quinta-feira, outubro 10, 2024
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Audi Q5 híbrido plug-in é sonho de consumo de meio milhão

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Audi Q5 Sportback TFSIe Plug-in Hybrid

Foto: Sposito Studio / Audi

Quando o carro é bom, não importa o preço. Essa teoria vale para o novíssimo Audi Q5 TFSIe 55, primeiro híbrido plug-in da marca alemã. O carro chegou ao país em quatro versões (duas SUV e duas Sportback) e, a despeito de seu preço, que pode ultrapassar meio milhão de reais, já é um sucesso de vendas.

Já dirigimos o Audi Q5 Plug-in Hybrid sua versão mais bonita e mais equipada, a Sportback Performance Black, que custa R$ 502.990. O carro é um sonho de consumo. Não apenas pelas linhas de design sofisticadas, esportivas e modernas, combinando com um carro de porte médio, como pela tecnologia do sistema híbrido.

Trata-se de um SUV cupê, mas a Audi prefere chamar de Sportback. Um bom diferencial para o carro que tem uma queda no teto já um pouco antes da coluna C, terminando com um porta-malas alto e imponente.



Audi Q5 Sportback TFSIe Plug-in Hybrid

Audi Q5 Sportback TFSIe Plug-in Hybrid

Foto: Sposito Studio / Audi

O porta-malas do Audi Q5 Sportback é um pouco menor do que o do Q5 SUV: 455 litros contra 165 (ou 1.365 litros contra 1.405 com os bancos rebatidos). O design mais emocional faz deste SUV cupê um carro com pretensões esportivas. E ele entrega alguma esportividade, dependendo do modo de condução escolhido pelo motorista.

No roteiro de estrada que fizemos entre São Paulo e Holambra, o Audi Q5 TFSI consumiu rapidamente os 17,9 kWh da bateria, que o permitem rodar de 56 a 62 km no modo totalmente elétrico. O carro, entretanto, oferece boa capacidade de regeneração por meio dos ajustes que podem ser feitos no display central.

O sistema híbrido plug-in do Audi Q5 (PHEV) dispõe de um motor 2.0 turbo de 252 cv e 370 Nm e um motor elétrico de 143 cv (105 kW) e 350 Nm, que pode funcionar de forma independente até 135 km/h. A potência combinada é de 367 cv e o torque combinado é de 500 Nm. Com essa cavalaria toda, o Audi Q5 Plug-in Hybrid se torna uma fera na aceleração. Ele responde muito rapidamente às solicitações do pedal do lado direito e vai de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos.



Audi Q5 Sportback TFSIe Plug-in Hybrid

Audi Q5 Sportback TFSIe Plug-in Hybrid

Foto: Sposito Studio / Audi

O interessante do Audi Q5 TFSIe é a grande versatilidade que oferece no uso. É possível, por exemplo, chegar até 135 km/h somente com o motor elétrico, desde que a aceleração seja suave e constante. Basta pisar fundo no pedal do acelerador, entretanto, para que o motor a combustão também entre em funcionamento, entregando mais potência.

O painel de instrumentos valoriza o uso do motor elétrico. No lugar onde fica normalmente o conta-giros está um marcador que mostra a porcentagem de potência utilizada durante a condução. Tudo é bastante intuitivo no sistema híbrido porque luzes e faixas laranjas significam que o carro está usando o motor a combustão, enquanto as luzes e faixas verdes significam que o motor elétrico está em funcionamento. O conta-giros do motor 2.0, minúsculo, é mostrado numa barra no pé do visor esquerdo.

A bateria pesa 143 kg e permite carregamento em tomada doméstica de 1,8 kW (8 Ah) ou em tomada industrial de 7,2 kW (32 Ah). Há níveis de regeneração que podem ser controlados pelo motorista. Quando o motorista tira o pé do pedal do acelerador, o carro tem uma redução de velocidade de 0,1g e recupera até 25 kW de energia. Quando freia, a redução é de 0,2g e a recuperação chega a 80 kW.



