A Volvo deve apresentar em breve uma versão elétrico do popular carro XC40 SUV e, agora, a empresa confirmar uma novidade para o veículo: o carro da Volvo terá um sistema integrado ao Android Automotive, versão veicular do sistema operacional da Google.
O anúncio significa que a versão elétrica do XC40 contará com funções e aplicativos como o Google Assistant e o Google Maps já no seu sistema, sem a necessidade de conectar um smartphone com Android a ele. O sistema conseguirá acessar a Play Store, onde apps feitos para carros estarão disponíveis para download.
A Volvo vem trabalhando na integração do sistema de seus novos carros com Android há pouco mais de dois anos, sendo que já chegou a testar a conexão em versões comuns do XC40 na conferência I/O, do Google, em 2018.
A Volvo já anunciou outro veículo elétrico que virá equipado com Android, o Polestar 2 EV, que deve começar a ser vendido em 2020. O XC40 deve ser vendido um pouco tempo depois, mas por um preço mais em conta e com alcance maior no público que já está acostumado com a versão com combustível fóssil dele.
A integração com o Android permitirá aos motoristas utilizar o assistente do Google para checar mudanças no clima, informações das redondezas, entre outras funções relacionadas à manutenção do veículo.
Além disso, a Volvo confirmou que os carros terão compatibilidade com smartphones com Android e iOS, permitindo que os usuários liguem seus iPhones nos carros e utilizem a função Apple CarPlay com eles.
Diferente de filmes anteriores da franquia “007”, onde o agente secreto britânico James Bond guiava um (ou nenhum) Aston Martin, em “007 – Sem Tempo para Morrer”, novo longa que estreia em 2020, estarão presentes nada menos que quatro carros da marca britânica de esportivos.
Além do clássico DB5 dos primeiros filmes, vão aparecer neste novo capítulo da franquia os modelos V8 Vantage Volante (usado pelo ator Timothy Dalton em “007 – Marcado para a Morte, de 1987) e o novo DBS Superleggera, modelo lançado no ano passado e que traz um motor 5.2 V12 de 725 cv.
Mas o destaque principal vai para o supercarro Valhalla, que está previsto para chegar ao mercado só em 2021 mas fará a sua estreia no filme do agente secreto. O carro que veremos no cinema será um protótipo, que provavelmente não terá ainda o conjunto motriz híbrido de 1.000 cv projetado para o modelo.
Um resgate nostálgico que sinaliza, ao mesmo tempo, uma necessidade de repensar a mobilidade. Dezoito anos depois de abandonar as ruas do Recife, um ônibus elétrico voltou a circular na capital pernambucana. O veículo, em fase de testes desde a última quarta-feira, circula na linha 2040/CDU-Caxangá-Boa Viagem e é operado pela empresa Mobi-PE. O coletivo passará 45 dias sendo testado e avaliado pela companhia, para que seja analisada a viabilidade de implementação do modelo na frota, a médio e longo prazo.
Zero poluente, o veículo é 100% elétrico e não consome combustível fóssil, diferente dos veículos que circulam atualmente na Região Metropolitana, abastecidos a diesel. Maior que um ônibus convencional e menor que um BRT, o coletivo tem capacidade para 80 passageiros. Contudo, como é um carro de testes, tem apenas 23 lugares para quem deseja ir sentado. Com autonomia para rodar 300 km por dia, ele é abastecido a cada três ou quatro horas, na garagem da companhia. Por enquanto, o teste está sendo feito com uma média de seis a oito viagens por dia.
A linha CDU-Caxangá-Boa Viagem foi escolhida por abarcar uma multiplicidade de público e de contextos de via. “É uma linha circular, que passa por vários bairros. Na Cidade Universitária, onde tem um público estudantil, pega também o pessoal do Hospital das Clínicas, da Avenida Recife, de Setúbal, da Imbiribeira. Também passa por engarrafamentos, área de lombada, tráfego misto, faixa azul. Então, conseguimos avaliar efetivamente o desempenho do carro”, explicou o diretor de operações da Mobi-PE, Djalma Dutra.
