalmente, com queimadas e tempestades devastadoras, provocando inundações, doenças, mortes e penúria social devido ao elevado número de pessoas desabrigadas. A indústria automobilística não é a única e estudos indicam que não é sequer a principal culpada desse aquecimento, mas ela faz parte do sistema — portanto, procura atuar para reduzir os estragos causados por sua parte. Comprar um carro eletrificado significa emissão zero de gás carbônico sempre que o sistema híbrido estiver em funcionamento. É a parte que cabe aos consumidores conscientes.
De forma surpreendente, a Toyota fez a sua parte e conseguiu oferecer ao público brasileiro um carro híbrido com o mesmo preço e qualidade de seu carro convencional topo de linha. Em termos de dirigibilidade, embora seja mais lento, o carro não é uma tartaruga, pois, na necessidade de potência, o sistema inteiro funciona com uma vantagem: o torque da parte elétrica é 100% disponível. Claro que o Corolla Hybrid não tem sequer opção de mudança de marcha manual (não tem borboleta nem alavanca). Mas, na boa, troca de marcha em carro com câmbio CVT não passa de uma firula para quebrar o tédio da transmissão continuamente variável. Nesse aspecto, o Altis Hybrid é mais “honesto” do que o Altis Premium, pois assume seu compromisso de ter um câmbio voltado ao consumo e não inventa nada para modificar isso.
Portanto, resumindo, o Toyota Corolla Altis Hybrid é um carro para pessoas exigentes em termos de conforto e sofisticação, que desejam um carro com alto nível de segurança, com excelente acerto de suspensão, com grande porta-malas, que esteja bem conectado, que rode mais na cidade do que na estrada (ou que rode em velocidades moderadas na estrada) e que pretende ter um pequeno papel nesse novo paradigma dos carros eletrificados, uma história que está apenas começando no Brasil.
Perto de assegurar o hexacampeonato da Fórmula 1, Lewis Hamilton está preocupado com asfalto, pneus e, principalmente, combustível. Mas não porque precisa de quatro pontos no GP dos Estados Unidos, a partir das 16h10 deste domingo (03/11/2019), para confirmar o título. E, sim, porque vem dedicando boa parte do seu tempo às causas ambientais.
O piloto de 34 anos já admitiu publicamente que é adepto de um estilo de vida vegano, evita materiais de plástico em casa e em seu escritório e tem um carro elétrico, um Smart, produzido pela Daimler AG, que controla a Mercedes, sua equipe na F-1. Neste ano, porém, seu engajamento aumentou, principalmente nas redes sociais. São mais frequentes fotos e vídeos denunciando maus tratos de bois, rinocerontes e focas, caça às baleias e golfinhos e poluição dos oceanos. Ele se manifestou até sobre as queimadas recentes na Amazônia, diante de seus 13,3 milhões de seguidores no Instagram.
Foi justamente nas redes sociais que o piloto chamou a atenção há duas semanas em um desabafo. “Sinceramente, tenho vontade de desistir de tudo, desligar completamente. Por que se preocupar quando o mundo está tão bagunçado e as pessoas parecem não se importar?”, disse Hamilton, que assustou os fãs. “Agradeço pelas vibrações positivas que vocês enviaram. Eu não desisti, ainda estou aqui lutando”, afirmou o piloto dias depois, para amenizar a forte repercussão da mensagem anterior.
A postura sustentável de Hamilton se tornou assunto recorrente nos paddocks da F-1 também por conta da forte defesa que fez de suas ideias ao fim do GP do Japão, em 13 de outubro. “Estou agindo para neutralizar todas as minhas emissões de carbono até o fim do ano. Não permito que ninguém no escritório e nem na minha casa compre qualquer coisa de plástico. Quero que tudo seja reciclável, do desodorante à escova de dente.”
Além de comprar um carro elétrico, ele vendeu seu avião no ano passado. “Eu faço menos voos agora, estou tentando diminuir mais”, comenta. As investidas sustentáveis, no entanto, contrastam com a profissão de piloto de carros à combustão, na principal e provavelmente mais poluente categoria do automobilismo mundial. Se não bastasse isso, Hamilton e todos os seus colegas pilotos da F-1 precisam fazer centenas de voos ao longo da temporada.
Hamilton se tornou, naturalmente, alvo de críticas. Até mesmo de companheiros de paddock. “Nós provavelmente não estamos no melhor lugar para começar a fazer isso porque, no final das contas, estamos queimando combustível por qual motivo? Ser primeiro? Segundo?”, questionou o finlandês Kimi Raikkonen, da equipe Alfa Romeo. “Todos sabemos o estilo de vida que ele ou eu podemos levar. Sabemos que pilotos de F-1 pegam 200 voos por ano, e também não pode dizer que não come carne”, criticou Fernando Alonso, aposentado da categoria no fim de 2018.