Audi Q5 Sportback TFSIe Plug-in Hybrid

Audi Q5 Sportback TFSIe Plug-in Hybrid

Foto: Sposito Studio / Audi

Durante nosso test drive choveu a maior parte do tempo, por isso rodamos no modo Comfort, com a suspensão mais mole, que é a condição ideal para rodar em pisos molhados. Em alguns trechos secos conseguimos endurecer a suspensão e reduzir a relação de marchas acionando o modo Dynamic. De qualquer forma, o Audi Q5 TFSIe conta com o novo sistema de tração integral Quattro Ultra.

O SUV cupê da Audi roda primordialmente com tração dianteira, mas o sistema é inteligente e fica o tempo todo monitorando a necessidade do motorista, para oferecer mais tração no eixo dianteiro ou no eixo traseiro. Quando não precisa de tração traseiras, o sistema Quattro Ultra desacopla o eixo cardã. A suspensão é independente, multilink.

O primeiro Audi híbrido plug-in traz itens de segurança como piloto automático adaptativo, aviso de saída de faixa e Side Assist, que reúne três funções: assistente de tráfego reverso, alerta de tráfego na abertura da porta e monitor de ponto cego. É um carro quase perfeito, com ótima posição de dirigir, conforto superior, acabamento primoroso e rodagem macia ou mais dura, dependendo da necessidade – inclusive há o modo Off Road, afinal, trata-se de um SUV.

Como é um Audi, há alguns mimos surpreendentes, como as lanternas traseiras com tecnologia OLED. Com elas, o cliente pode escolher entre três tipos de assinatura para seu Audi Q5. A multimídia é excelente, mas a sintonia de estações de rádio que não estão gravadas no sistema é meio complicada.



Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Segundo a Audi, do lote inicial de 297 unidades do Q5 Plug-in Hybrid, 258 já foram emplacadas. O carro é fabricado em San José Chiapa, no México, e ajudou a Audi a melhorar sua média de eficiência energética dentro do programa Rota 2030, que oferece vantagens fiscais para as montadoras que atingem suas metas. 

Preços do Audi Q5 TFSIe 2023

Audi Q5 SUV PHEV Performance – R$ 447.990

Audi Q5 SUV PHEV Performance Black – R$ 472.990

Audi Q5 Sportback PHEV Performance – R$ 477.990

Audi Q5 Sportback PHEV Performance Black – R$ 502.990


Os números (Sportback)

Preço: R$ 477.990 ou R$ 502.990

Motor: 2.0 turbo + 1 elétrico de 105 kW

Potência combinada: 367 cv (265 cv + 143 cv)

Torque: 370 Nm (combustão) e 350 Nm (elétrico)

Torque combinado: 500 Nm

Câmbio: 7 marchas AT

Tração: 4×4 sob demanda

Comprimento: 4,682 m

Largura: 1,893 m

Altura: 1,659 m

Entre-eixos: 2,819 m

Vão livre entre eixos: n/d

Altura mínima do solo: n/d

Ângulo de entrada: 20°

Ângulo de saída: 21°

Ângulo de rampa: n/d

Pneus: 255/40 R20 (d) e 255/45 R20 (t)

Peso: 2.075 kg

Tanque: 54 litros

Porta-malas: 455 litros

0 a 100 km/h: 5s3

Velocidade máxima: 239 km/h

Vel. máxima modo elétrico: 143 km/h

Capacidade da bateria: 17,9 kWh

Autonomia cidade: 18,0 km/l

Autonomia estrada: 16,0 km/l

Alcance elétrico: 56 a 62 km

Alcance total: 972 km (cid)

Emissão de CO2: 41 g/km

Carro elétrico bate recorde de aceleração de 0 a 100 km; assista a vídeo

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De acordo com a equipe, este seria é o mesmo patamar atingido por naves espaciais na reentrada da atmosfera terrestre




Carro da Green Team, que atingiu recorde mundial de aceleração

Foto: Reprodução / YouTube GreenTeam Uni Stuttgart

Estudantes da equipe Green Team, ligada à Universidade de Stuttgart (Alemanha), quebraram o recorde mundial de aceleração com um carro elétrico, que conseguiu ir de 0 a 100 Km em apenas 1,46 segundo. O momento histórico foi fllmado e disponibilizado no YouTube.

