São muitas as vantagens de optar por um carro híbrido, desde redução de danos ao meio ambiente ao silêncio do motor elétrico, além da possibilidade de usar o motor de combustão quando é necessário mais potência. Há, porém, quem tenha algum receio de migrar para esse tipo de modelo por uma questão de praticidade. Só que carregar a bateria desse tipo de carro tem se tornado cada vez mais fácil.
Pontos de carregamento têm se popularizado, incluindo novos condomínios residenciais que já contam com locais onde se pode “abastecer” o motor elétrico nas garagens. Aos poucos, corredores elétricos são testados em rodovias para permitir viagens de longa distância. A montadora sueca Volvo, por exemplo, instalará 250 carregadores pelo país. E há, dependendo do carro, a possibilidade de alimentar a bateria no conforto de casa.
São os chamados “plug-in hybrid” (híbridos com plug-in). É o caso do Volvo XC60 T8, modelo que inclui uma tomada para ser carregado com praticidade. O motorista pode instalar em casa um ponto de carregamento e conectá-lo ao carro para que o motor elétrico seja alimentado em um período que varia entre três e sete horas, dependendo da amperagem da corrente.
Há outras funcionalidades que facilitam a tarefa de carregar o Volvo XC60 T8. A posição B na alavanca de câmbio, por exemplo, ajuda na frenagem através do motor elétrico, o que regenera energia para a bateria. Quando o condutor está longe de pontos de carregamento, como em uma viagem de longa distância, pode programar o carro para economizar a bateria e funcionar apenas com o motor de combustão. Basta chegar ao perímetro urbano, com mais opções para carregar a bateria, para reativar o motor elétrico.
Os modos de direção são outra vantagem que auxiliam a controlar o nível da bateria, alternando a utilização do motor elétrico e o de combustão. Há seis diferentes opções, desde o Pure, em que o carro funciona apenas com o motor elétrico, ao Power, em que os dois motores trabalham em conjunto com foco na performance.
Postos de gasolina em cada esquina podem até induzir os motoristas a pensar que carros tradicionais são mais fáceis de se abastecer, mas o que pode ser mais prático do que encher o carro de “combustível” enquanto ele está estacionado em sua própria garagem? Com as diversas funcionalidades que tornam o carregamento da bateria mais fácil, híbridos como o Volvo XC60 T8 desafiam o mito de que motores elétricos são pouco funcionais.
Especial Elétricos & Híbridos conta como manutenção de veículos eletrificados exige cuidados especiais e restringe oficinas independentes
Por Rodrigo Ribeiro
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25 jan 2019, 10h06 – Publicado em 25 jan 2019, 09h51
A área onde fica a bateria precisa ser isolada dentro da oficina
A área onde fica a bateria precisa ser isolada dentro da oficina (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)
A foto acima pode até parecer um laboratório ou a cena de um filme de ficção, mas ela é o futuro das oficinas mecânicas que pretendem reparar carros híbridos e elétricos no Brasil.
A fita isolante e os avisos espalhados pela sala fazem parte da oficina-escola do Senai criada em parceria com a BMW a fim de ajudar no desenvolvimento de mão de obra treinada para atuar especificamente nessa nova categoria de veículos.
“A corrente elevada das baterias presentes em modelos híbridos e elétricos exige que os mecânicos tenham procedimentos e ferramentas exclusivos para essa atividade”, explica Emílio Paganoni, gerente de treinamento da BMW.
Luvas e ferramentas especiais são exigências regidas por normas técnicas
Luvas e ferramentas especiais são exigências regidas por normas técnicas (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)
Isso inclui isolar a bateria, usar luvas de borracha para 1.000 V e até ter um gancho na oficina feito para afastar uma pessoa que estiver sendo eletrocutada do objeto energizado.
O cuidado é tão elevado que, quando a bateria do carro está passando por manutenção em seu sistema elétrico de alta-tensão, somente profissionais certificados podem ficar próximos ao veículo — daí a necessidade da faixa isolando a área.