Serão avaliados se o veículo perde força, se é confortável para o passageiro, se consegue rodar de fato os 300 km, quanto consome de energia durante os engarrafamentos, entre outros quesitos. “Queremos ver também se a população irá perceber, entre outras questões, que o nível de vibrações dele é praticamente nulo”, disse o diretor. Os testes estão sendo realizados em parceria com a empresa chinesa Build Your Dreams (BYD), referência em energia limpa e maior fabricante global de veículos elétricos (de 2015 a 2018).
“Estudamos uma tecnologia que fuja um pouco do combustível fóssil. Sabemos que há um custo benefício, de uma forma geral, do financeiro ao sustentável nisso. Ainda que um ônibus tire de 30 a 40 carros das ruas, mas ele ainda polui. Queremos alternativas de energia limpa. Estamos em busca de uma tecnologia que possa, a médio e longo prazo, substituir ou compor a nossa frota”, detalhou Djalma Dutra. O veículo será avaliado semanalmente. A fábrica também faz um monitoramento, via digital, para monitorar o comportamento do carro todos os dias.
Capital pernambucana foi uma das pioneiras no Brasil
Ônibus elétrico não é uma novidade no Recife. A cidade é foi uma das primeiras do país a receber veículos desse tipo, ainda na década de 1950, se tornando vanguardista nesse tipo de mobilidade. A nova experiência, contudo, é bem diferente do antigo trolebús, pois a eletricidade é conduzida por meio de baterias que ficam acopladas no teto e perto das todas dos veículos. No passado, a energia era transmitida por cabos aéreos suspenso sobre todo o trajeto.
Esse tipo de coletivo começou a circular na cidade depois que o bonde elétrico saiu de cena. A responsável pela implementação do serviço era a Companhia de Transportes Urbanos (CTU), um órgão já extinto da prefeitura. Inicialmente, de acordo com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), eram 13 linhas servidas por 65 ônibus. Os veículos eram importados da Marmon-Herrington Automotive Company, de Indianápolis, nos Estados Unidos. Em 10 anos, a frota chegou a ter 140 veículos em 18 linhas.
“Recife era uma das poucas cidades no Brasil com esse tipo de veículo, ao lado de São Paulo, Ribeirão Preto e Araraquara. Ao longo do tempo, o sistema foi levado à degradação, pois usava uma tecnologia de rede aérea. Exigia uma subestação também”, lembra o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) Maurício Pina. O veículos trafegavam por vias como a PE-15, as Avenidas Rosa e Silva e Caxangá. O sistema deixou de operar nas ruas do Recife em 24 de setembro de 2001.
Hoje em dia, a tecnologia mudou. Pelo menos seis municípios do Brasil e 10 países no mundo usam ônibus elétrico em suas frotas. Dentre eles, Campinas e São Paulo. A mesma empresa que está fazendo testes no Recife tem 102 veículos no Chile e 56 na Colômbia. Na China, são 11 mil. “Hoje em dia a tecnologia avançou. Os veículos têm bateria suficiente para dar autonomia. É uma tecnologia do futuro. O combustível fóssil produzido a partir do petróleo está com os dias contados. Do ponto de vista ambiental, o ônibus elétrico não polui como os outros. Além disso, tem a questão de reduzir os custos, pois o elétrico tem mais facilidade de manutenção do que o a diesel”, explica Maurício Pina. Ele diz, entretanto, que mudar a frota toda é uma realidade que necessita de uma mudança radativa, o que pode levar alguns anos ainda.
Ao longo dos testes, um questionário será aplicado à população, que poderá dizer o que achou do veículo. Após os 45 dias, os resultados serão analisados pela Mobi, que definirá se começará um diálogo com a fábrica e o governo de Pernambuco para implementar o ônibus movido à eletricidade na frota.
Além do teste na linha CDU-Caxangá-Boa Viagem, o veículo poderá ser visto em dois eventos de grande porte realizados no estado. De 2 a 5 de outubro, o ônibus elétrico será utilizado durante o REC’n’Play, festival que acontecerá no Bairro do Recife, com mais de 300 atividades. Em novembro, estará à disposição da Conferência Brasileira de Mudanças Climáticas (CBMC), entre os dias 6 e 8, também no Bairro do Recife.