De acordo com a equipe, este seria é o mesmo patamar atingido por naves espaciais na reentrada da atmosfera terrestre. O carro usado na tentativa foi o E0711-11Evo, voltado a pistas de corrida e projetado pelos estudantes.

Segundo o livro Guinness World Records, a marca foi obtida em uma pista de Renningen, em Stuttgart, em 23 de setembro. O recorde anterior era da equipe suíça AMZ, que havia superado em 2016 outro recorde do Green Team, com um veículo que foi de 0 a 100 Km/h em 1,51 segundos.

Já a nova marca foi atingida na segunda tentativa. Na primeira, houve problemas técnicos que inviabilizaram os testes, o que levou a mais de um ano de preparação para atingir a meta.

A novidade ajuda a sepultar um mito antigo: de que carros elétricos não são rápidos. Comercialmente já temos o caso do Tesla Roadster, capaz de ir de 0 a 100 Km/h em apenas 1,9 segundos. Outros veículos da fabricante de Elon Musk não são tão velozes, mas atingem 100 Km/h com rapidez e facilidade.

Carros híbridos no Brasil; saiba quais são os preços e modelos

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Veja as opções de carros híbridos no Brasil, bem como as principais características dos modelos vendidos na categoria (Foto: Divulgação)

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Veja as opções de carros híbridos no Brasil, bem como as principais características dos modelos vendidos na categoria (Foto: Divulgação)

Os eletrificados se aproximam das 100 mil unidades emplacadas no país e a grande maioria das unidades vendidas são os veículos de propulsão mista. Veja as opções de compra de carros híbridos no Brasil, bem como suas vantagens e desvantagens.

Veja as opções de carros híbridos no Brasil, bem como as principais características dos modelos vendidos na categoria (Foto: Divulgação)

Carros híbridos no Brasil: modelos são responsáveis por impulsionar a categoria de eletrificados

De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, a ABVE, o Brasil emplacou 4.073 veículos leves eletrificados em junho, totalizando nada menos do que 20.427 no primeiro semestre de 2022. O mercado de eletrificados (veículos 100% a bateria e híbridos leves) cresceu 47% no 1º semestre de 2022 sobre o mesmo período de 2021 (20.427, contra 13.899).

Manteve, assim, a curva de crescimento exponencial característica dos últimos dois anos, em contraste com a retração do conjunto do mercado doméstico.

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Com os números de junho, o total da frota nacional de leves eletrificados (HEV, PHEV e BEV) chega a 97.569 veículos, devendo passar de 100 mil nas próximas duas semanas.

Ainda de acordo com a entidade se o 2º semestre mantiver a atual tendência, o Brasil baterá novo recorde e emplacará este ano mais de 40 mil eletrificados, ou, no mínimo, 17% acima de 2021 (34.990).

Para método de comparação, do total de veículos eletrificados emplacados 83,37% (17.032), são da categoria de híbridos, sejam eles leves ou plug-in.

O segmento dispõe de boas opções de modelos disponíveis no mercado nacional. Porém, o fator negativo que ainda prejudica a popularização dos modelos é o alto preço de investimento.

Um Corolla Cross por exemplo, é comercializado em configurações a combustão e híbridas, e levando em consideração a mesma versão a diferença de preço chega a ser 7% mais cara para a versão híbrida.

Porém, o lado vantajoso é que tal investimento pode ser recuperado a longo prazo, uma vez que os carros híbridos têm como principais características a economia de combustível aliada ao fator da sustentabilidade, uma vez que também são menos poluentes.