Avisos de perigo devido à alta-tensão estão por todas as partes
Avisos de perigo devido à alta-tensão estão por todas as partes (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)
Outra diferença é que, dependendo do conserto a ser feito, a única opção do reparador será trocar todo o componente. “A reposição de cada módulo da bateria de um elétrico é relativamente fácil, mas a manutenção interna deles só deve ser feita pelo seu fabricante ou por empresas especializadas”, detalha Andreas Nöst, responsável pela área de bateria e controle térmico do Audi e-tron.
A única parte menos complexa é a remoção do conjunto, que normalmente é fixado em uma só estrutura metálica. Mas ela ainda exige uma plataforma elevatória móvel para sustentar e transportar o peso das baterias, que no i3 chega a 253 kg.
Um gancho isolante é usado para afastar uma pessoa eletrocutada da bateria
Um gancho isolante é usado para afastar uma pessoa eletrocutada da bateria (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)
Custos extras
O custo de treinamento dos funcionários ficará por conta de cada oficina, que tende a repassar o valor para o cliente. No entanto, isso não será exatamente um problema no Brasil a curto prazo, por um motivo simples: quase não há mecânicas aptas a fazer reparos nos modelos híbridos e elétricos.
Para piorar, é possível que as fabricantes de automóveis dificultem a manutenção de seus modelos por oficinas independentes (veja mais ao lado). O único alívio que os proprietários podem ter é que quase toda a frota eletrificada do Brasil está, em teoria, coberta pela garantia de fábrica – que chega a oito anos para modelos como Prius e Fusion Hybrid.
Conectores e cabos laranja identificam por onde passa a eletricidade em alta-tensão e/ou corrente
Conectores e cabos laranja identificam por onde passa a eletricidade em alta-tensão e/ou corrente (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)
Quando chegar a hora do reparo, porém, há um problema ainda mais crítico: o descarte das baterias. Nem as fabricantes decidiram o que fazer, mas uma das soluções estudadas poderá beneficiar as próprias oficinas.
A Audi considera a possibilidade de seus concessionários usarem os acumuladores do e-tron como no-break, já que eles podem suprir a energia de uma residência por até dez dias. A reciclagem é outra opção, mais ecológica — e cara. De qualquer forma, o oficina do futuro será mais parecida com uma empresa de tecnologia do que com uma mecânica.
Direito de propriedade ou do proprietário?
Somente após este equipamento fazer a leitura da bateria é possível reparar um BMW i3
Somente após este equipamento fazer a leitura da bateria é possível reparar um BMW i3 (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)
Uma polêmica que vem crescendo em outros países tende a surgir no Brasil em breve: os direitos da fabricante e as restrições de manutenção de seus carros.
Para reparar o BMW i3, primeiro elétrico a chegar ao Brasil, é necessário um equipamento especial (foto acima), que gera um código de verificação após analisar a bateria.
Essa sequência deve ser colocada no carro para que seu sistema eletrônico consiga se comunicar com a bateria. Sem isso, nem a bateria e nem o carro funcionam. E a BMW não tem planos de vender ou disponibilizar esse equipamento para oficinas independentes.
Em geral, as empresas alegam o direito de propriedade intelectual, pois todos os equipamentos foram desenvolvidos por elas ou suas parceiras. Por outro lado, clientes defendem que têm direito de fazer o que bem entender (e com quem quiserem) com seus automóveis.
A tendência no futuro, porém, é que as montadoras abram o código de seus softwares para ampliar a oferta da rede de reparação em locais sem suas autorizadas.
Comprar um carro zero-km no Brasil é um privilégio para poucos. Um híbrido ou elétrico, então, é raridade. Em 2018, em um universo de 2 milhões de unidades emplacadas, esses modelos representam só 0,2%, ou 4.000 veículos.