Sem se abalar com as críticas, o piloto da Mercedes garante sinceridade em suas causas. Tanto que está colocando dinheiro nelas. Neste ano, ele se tornou investidor de uma nova franquia de lanchonetes, a Neat Burger, que têm como carro-chefe um hambúrguer feito apenas de vegetais. A rede já está em Londres e tem planos para se expandir pela Europa e pelos Estados Unidos.
A meta de Hamilton é divulgar a ideia que ajudou a apresentar no documentário “The Game Changers” (“Aqueles que mudam o jogo”, em tradução livre), de 2018. A obra tem produção e participação de James Cameron, diretor de “Titanic” e “Avatar”, e do ator e político Arnold Schwarzenegger e conta com o reforço de atletas de peso como o piloto inglês e o tenista sérvio Novak Djokovic para defender os benefícios da dieta vegetariana para os esportistas.
Como se vê, o próximo passo de Hamilton é tentar mudar a Fórmula 1 do lado de fora das pistas, após bater recordes e colecionar feitos dentro dos circuitos.
Durante anos, imaginei como seria bom ter um carro elétrico. Em vez de gastar quase US$ 40 por semana com gasolina, eu poderia simplesmente ir até o posto mais próximo e carregar meu carro enquanto comprava verduras orgânicas. Não seria ótimo? Não só para mim, mas também para o meio ambiente? Talvez não.
Embora os carros
elétricos sejam um passo na direção certa, sua produção e carregamento ainda
contribuem para o aumento dos níveis de CO2, em alguns casos até
mais do que os carros a gasolina.
Do escapamento para a usina elétrica
As emissões de
dióxido de carbono não saem de um escapamento. Os carros elétricos emitem CO2
tanto na produção quanto no carregamento. Primeiro, a produção das baterias
elétricas requer lítio, cobalto e manganês. Os fabricantes acabam gastando uma
grande quantidade de energia na mineração e no processamento dessas
matérias-primas.
De acordo com um novo estudo alemão, assinado pelos pesquisadores Christoph Buchal, Hans-Dieter Karl e Hans-Werner Sinn, “para uma bateria Tesla de 75 kWh, isso significa uma emissão adicional de 10.875kg a 14.625kg de CO2.” Convertidos em libras, esses números estão entre 23 mil e 32 mil libras de carbono adicional emitido. Para cada bateria!
Mesmo após a
produção inicial da bateria, muitos carros elétricos são carregados por usinas
que produzem eletricidade por meio da queima de carvão ou gás. De acordo com o órgão
governamental norte-americano responsável pelas informações sobre energia – a
Energy Information Administration (EIA) –, 63% da eletricidade produzida nos
Estados Unidos é gerada usando combustíveis fósseis. Se a eletricidade que está
sendo usada para abastecer os carros elétricosé produzida a partir de
combustíveis fósseis, então usar carros elétricos é simplesmente trocar as
emissões de CO2 do escapamento do carro para as da usina elétrica.
Combustíveis fósseis
Ao redor do
globo, diferentes países têm diferentes níveis de dependência de combustíveis
fósseis para a produção de eletricidade. De acordo com um estudo
de 2017 realizado por Michael Sivak e Brandon Schoettle, da
Universidade de Michigan, por exemplo, “em um extremo está a Albânia (que gera
100% de sua eletricidade a partir de energia hidrelétrica) e no outro estão
Botsuana e Gibraltar (que geram 100% de sua eletricidade a partir do carvão e
do petróleo)”.
Embora os carros
elétricos possam não emitir CO2 visivelmente quando em funcionamento,
não se engane. Uma quantidade significativa de emissões de CO2 é
produzida na fabricação da bateria e em seu carregamento contínuo. De acordo
com um estudo
de 2012 da Yale, “é contraproducente promover carros elétricos em
regiões onde a eletricidade é gerada a partir da combustão de petróleo, carvão
e lignito”.
Marketing enviesado
Imagine se a Tesla
anunciasse um novo avião sustentável que funcionasse totalmente à base de
eletricidade. Se a produção da bateria emitisse dezenas de milhares de libras
de emissões de carbono e se seu carregamento mais algumas centenas, essa opção seria
realmente sustentável? É o mesmo caso dos carros elétricos.
No final das
contas, a comparação direta entre carros elétricos e carros a gasolina é
irrelevante. O que realmente importa é a quantidade total de emissões de
carbono envolvidas na produção, carregamento e condução de um carro durante
toda a sua vida útil. Levando em conta que mais da metade da eletricidade dos
Estados Unidos é produzida a partir de combustíveis fósseis, é ilusório dizer
que carros elétricos gerem “emissões zero”.
Então, da
próxima vez que você vir um novo veículo elétrico ou uma estação de recarga, tenha
em mente as emissões envolvidas na produção da bateria e da eletricidade usada
para mantê-lo funcionando. As aparências enganam.