Abaixo estão os carros híbridos mais vendidos do mercado nacional conforme o mais recente levantamento da ABVE. confira quais são os modelos, preços e consumo médio de combustível de cada um deles.

Toyota Corolla Cross XRV Hybrid

O SUV derivado do sedã é ofertado em duas versões com motorização híbrida e o preço inicial das configurações é de R$ 198.290.

Ele tem um motor a combustão de 1.8 litros que gera 101 cv de potência e 14,5 kgf,m de torque. Já os dois motores elétricos rendem mais 72 cv de potência e 16,6 kgf,m de torque.

No que diz respeito ao consumo de combustível o desempenho é de 17 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada, em média. É válido lembrar que assim como os demais veículos da Toyota, o SUV conta com o sistema híbrido flex, ou seja, pode ser abastecido tanto com gasolina, quanto com etanol.

Toyota Corolla Cross (Foto: Divulgação)

Toyota Corolla Altis Hybrid

Entre os carros disponíveis está o sedã da montadora japonesa que é vendido em duas versões com motorização híbrida. A mais acessível tem preço de R$ 179.390.

O carro tem um motor a combustão de 1.8 litros que gera 101 cv de potência e 14,5 kgf,m de torque. O propulsor atua em conjunto com um motor elétrico que rende mais 72 cv de potência e 16,6 kgf,m de torque.

Sobre o consumo de combustível, com etanol, na cidade, o carro faz de 10,9 km/l e 9,9 km/l na estrada. Já com gasolina, os dados são de 16,3 km/l e 14,5 km/l, na cidade e na estrada, respectivamente.

Toyota Corolla (Foto: Divulgação)

Volco XC60

O XC60 é o primeiro carro da lista a dispor do sistema híbrido plug-in, onde o carregamento das baterias não funcionam através de regeneração de energia como acontece com os carros da Toyota.

Nesse caso o SUV necessita de uma fonte de alimentação externa. O carro tem preço de R$ 389.960 em sua versão mais barata.

No modo totalmente elétrico o carro dispõe de uma autonomia de 78 km. O modelo tem um motor 2.0 movido a gasolina que gera 320 cv de potência e 40,8 kgf,m de torque.

O motor elétrico rende mais 87 cv e 24,5 kgf,m. Dessa forma o SUV tem uma potência combinada de 407 cv.

No ciclo urbano o consumo médio é de 19,2 km/l enquanto no rodoviário é de 20 km/l.

Volvo XC60 Hybrid (Foto: Divulgação)

BMW X5 XDrive

O SUV de luxo tem preço de R$ 649.949 e tem uma autonomia de até 87 km no modo puramente elétrico. O carro tem uma potência combinada de 394 cv e torque de 600 Nm. O de 0 a 100 km/h é feito em 5,6 segundos.

Sobre o consumo de combustível o carro atinge 19,4 km/l na cidade e 20,7 km/l na estrada.

BMW X5 (Foto: Divulgação)

Kia Stonic MHEV SX

Por fim, a lista também é composta pelo Kia Stonic que tem preço inicial de R$ 146.990. O carro conta com motor Kappa de 3 cilindros, turbo GDI de 1 litro que atua em conjunto com o sistema híbrido MHEV 48V, capaz de gerar 120 cv de potência e torque de 20,4 kgm.

Segundo dados do Inmetro o carro tem um desempenho de 13,7 km/l na cidade e de 13,8 km/l na estrada, sempre abastecido com gasolina.

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Kia Stonic (Foto: Divulgação)

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Nicole Santana

Nicole SantanaJornalista e especialista em comunicação empresarial, com bagagem de mais de três anos atuando ativamente no setor automotivo e premiada em 2016 por melhor reportagem jornalística através do concurso da Auto Informe. Atualmente dedica-se à redação do portal Garagem 360, produzindo notícias, testes e conteúdo multimídia sobre o universo automobilístico.