Um dos fatores para a baixa adesão está no preço. O modelo ecologicamente correto mais barato é o Toyota Prius, com salgados R$ 125.450. A alternativa é, como sempre, o mercado de usados.
Há uma grande oferta desse tipo de carro em que dois modelos dominam: Ford Fusion Hybrid (que estreou em novembro de 2010) e o próprio Prius (desde janeiro de 2013). Eles podem ser um bom negócio, mas é preciso tomar cuidado.
“É necessário ter todas as precauções normais de quando se busca um usado tradicional e, no caso de híbridos, deve-se checar ainda se as revisões foram todas realizadas dentro da rede autorizada, o que garante que o acompanhamento correto foi feito no veículo”, alerta Roger Armellini, gerente de vendas da Toyota.
As revisões feitas nas autorizadas mantêm ainda a garantia das baterias, já que é difícil conferir a conservação delas apenas em um olhar.
LUZES NO PAINEL
Examinar se há alguma luz de advertência acesa no painel e se a indicação da carga da bateria é compatível com a autonomia estimada no manual do proprietário são outros fatores que o comprador deve averiguar.
Porém, “somente equipamentos de diagnóstico da concessionária podem certificar o real estado de saúde das baterias”, afirma Ricardo Takahira, vice-coordenador da comissão técnica de elétricos e híbridos da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE). Vale lembrar que tanto Ford quanto Toyota dão oito anos de garantia ao sistema híbrido.
Alessando Rubio, coordenador do Centro de Experimentação e Segu-rança Viária (Cesvi), dá outro conselho: evitar modelos com alta quilometragem. “Possivelmente esse carro sofreu mais ciclos de recarga da bateria, o que reduz a vida útil dela.”
O administrador Daniel Pires optou por um modelo com 30.000 km rodados. “Por causa do preço e do consumo. Rodo diariamente 220 km e me proporciona uma economia grande de dinheiro”, conta Daniel, que há dois anos pagou cerca de R$ 85.000 em um Ford Fusion ano/modelo 2013.
“E ainda tem a isenção do rodízio municipal de veículos em São Paulo, o que também me ajudou a tomar essa decisão”, completa o administrador.
Já o médico Pedro Henrique de Almeida se apegou à fama da Toyota e comprou um Prius 2013 com 110.000 km por R$ 60.000. “Quem compra esse tipo de carro não usa de maneira errada.
E ainda tem toda a confiabilidade mecânica e de pós-venda da marca, com manutenção a preço de Corolla”, diz o médico. Mas não é bem assim.
O Prius tem as seis primeiras manutenções quase R$ 700 mais caras que os R$ 3.275 do Corolla. O gerente de vendas da Toyota explica que o valor é maior “devido a peças adicionais trocadas no Prius na quinta e sexta revisões”.
Já manter o Fusion Hybrid na rede da Ford é (bem) mais barato frente ao seu similar 2.0 turbo a gasolina: de R$ 3.866 a R$ 5.360. Na Toyota, no entanto, ocorre o inverso.
É preciso levar em conta ainda o custo de um reparo caso ocorra algum problema no sistema híbrido (e nas baterias) após a garantia ter expirado – o que já aconteceu com os primeiros Fusion Hybrid vendidos no Brasil.
A dor de cabeça (e no bolso) pode ser grande, principalmente no Ford: o preço da bateria varia de R$ 32.500 a R$ 39.500, dependendo do ano/modelo – sem mão de obra. Na Toyota, ela sai por R$ 9.900, com o serviço.
CARRO ELÉTRICO
Desde 2014, o BMW i3 reina sozinho quando o assunto é carro elétrico. Por esse motivo, a oferta de usados é incipiente. Mesmo assim é possível achar modelos 2015 com preços altos, na casa dos R$ 160.000.
O custo de manutenção (peças, revisões, seguro) merece atenção especial por seus valores elevados. Um pneu pode chegar a custar R$ 2.000.