Prestes a ser oficialmente revelado, o Golf de oitava geração começa a mostrar sua face (pena que não será fabricado no Brasil)
Sempre que a Volkswagen prepara o lançamento de uma nova geração do Gol é a mesma história: muita especulação surge no meio automobilístico. Afinal, o Golf é seu carro de maior sucesso e o segundo mais vendido do mundo. O novo Volkswagen Golf Mk8 será revelado dentro de algumas semanas, mas a marca alemã fez questão de capitalizar um pouco em cima do mistério. Por isso, revelou alguns sketches (esboços) oficiais do novo Golf.
Os traços revelam que a Volkswagen redesenhou completamente o modelo da oitava geração, com uma nova carroceria e novo interior. Também haverá mudanças de motores, devido à eletrificação. Haverá mais ênfase na hibridação e redução no peso. O Golf atual está disponível como híbrido plug-in na versão GTE (que a Volks tardiamente lançará no Brasil).
O novo Golf manterá sua plataforma MQB, mas não será fabricado no Brasil. Não se sabe sequer se será importado, considerando que a Volks decidiu investir no híbrido da geração que está saindo de linha em todo o mundo. Quanto à nova geração, deverá ganhar mais motores a gasolina de três cilindros, com câmbios manuais de seis marchas e até de dupla embreagem. Também haverá algumas versões 1.5 turbo. O próximo Golf GTI manterá seu motor 2.0 turbo de quatro cilindros, com um pequeno aumento de potência.
Baseado no Corvette C7, o novo veculo da Genovation chega a 338,3 km/h, quebra recorde do Corvette C6 e se torna o carro mais rpido do mundo
O carro esportivo eltrico GXE, criado pela Genovation, quebrou o recorde mundial e se tornou averso eltricamais rpida do mundo ao atingir a velocidade de338,3 km/h. A corrida foi realizada na pista de cinco quilmetros noKennedy Space Center, na Flrida, com o piloto de testes de velocidade mxima Johnny Bohmer.
Baseado no Corvette C7 e com o desempenho superior ao C6, que em 2017 chegou aos 336,3 km/h, o novo detentor do recorde possui uma bateria de 60 kWh que dura um alcance mdio de at 209 quilmetros. E, ao contrrio de outras corridas de alta velocidade recentes que no foram oficialmente verificadas, a Genovation levou a International Mile Racing Association a registrar, testemunhar e certificar sua conquista.
O Genovation GXE substitui o V-8, de 6,2 litros, por cinco baterias otimizadas para o fornecimento de energia.Os pacotes so colocados estrategicamente no chassi para suportar uma distribuio de peso dianteiro e traseiro 50/50.Essas baterias alimentam um par de motores eltricos de 300 kW, girando um nico eixo de sada para uma potncia superior a 800 hp e 700 lb-ft de torque.
O que mantido com o Corvette – e talvez crtico para permitir essa velocidade mxima – a transmisso automtica de oito velocidades (como foi instalada no carro de registro) ou a transmisso manual de sete velocidades, tornando-o um dos poucos carros eltricos disponveis com trs deslocamento da alavanca.
A fibra de carbono usada extensivamente em todo o carro.O divisor dianteiro, o difusor traseiro e o para-choque traseiro personalizado so feitos de material leve.O mesmo acontece com as rodas, que raspam cerca de 10 libras (aproximadamente 5 kg) de massa no suspensa em cada canto.O veculopesa cerca de 4.500 libras, aproximadamente mil a mais que um Corvette Grand Sport padro.
Somente 75 unidades do carro eltrico Genovation GXE sero disponibilizadas aos amantes de velocidade. Eles custaro cerca de US$ 750 mil. As primeiras entregas eram esperadas at o final deste ano, mas no vo chegar at o incio de 2020.
Realizado a cada dois anos, o Tóquio Motor Show abre as portas ao público apenas em 24 de outubro. Algumas das novidades que serão vistas no evento japonês, que vai até 4 de novembro, já são divulgadas pelas marcas “locais”. Certamente outras serão exibidas só por ocasião da 46ª edição da feira.