Carro elétrico com 1.000 km de autonomia? Conheça o truque do Hopium Machina 

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Uma nova empresa do ramo automotivo acredita que o futuro dos carros passa pela combinação de motores elétricos e hidrogênio. Trata-se da francesa Hopium, que estreia no concorrido mercado de veículos de luxo com o Machina. 

Com preço de partida de 120 mil euros, pouco mais de R$ 620 mil na cotação atual, o público alvo do veículo é restrito e repleto de alternativas atraentes apresentadas por marcas mais estabelecidas. De início, a diferença do modelo frente aos demais começa na motorização.

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Na frente, temos a célula de combustível de hidrogênio e dois motores elétricos ficam posicionados em cada extremidade do carro. Tanques posicionados no centro do carro e sob os bancos dianteiros armazenam o hidrogênio:

Imagem: Hopium/Divulgação

Apesar de não ter revelado muitos detalhes sobre o Machina, a fabricante diz que essa configuração gera 486 cavalos, o suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 5 segundos e atingir até 230 km/h.

Alcance de sobra e menos peso

O grande trunfo do carro é o seu alcance. Segundo a Hopium, são 1.000 km (ou 620 milhas). O reabastecimento com hidrogênio também leva menos de 3 minutos, muito menos que uma recarga convencional.

Outra vantagem se comparado a veículos movidos a bateria é o peso. Enquanto o Machina conseguiu ficar abaixo da faixa de 2.000 kg, rivais como o Lucid Air chegam a pesar mais de 2.400 kg (O Tesla Model S pesa cerca de 2.200 kg).

Carro elétrico Hopium Machina.
Os pneus do Machina são feitos sob medida pela Bridgestone. Hopium Machina. Imagem: Hopium/Divulgação

O visual também é chamativo, com linhas suaves e rodas largas. Já o interior, mantém o tom elegante da carroceria, com quatro assentos individuais e uma tela mais discreta no painel.

Interior do Hopium Machina.
Interior do Hopium Machina. Imagem: Hopium/Divulgação

Veja também:

A pré-venda do Machina, aberta desde o ano passado, já conta com mais de mil reservas. O plano da Hopium é começar a fabricar o modelo a partir de 2025 na Normandia, norte da França.

No fim, sua tecnologia é uma alternativa viável, porém, ainda depende do avanço de infraestrutura para atender os carros a hidrogênio. Uma das desvantagens para quem procura um veículo dessa categoria no Brasil, por exemplo, é a falta de uma rede robusta de reabastecimento. O que se repete no exterior.

A boa notícia é que isso deve mudar por aqui nos próximos anos. Segundo a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), o plano é disponibilizar 900 estações de hidrogênio no país até 2030. 

Imagem principal: Hopium/Divulgação

Via: Autocar

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Carro híbrido leve deveria ser considerado um veículo eletrificado? – 02/08/2022

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Pesquisas recentes apontam que cerca de 60% dos brasileiros pretendem comprar um carro elétrico no futuro. A questão é saber quando será esse “futuro”, uma vez que o preço dos carros que dispensam o combustível líquido ainda é muito restritivo no país. A alternativa das montadoras, em sua maioria, principalmente nos mercados emergentes, é nas tecnologias híbridas, que somam um ou mais motores elétricos ao propulsor principal, a combustão.

O custo para a produção de um carro híbrido ainda é bem menor quando comparado com um modelo 100% elétrico. Mas, mesmo dentro da opção híbrida, há grandes diferenças de valores, dependendo da tecnologia escolhida.

Durante o lançamento do novo Kia Sportage, os executivos da marca sul-coreana mostraram um dado interessante que conta o porquê de muitas montadoras estarem optando pela tecnologia Mild Hybrid Electric Vehicle (MHEV 48V), ou híbrido leve.

Segundo a Kia, o MHEV representa um custo extra de 700 euros (R$ 3.682 na cotação atual), se comparado com o mesmo carro a combustão. Isso, claro, é o valor na fábrica, antes das tributações e outros insumos.