Consultada, a BMW não revelou o custo da troca das baterias ou do motor-gerador a gasolina. Assim como Toyota e Ford, a marca alemã também dá garantia de oito anos para o item.
As revisões, por sua vez, “são mais espaçadas e simples que os híbridos”, aponta Ricardo Takahira, engenheiro e consultor do Grupo GFA. “Não há tantas partes móveis como nos carros convencionais, assim como menos quantidade de fluidos ou lubrificantes”, completa.
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Toyota, criadora do primeiro carro híbrido de produção em massa e, agora, do primeiro veículo híbrido flex, acredita na sustentabilidade socioambiental
Apesar de maiores e mais pesados que os veículos compactos, os carros híbridos são os que têm os menores consumo de combustível e emissão de poluentes. A tecnologia é muito mais eficiente do que um motor a combustão, mesmo se for um 1.0. Assim, os híbridos também contribuem mais com o meio ambiente.
Entre os fatores que contribuem para a eficiência dos híbridos é o recurso da frenagem regenerativa, que recarrega a bateria. Os veículos da categoria são equipados com esse sistema, colocando em uso a energia despendida pelo atrito dos freios que, em carros a combustão, seria desperdiçada.
Além disso, os carros híbridos podem andar, por algum tempo, consumindo apenas eletricidade. Ou, caso contrário, estão combinando a energia do motor a combustão com a eletricidade. No primeiro caso, não emitem nenhum poluente. No segundo, vão reduzir significativamente a quantidade de químicos expelidos.
Um exemplo é o Toyota Prius, o modelo híbrido mais vendido do mundo, e também o primeiro a chegar, em massa, ao mercado. Ele é equipado com um motor elétrico de 72 cavalos de potência e 16,6 kgfm de torque, e outro a gasolina 1.8 16V, com potência de 98 cv e torque 14,2 kgfm. A potência combinada é de 123 cv.
Segundo testes do Inmetro, o consumo de combustível do modelo, na cidade, é de 18,9 km/l. Já na estrada esse valor diminui, o que também é característico dos carros híbridos: 17 km/l. Em comparação, o carro 1.0 com menor consumo de gasolina na cidade é o Renault Kwid, que roda 14,9 km/l.
Assim, vemos que os carros híbridos, como o Prius, contribuem mais com o meio ambiente. Neste sentido, a Toyota é uma fabricante que sempre se destacou. O Prius foi o primeiro carro híbrido produzido em larga escala, em 1997, no Japão. Desde então, o modelo chegou a dezenas de outros países e, hoje, é o híbrido mais vendido do mundo.
Mais recentemente, a Toyota também se destacou por criar o primeiro motor híbrido flex do planeta. A fabricante está desenvolvendo dois modelos com a nova tecnologia, um Prius e um Corolla. Este último será o primeiro a ser lançado, no fim de 2019.
O primeiro motor híbrido flex do mundo foi concebido pela Toyota do Brasil e, além de contribuir para o meio ambiente e evolução da tecnologia, também traz distinção para o país.
“Este é um trabalho que […] destaca o Brasil no cenário mundial das alternativas para a eletromobilidade, como produtor de um dos automóveis mais limpos do mundo, em consonância com o Programa Rota 2030”, declarou Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, durante a cerimônia de apresentação do Prius híbrido flex, em Brasília (DF).
Carros híbridos refletem preocupação da Toyota com o meio ambiente
Ao investir no desenvolvimento de carros híbridos e de tecnologia que os tornem um bem prático e adaptado à realidade brasileira, a Toyota está honrando um compromisso que fez com a sociedade e o meio ambiente. Em 2015, a fabricante japonesa criou o Desafio Toyota 2050, um conjunto de metas que visam a sustentabilidade da cadeia produtiva.