A Nissan promete levar 14 modelos, entre eles o IMk, um novo carro-conceito zero emissão. Trata-se de um compacto urbano, construído sobre uma nova plataforma de veículos elétricos e dando pistas para o futuro do design da Nissan. Equipado com tecnologias avançadas ProPilot de assistência à condução e recursos que permitem conectividade ininterrupta.
O sedã esportivo Nissan Skyline Hybrid passa a ser equipado com o ProPilot 2.0, primeiro sistema de assistência ao motorista do mundo que combina condução assistida por navegação em via expressa com condução sem as mãos (hands-off). O sistema leva o carro a partir de uma rota predefinida, nas faixas de rodagem permitidas e desde que o motorista esteja pronto para assumir a direção quando necessário.
Vale ressaltar que o recurso hands-off não estará disponível em estradas com trânsito nos dois sentidos, túneis, estradas sinuosas, áreas de pedágio, faixas de convergência, ou áreas com um número decrescente de faixas e em áreas onde o controle manual seja uma exigência. Ao entrar em uma área da estrada onde o recurso hands-off não está disponível, o sistema emitirá um alerta antecipadamente, para que o motorista possa assumir o controle manual da direção do veículo.
Outro ainda mais esportivo, o GT-R será exibido na edição especial de aniversário de 50 anos do modelo, o Nissan GT-R 50th Anniversary, bem como o GT-R Nismo 2020. O primeiro contará com itens exclusivos no interior e exterior, além de combinações de cores em dois tons que fazem alusão às tradicionais carrocerias da marca. O Nismo, por sua vez, recebe novos turbocompressores, os mesmos utilizados no carro de competição GT3 2018, além de freios de fibra de carbono e cerâmica e novos componentes externos de fibra de carbono no teto, capô do motor e para-lamas frontais.
Honda
A Honda também prepara surpresas, entre carros e motos, como as estreias das novas gerações do Fit e do Accord. O novo compacto será mostrado pela primeira vez no mundo e, segundo a marca, passou por uma mudança completa nesta quarta geração, mantendo a cabine espaçosa. O modelo apresentará o sistema híbrido de dois motores. Já o sedã é novidade no Japão, porque já está à venda em outros mercados, como o norte-americano. Por lá estreia a versão híbrida.
A Honda atualizou o design do Freed, modelo vendido no mercado japonês, que apresenta um chassi compacto de fácil condução, cabine espaçosa, além de agregar a versão Crosstar, que, como seu nome sugere, tem design de estilo crossover.
Entre as motos, haverá a estreia mundial do CT125, um modelo-conceito desenvolvido com base na série Super Cub, a trail de baixa cilindrada CT 125. Voltada para o uso off-road, possui para-choque dianteiro e silenciador dianteiro em aço (acima do motor), um suporte traseiro amplo e grande, duto de entrada de ar de alta montagem e purificadores de ar laterais. Outras estreias mundiais são as elétricas Benly e: (scooter comercial) e Gyro e: (scooter de três rodas).
Mitsubishi
A Mitsubishi fará a estreia mundial do protótipo de SUV compacto híbrido plug-in que reúne as tecnologias de eletrificação com o controle de tração nas quatro rodas. O Mi-Tech apresenta sistema de transmissão híbrido de veículo elétrico (PHEV) mais leve e um sistema elétrico de quatro motores com tração nas quatro rodas e assistência avançada ao motorista com sistemas de segurança ativos.
Outra estreia mundial será da nova geração do SUV Super Height K-Wagon Concept, de amplo espaço interno e dotado com o sistema MI-Pilot, de sistemas avançados de segurança.
Suzuki e Toyota
A Suzuki, que comemora seu 100º aniversário em 2020, apresentará iniciativas no desenvolvimento de produtos e tecnologias para abrir um “grande futuro” para os próximos 100 anos. Entre as novidades estarão dois conceitos, daqueles que nada têm a ver com o gosto do brasileiro. O Waku SPO é um compacto híbrido plug-in. O Hanare é considerado uma sala móvel de condução autônoma, onde todos podem usar o tempo de transporte e o espaço confortável de maneira eficaz. Esse protótipo é baseado em robótica avançada e inteligência artificial.