Os objetivos definidos pela marca devem ser alcançados até o ano de 2050, e envolvem o lançamento de novos veículos e fábricas com zero emissão de gás carbônico (CO2); otimização do uso da água na produção; adoção de sistemas baseados em reciclagem; e o investimento de uma sociedade em harmonia com a natureza.
Estes itens, contudo, não são apenas palavras ao vento. A empresa vem tomando diversas atitudes no sentido de alcançar suas metas. Além do desenvolvimento de novos modelos e tecnologias de carros híbridos, a Toyota implementou a coleta de água da chuva em duas de suas fábricas; reduziu o consumo de água e produção de resíduos com a fabricação de carros; a reciclagem de toneladas de baterias; e a coleta de milhares de pneus no Brasil para destinação correta.
Além disso, desde 2009, a companhia mantém a Fundação Toyota do Brasil, organização que patrocina programas de preservação ambiental e formação de cidadãos. A fundação também a coordena, hoje, programas ecológicos que a companhia já mantinha no país desde a década de 1980.
Entre os projetos da Fundação Toyota do Brasil, está uma parceria com a Organização Não Governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, que tem o objetivo de preservar o bioma mais ameaçado do país. A empresa também colabora com o Instituto Arara Azul, que luta pela preservação desta e outras aves do Pantanal; e com o SOS Pantanal, outra ONG dedicada é conservação da região do Pantanal.
Fundação Toyota do Brasil também investe em ações sociais
Além de desenvolver carros híbridos, tecnologias de zero emissões, e investir na preservação do meio ambiente, a Toyota também coordena programas sociais. Através da Fundação Toyota do Brasil, a companhia mantém diversos projetos nas cidades onde possui fábricas.
Assim, as ações beneficiam comunidades de Guaíba (RS), Indaiatuba (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Sorocaba (SP). Os projetos englobam as áreas como a educação, meio ambiente e cultura, e incluem a participação de funcionários como voluntários.
Em Guaíba, a Toyota criou a Vitrine Cultural a partir da restauração de um imóvel histórico conhecido como “Casa do Juiz”. O novo espaço, aberto ao público, passou a servir como área de exposições de arte, lançamentos de livro, oficinas e palestras, com o objetivo de promover o desenvolvimento turístico e cultural da cidade.
Já em São Bernardo do Campo, a Fundação Toyota do Brasil está realizando a ampliação e modernização da Biblioteca Pública Municipal Monteiro Lobato. Um investimento de R$ 4,5 milhões foi feito na reforma do edifício, a praça e locais em seu entorno.
A nova biblioteca contará com espaço infantil, sala temática e plataforma elevatória para pessoas com mobilidade reduzida, além de uma sala multiuso com assentos para 120 pessoas.
Além disso, desde 2009, em Indaiatuba e Sorocaba, a Toyota realiza um evento público no Dia das Crianças. A programação inclui atividades voltadas para a conscientização ambiental relacionadas aos projetos ambientais da empresa, como o Arara Azul.
O Dia das Crianças da Toyota também inclui teatro de fantoches, jogo de xadrez humano, um contador de histórias, oficinas ecológicas, atividades circenses e apresentações do circo Vox.
“Uma coisa é certa: os valores desses híbridos não são nenhuma pechincha. Apenas um deles tem o valor equiparado com alguns sedãs nacionais”
Os carros mais econômicos do Brasil são os híbridos. Veja qual é o mais barato e qual roda mais, com menos combustível, no nosso mercado.
[TRANSCRIÇÃO]
Os carros de menor consumo no trânsito urbano são os híbridos. Isso, porque eles andam uma parte do tempo com a energia elétrica que eles mesmos geraram. E, claro, uma outra parte consumindo combustível. E entre os diversos que já existem à venda no Brasil, o de menor consumo é o Volvo S90: 21,3 km/l – mas custa a bagatela de R$ 365 mil.