Da Toyota, o que se espera é que a marca apresente um SUV compacto que servirá de inspiração para o modelo a ser produzido na fábrica de Sorocaba (SUV). Recentemente foi anunciado um investimento de R$ 1 bilhão para essa planta, que vai fabricar um novo modelo no Brasil.
Esta semana não vos vou falar de viagens mas daquilo que utilizamos para chegar aos nossos locais de sonho, ou seja de automóveis. Durante duas décadas os motores a gasóleo foram dominantes na Europa. Proporcionavam baixos consumos e carros agradáveis de conduzir. Agora são apontados como a fonte de todos os males mas eliminá-los liminarmente pode fazer mais mal que bem. Vejamos porquê.
O escândalo dieselgate, em 2015, esteve para a indústria automóvel como o terramoto de 1755 para a cidade de Lisboa: da arquitectura até aí prevalecente não ficou pedra sobre pedra. Uma vez descoberto que o grupo Volkswagen, então o maior construtor mundial, tinha montado um esquema informático para adulterar a leitura das emissões gasosas, nomeadamente no cobiçado mercado norte-americano, as normas anti-poluição foram revistas e a própria VW teve que empreender uma travessia do deserto que passou pela limpeza da imagem (incluindo a mudança de logótipo) e pela conversão ao credo verde, lançando na edição deste ano do Salão Automóvel de Frankfurt o ID3, primeiro modelo 100% eléctrico da marca projectado de raiz.
Normas ambientais mais severas
Como não há sismo sem réplicas, a União Europeia aprovou normas antipoluição muito mais severas (nomeadamente no que respeita aos gases com influência no efeito de estufa, caso do CO2) nos termos das quais os fabricantes pagarão a partir de 2020 pesadas multas se na média ponderada dos novos carros vendidos os valores-limite forem ultrapassados. Entretanto e dando continuidade às queixas dos consumidores, a norma de homologação dos consumos mudou, passando a seguir o protocolo WLTP (Worldwide Harmonized Light Vehicles Test Procedure – metodologia de avaliação dos veículos ligeiros à escala mundial).
Como quase tudo na vida o WLTP é um pau de dois bicos. Por um lado, aproxima um pouco mais os valores de consumo testados em laboratório da realidade observada no dia-a-dia. Por outro, ao constatar consumos maiores, põe os novos carros na linha de mira da fiscalidade, designadamente em Portugal.
Marcas podem sair da Europa
Que vão fazer os fabricantes? Tal como o Marquês de Pombal a seguir à ruína de Lisboa, vão tentar enterrar os mortos e cuidar dos vivos. Para algumas marcas, esmagadas por multas e penalizações, poderá dar-se o caso oposto já em 2020. Como alertou esta semana João Seabra, diretor-geral da KIA Portugal, por ocasião da apresentação do novo modelo XCeed, alguns fabricantes poderão optar por deixar de vender na Europa e outros por tentar repercutir as perdas nos preços de venda ao público.
Como nenhum dos dois cenários augura nada de bom para o consumidor, que poderemos esperar? Ou, dito de outra forma, que pensa a indústria fazer perante a aproximação de tempos de incerteza?
As estratégias diferem mas o seu ponto comum é introduzir no portfólio das marcas um número maior de veículos electrificados, sejam estes híbridos (carregáveis na ficha, ou não) ou totalmente eléctricos, de forma a baixar a média das emissões dos veículos vendidos.
Crentes e agnósticos
Dizê-lo é mais fácil que fazê-lo, tanto mais que a conversão ao credo verde agora dominante tem diversas leituras. Há os fundamentalistas, como a Toyota ou a Volvo que anunciaram o fim do diesel nas novas viaturas ligeiras (o que no caso da marca nipónica não se aplica aos comerciais: pick-ups, furgões, etc). Há os crentes de primeira hora como a Nissan que, tendo sido pioneira em 2010 no lançamento de carros 100% eléctricos com o Leaf, não necessita de provar a sua fé. Não cortando de vez com o gasóleo, aposta em novos motores a gasolina, em particular os sobrealimentados de três cilindros e 1300 cm3 desenvolvidos em parceria com a Mercedes e a Renault que vão equipar do Micra ao novo Juke e do Qashqai ao X-Trail. E há, como no tempo de Blair e de Schroeder, os defensores da terceira via, ou seja, neste caso, nem caça ao diesel nem hossanas ao admirável mundo eléctrico.
É o caso da Kia que juntamente com a Hyundai integra o principal construtor sul-coreano. A estratégia é não matar os motores a gasóleo cedo demais porque, como referiu João Seabra, a diabolização do diesel na Europa teve um efeito perverso em termos ambientais. Os consumidores viraram-se para os motores a gasolina e estes, sendo termicamente menos eficientes, emitem sempre mais dióxido de carbono que os equivalentes a gasóleo: as leis da física, particularmente as da termodinâmica são o que são, independentemente das modas e dos gostos.
Há sinais, dos quais tem dado eco, por exemplo, a imprensa francesa, de as emissões de estufa estarem a subir, o que é o oposto do pretendido. Acresce que as carroçarias neste momento no goto dos consumidores são as dos SUV e Crossover (à volta de 48% das vendas na Europa). São mais vistosas, têm mais espaço e posição de condução mais elevada mas sendo estas viaturas mais altas e menos aerodinâmicas gastam mais combustível, logo emitem mais CO2.
Assim surge uma razão suplementar para os fabricantes se verem e desejarem em matéria de redução de emissões: os carros que as pessoas (ainda) querem comprar são os que contribuem mais para a degradação climática.
O regresso da Terceira Via
Aquilo que designei como terceira via (por analogia com os políticos que, no final da década de 90, quiseram criar um caminho intermédio entre a economia de mercado e a planificada) tenta a quadratura do círculo: continuar a fabricar SUV, parte dos quais a gasóleo, sem com isso ser penalizado ambiental, fiscal e ideologicamente.
Como? Sem prejuízo de apostarem também na gasolina, no híbrido e no eléctrico no conjunto da gama, voltam à ideia dos primeiros carros híbridos, melhorando-a tecnologicamente. Os primeiros híbridos como o Honda Insight tinham motor térmico e alguma ajuda eléctrica dada por um motor/gerador. Acumulados numa bateria recarregável (na desaceleração ou travagem do carro) alguns cavalos suplementares mas pouco duradouros auxiliavam nas subidas, ultrapassagens, etc. O efeito no consumo era algum mas sem comparação com o observado nos híbridos desenhados de raiz como o Toyota Prius, onde a tracção era sempre eléctrica e o motor térmico auxiliava o eléctrico e/ou ajudava a recarregar a bateria. Esta solução, designada como o híbrido em paralelo, é mais eficiente mas também mais complexa e cara.
Híbrido mas não muito
Com a tecnologia “mild hybrid” (que se pode traduzir por hibridação ligeira) o que a Kia faz é manter o motor a gasóleo, acrescentando-lhe uma bateria recarregável em andamento de 49 V e sistemas de recuperação de energia na travagem e desaceleração. O alternador e o motor de arranque são substituídos por uma geringonça (coisa de sucesso garantido nos tempos que correm) que é também motor eléctrico auxiliar. Os cavalos suplementares guardados na bateria são lançados a galope em situações de aceleração franca (ultrapassagens, subidas, etc), funcionando como uma espécie de segundo turbo de efeito efémero. Ou seja e ao contrário dos híbridos propriamente ditos, as vantagens do “mild hybrid” fazem-se sentir na estrada e não tanto na cidade.
A solução é mais simples e barata que um híbrido integral e é vista com bons olhos pelo sistema fiscal, nomeadamente pelo português, que, perante uma redução anunciada de 15% nas emissões e de 5% no consumo, desonera o imposto a pagar em 40%, ou seja o carro custa o que custaria se fosse só a gasóleo.