Porém, se meu caro leitor tem saldo bancário a vontade, o híbrido mais caro disponível é o Porsche Panamera, que faz 18 quilômetros por litro e custa 565 mil reais. Bem, vamos resumir essa história e ir direto ao mais barato de todos, que é o Toyota Prius, que faz 19 quilômetros por litro na cidade, e custa 125 mil reais. Nenhuma pechincha, mas equiparado com alguns sedãs nacionais.
Os novos carros híbridos da BMW desligarão seus motores de combustão automaticamente em áreas muito poluídas e usarão o modo de direção elétrica como forma de reduzir as emissões de poluentes, disse a montadora nesta terça-feira (25).
Os esforços da BMW para otimizar o impacto ambiental de carros híbridos com funções de parada do motor ocorrem em um momento em que a indústria automotiva luta para vender veículos totalmente elétricos, o que representou apenas 1,5% do total de vendas globais de automóveis no ano passado.
As pessoas têm evitado comprar carros elétricos por causa da falta de estações de recarga e porque eles têm um alcance limitado e tempos de recarga mais longos do que os com motor à combustão.
Aumentar a adoção de carros elétricos tem se mostrado difícil porque as cidades estão tendo dificuldades para fazer caros investimentos em infraestrutura elétrica para garantir que novas estações de recarga consigam carregar as baterias de veículos em larga escala.
Os veículos híbridos têm a capacidade de recarregar a bateria elétrica enquanto operam no modo de motor a combustão, uma função que ameniza a hesitação do cliente sobre o alcance de operação limitado e reduz a pressão sobre as cidades para expansão de infraestrutura de carregamento.
Os novos híbridos da BMW terão a função de parada do motor a partir de 2020 e as cidades, incluindo Roterdã, na Holanda, dizem que a função se provou ser uma maneira eficaz de reduzir a poluição.
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Realizado a cada dois anos, o Tóquio Motor Show abre as portas ao público apenas em 24 de outubro. Algumas das novidades que serão vistas no evento japonês, que vai até 4 de novembro, já são divulgadas pelas marcas “locais”. Certamente outras serão exibidas só por ocasião da 46ª edição da feira.
A Nissan promete levar 14 modelos, entre eles o IMk, um novo carro-conceito zero emissão. Trata-se de um compacto urbano, construído sobre uma nova plataforma de veículos elétricos e dando pistas para o futuro do design da Nissan. Equipado com tecnologias avançadas ProPilot de assistência à condução e recursos que permitem conectividade ininterrupta.
O sedã esportivo Nissan Skyline Hybrid passa a ser equipado com o ProPilot 2.0, primeiro sistema de assistência ao motorista do mundo que combina condução assistida por navegação em via expressa com condução sem as mãos (hands-off). O sistema leva o carro a partir de uma rota predefinida, nas faixas de rodagem permitidas e desde que o motorista esteja pronto para assumir a direção quando necessário.
Vale ressaltar que o recurso hands-off não estará disponível em estradas com trânsito nos dois sentidos, túneis, estradas sinuosas, áreas de pedágio, faixas de convergência, ou áreas com um número decrescente de faixas e em áreas onde o controle manual seja uma exigência. Ao entrar em uma área da estrada onde o recurso hands-off não está disponível, o sistema emitirá um alerta antecipadamente, para que o motorista possa assumir o controle manual da direção do veículo.
Outro ainda mais esportivo, o GT-R será exibido na edição especial de aniversário de 50 anos do modelo, o Nissan GT-R 50th Anniversary, bem como o GT-R Nismo 2020. O primeiro contará com itens exclusivos no interior e exterior, além de combinações de cores em dois tons que fazem alusão às tradicionais carrocerias da marca. O Nismo, por sua vez, recebe novos turbocompressores, os mesmos utilizados no carro de competição GT3 2018, além de freios de fibra de carbono e cerâmica e novos componentes externos de fibra de carbono no teto, capô do motor e para-lamas frontais.