Tanto quanto me foi possível observar num primeiro contacto com o Kia Sportage, do ponto de vista da condução, do espaço a bordo ou do equipamento não há grandes diferenças relativamente ao turbodiesel anterior. Há uma melhor resposta em aceleração e uma incidência, ainda que relativamente marginal, no consumo: num carro praticamente novo observei valores de 7 a 8 litros de gasóleo aos cem após percursos em estrada, auto-estrada e cidade.
Não é uma revolução mas também nunca foi isso que as “terceiras vias” prometeram. Mas sempre se evita que o distinto engenheiro germânico Rudolf Diesel [inventor do motor homónimo] nos fique a rogar pragas a partir do além.
Quanto a preços o Kia Sportage “mild hybrid” vai dos € 31990 (115 cavalos) aos 35290 (136 cv), havendo que contar com mais € 1000 se optarmos pela eficiente caixa automática de sete velocidades. A campanha de lançamento em vigor baixa em cerca de € 4500 aqueles valores de venda.
Um projeto de lei em discussão no Senado Federal pode colocar um fim ao comércio de carros movidos por motores a combustão. No entanto, a data proposta está muito longe para boa parte dos motoristas atuais: 2060. Essa é a proposta do PLS 454/2017, que estava tramitando na Comissão de Assuntos Econômicos.
Nessa comissão, o projeto de lei teve parecer favorável para execução e agora ele está sendo debatido pelos senadores da Comissão do Meio Ambiente (CMA). O texto prevê que somente os carros movidos a gasolina e diesel, ou seja, derivados do petróleo, tenham suas vendas encerradas daqui a 40 anos.
Os veículos movidos por combustíveis alternativos, como etanol e hidrogênio, por exemplo, continuariam a ser vendidos no país. No entanto, para alcançar essa meta, a proposta é que haja uma redução gradual no percentual de veículos a combustão com gasolina e diesel nos próximos anos.
Pelo projeto, 90% das vendas serão de carros com motores a combustão em 2030. Em 2040, esse percentual cairia para 70% e em 2050, apenas 10% do total. A proposta para o Brasil é semelhante a que vem sendo adotada por outros países. A Holanda, por exemplo, quer acabar com os carros a combustão (gasolina e diesel, essencialmente) em 2025.
A Noruega vai pelo mesmo caminho, enquanto Alemanha e França planejam fazer o mesmo por volta de 2030. Até a Índia, um país com baixa motorização por habitante, quer eliminar as vendas de carros a gasolina e diesel no mesmo ano, seguindo assim uma tendência mundial de conversão da frota atual para carros elétricos ou abastecidos de outra forma.
Nesse caso, o hidrogênio aparece como solução alternativa ao carro elétrico em alguns países, mas poucos fabricantes apostam nisso agora. Toyota, Honda e Hyundai são os únicos que já comercializam carros com esse combustível. O etanol surge como outra opção, mas o mesmo só é difundido no Brasil. O GNV ainda é outra opção para algumas regiões.
A quinta geração de internet móvel está chegando, o que promete melhorar ainda mais os sistemas de comunicação de veículos autônomos. O setor vem se desenvolvendo rapidamente nos últimos anos e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio, em 2020, podem ser uma grande vitrine para mostrar que esse é um meio de transporte confiável e está pronto para ser usado em eventos desse porte. É o que a Toyota pretende fazer com 20 veículos elétricos e-Pallete, que serão usados para transportar os atletas.
Cada um das vans percorrerá a vila olímpica a 20 km/h, ao longo de um circuito preestabelecido. O sistema é compatível com o SAE Nível 4, um abaixo da automatização total, o que lhe permite navegar por toda a área por conta própria — no mesmo patamar dos carros da Waymo. Mas, para evitar acidentes, as unidades terão a presença de um condutor de segurança.
A Toyota afirma que os atletas e paratletas foram consultados para entender suas necessidades. Os veículos podem levar até quatro passageiros de cadeiras de rodas simultaneamente e inclui uma rampa retrátil para facilitar e agilizar o embarque. O interior das vans contam com um esquema de cores para ajudar os daltônicos.
Além dessa novidade, a Toyota deve apresentar uma versão menor do e-Pallete, chamada de Robô de Suporte de Campo, criado para carregar objetos de arremesso de peso e dardos.