Honda
A Honda também prepara surpresas, entre carros e motos, como as estreias das novas gerações do Fit e do Accord. O novo compacto será mostrado pela primeira vez no mundo e, segundo a marca, passou por uma mudança completa nesta quarta geração, mantendo a cabine espaçosa. O modelo apresentará o sistema híbrido de dois motores. Já o sedã é novidade no Japão, porque já está à venda em outros mercados, como o norte-americano. Por lá estreia a versão híbrida.
A Honda atualizou o design do Freed, modelo vendido no mercado japonês, que apresenta um chassi compacto de fácil condução, cabine espaçosa, além de agregar a versão Crosstar, que, como seu nome sugere, tem design de estilo crossover.
Entre as motos, haverá a estreia mundial do CT125, um modelo-conceito desenvolvido com base na série Super Cub, a trail de baixa cilindrada CT 125. Voltada para o uso off-road, possui para-choque dianteiro e silenciador dianteiro em aço (acima do motor), um suporte traseiro amplo e grande, duto de entrada de ar de alta montagem e purificadores de ar laterais. Outras estreias mundiais são as elétricas Benly e: (scooter comercial) e Gyro e: (scooter de três rodas).
Mitsubishi
A Mitsubishi fará a estreia mundial do protótipo de SUV compacto híbrido plug-in que reúne as tecnologias de eletrificação com o controle de tração nas quatro rodas. O Mi-Tech apresenta sistema de transmissão híbrido de veículo elétrico (PHEV) mais leve e um sistema elétrico de quatro motores com tração nas quatro rodas e assistência avançada ao motorista com sistemas de segurança ativos.
Outra estreia mundial será da nova geração do SUV Super Height K-Wagon Concept, de amplo espaço interno e dotado com o sistema MI-Pilot, de sistemas avançados de segurança.
Suzuki e Toyota
A Suzuki, que comemora seu 100º aniversário em 2020, apresentará iniciativas no desenvolvimento de produtos e tecnologias para abrir um “grande futuro” para os próximos 100 anos. Entre as novidades estarão dois conceitos, daqueles que nada têm a ver com o gosto do brasileiro. O Waku SPO é um compacto híbrido plug-in. O Hanare é considerado uma sala móvel de condução autônoma, onde todos podem usar o tempo de transporte e o espaço confortável de maneira eficaz. Esse protótipo é baseado em robótica avançada e inteligência artificial.
Da Toyota, o que se espera é que a marca apresente um SUV compacto que servirá de inspiração para o modelo a ser produzido na fábrica de Sorocaba (SUV). Recentemente foi anunciado um investimento de R$ 1 bilhão para essa planta, que vai fabricar um novo modelo no Brasil.
A Toyota aposta há alguns anos no hidrogênio como alternativa para uma mobilidade menos poluente. A oferta e a venda de veículos movidos a célula de combustível, porém, ainda é baixa e quase restrita ao Japão.
A fabricante aproveitará os próximos Jogos Olímpicos, que acontecem ano que vem em Tóquio, para exibir a tecnologia como viável e projeta um crescimento na demanda. UOL Carros foi até lá para conferir como funcionam os veículos movidos a hidrogênio.
“Risco de explosão? As pessoas deviam perguntar isso sobre veículos a combustão. O veículo a hidrogênio é mais seguro que os veículos convencionais”, afirma Ron Haigh, gerente de projeto da Toyota.
Segundo o Haigh, o tanque onde o hidrogênio fica armazenado em alta pressão, na parte traseira, é de carbono reforçado e resiste a um tiro de arma de fogo. “Já fizemos crash-tests onde o carro foi completamente destruído e o tanque ficou intacto”, diz.
Em caso de vazamentos, o que, garante o executivo, seria bastante improvável, a parte baixa do veículo é projetada de modo a dissipar rapidamente o hidrogênio.
Pilha gigante, água no escape
A “mágica” acontece na célula de combustível. É nela que ocorre uma reação química entre o oxigênio e o hidrogênio para gerar a eletricidade que movimenta o carro. É como uma pilha gigante e não poluente. O subproduto desta reação é apenas água. Ao invés de CO2, a traseira do carro apenas despeja um pouco de água ou vapor d’água.
Um carro que “urina” água no lugar de soltar os gases do aquecimento global pode ser perfeito para o momento em que vivemos. No entanto, assim como o elétrico, os custos são a grande barreira. A tecnologia ainda é cara, são necessários postos especiais de abastecimento e hoje o preço do hidrogênio ainda é 20% superior ao da gasolina.
“A célula de combustível costumava ser do tamanho de uma geladeira. O tamanho e o custo reduziram e vão reduzir ainda mais, para novos modelos de carros e maior volume de produção”, promete Haigh. Hoje a Toyota vende apenas o Mirai, um sedã a hidrogênio, mas aposta no crescimento da produção em massa a partir do ano que vem.
Duas razões. A primeira, a montadora terá carros e ônibus transportando visitantes e atletas durante a Olimpíada de Tóquio. A segunda, o Japão deve se tornar auto-suficiente em hidrogênio, hoje importado do Oriente Médio e da Austrália.
Testamos o Mirai
UOL Carros testou uma unidade do Mirai em um pequeno circuito fechado em uma espécie de “cidade da Toyota” que a fabricante mantém em Tóquio. O Toyota Megaweb integra museu, show room e áreas interativas, onde clientes e futuros clientes podem conhecer as novidades e a história da empresa.
Quem já conduziu elétricos não sente diferenças: silêncio e suavidade, com a diversão do torque instantâneo. Apesar dos 1.850 kg de peso para a potência mediana de 154 cv, os 34,2 kgfm constantes entregam uma resposta quase sempre espevitada — especialmente em “power mode”.
Algumas voltas depois, apertamos um botão no painel, e uma saída na traseira despeja uma pequena cachoeira por alguns segundos. É a única diferença externa que entrega não se tratar de um carro com propulsão convencional, uma vez que o desenho não difere muito de outros Toyota recentes.
Outra vantagem do hidrogênio é o abastecimento mais rápido que o de muitos elétricos. Segundo a marca, bastam de 3 a 5 minutos para encher o tanque e o Mirai pode rodar até 550 km.
É um recurso típico do Japão, país que enfrenta desastres naturais com resiliência e eficiência, a célula de combustível do Mirai pode ser convertida em fonte de energia em situações de emergência. Ela pode abastecer uma casa por até três dias mesmo que o carro esteja danificado.
Nova geração vem aí
As vendas, porém, ainda são baixas. Desde o lançamento, em 2015, foram vendidas pouco mais de 3000 unidades. A Toyota tem a meta ambiciosa de passar a 30 mil por ano em 2020, dentro do plano que passa pela auto-suficiência e a vitrine olímpica.
Além do Japão, seu maior mercado, o Mirai está disponível em Califórnia (EUA), Alemanha, Reino Unido, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Suécia e Noruega.
O Mirai custa o equivalente 70 mil dólares (cerca de R$ 290 mil), mas no Japão há incentivos. O governo federal paga 20 mil e, se for em Tóquio, a prefeitura entra com outros 10 mil, reduzindo preço para 40 mil dólares (R$ 165 mil).
UOL Carros apurou que a Toyota também exibirá o protótipo da nova geração do Mirai no Salão de Tóquio, no próximo mês, dentro deste plano de turbinar as vendas do modelo. A marca também promete que os pontos de abastecimento de hidrogênio devem passar dos atuais 100 para 900.
Ron Haigh destaca, contudo, que globalmente o hidrogênio é parte complementar de uma estratégia que prevê igualmente espaço para veículos elétricos e híbridos com baterias de íon de lítio. O Prius, que acaba de chegar à nova geração, é atualmente o híbrido mais vendido do mundo.
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