Já para produzir um híbrido full (HEV) é necessário um acréscimo de aproximadamente 3 mil euros (R$ 15.780) e mais de 7 mil euros (R$ 36.821) se a tecnologia escolhida for a do híbrido plug-in (PHEV). Os valores “extras” desses sistemas podem ser compensados com uma economia bem superior de combustível ao longo dos anos, principalmente para quem roda muito com o veículo.

Diante desses valores e vantagens, dá para entender porque muitas montadoras estão adotando e vão adotar o MHEV. Essa tecnologia não depende de uma infraestrutura de carregadores elétricos e têm uma manutenção bem mais simples se comparada com outras tecnologias híbridas e ainda celebra a favor da nova fase do Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores.

O Grupo Caoa anunciou recentemente a eletrificação de toda sua gama, sendo que a maioria dela adota o MHEV 48V como alternativa ao motor a combustão puro. Outro lançamento que movimentou o mercado neste mês foi a chegada da quinta geração do Kia Sportage. O SUV também opta pelo sistema híbrido leve. Até o final do ano ouviremos falar muito dessa tecnologia com lançamentos em praticamente todas as montadoras.

Funcionamento

Mas como atua o MHEV? Ele realmente economiza combustível como os outros sistemas híbridos já conhecidos no mercado? Fomos até Araxá, no interior de Minas Gerais, para testar o novo Sportage e saber como funciona essa tecnologia de eletrificação.

O funcionamento do MHEV não se diferencia muito do híbrido full que conhecemos bem nos carros da Toyota. Trata-se de uma bateria que joga energia para o motor elétrico e que auxilia o motor a combustão em momentos de necessidade de força. Nos dois sistemas não é preciso recarregar a bateria na tomada, elas regeneram a energia cinética do carro em momentos de frenagem e também com auxílio do motor a combustão.

No caso do MHEV a autonomia em modo 100% elétrico praticamente não existe. O gerador elétrico acoplado ao motor a combustão, como um alternador, é acionado para dar a partida no carro e volta a ser usado quando o conjunto mecânico precisa de mais força, como nas subidas, ultrapassagens e acelerações mais vigorosas.

É como um “empurrão” de leve que o sistema oferece ao motor convencional. Ele recebe energia de uma bateria de 48V instalada no porta-malas, onde ficaria o pneu reserva (o Sportage oferece um kit de reparo de pneus)

Ainda no caso do Kia Sportage, o sistema de comando do motor a combustão é composto por DOHC de 16 válvulas e por E-CVVT, acrescido do Comando de Válvulas de Duração Variável (CVVD), que propicia o modo de condução Velejar, desligando o propulsor por completo em situação de rodagem plana e, por consequência, a economicidade de combustível; assim como todo o sistema híbrido do Sportage entra em ação quando o veículo enfrenta uma descida, poupando o motor a combustão, ou em subidas, quando o powertrain necessita de mais força, sempre priorizando a eficiência de consumo e menores índices de emissões.

O conjunto do motor está acoplado ao câmbio automático de 7 velocidades e dupla embreagem DCT. Com essa configuração, o Sportage – segundo dados do Inmetro – registrou desempenho de 11,5 km/l na cidade e de 12,1 km/l na estrada, sempre abastecido com gasolina.

Além de uma melhor eficiência no consumo (mesmo que discreta) e melhor desempenho, o MHEV tem os benefícios fiscais dos modelos híbridos full e até mesmo de 100% elétricos (em alguns estados da Federação). E ainda fica de fora do rodízio de placas na cidade de São Paulo.

Talvez sejam esses incentivos os principais atrativos dos carros MHEV. A redução do consumo de combustível é muito discreta se comparados com outros sistemas híbridos. Para citar dois exemplos: o Corolla Cross Hybrid faz uma média de 18,9 km/l na cidade, enquanto o Sportage faz 11,5 km/l. O novo Compass 4xe faz cerca de 25 km/l no mesmo ciclo. São carros do mesmo porte, tecnologias híbridas distintas e preços também muito diferentes. Cabe ao consumidor escolher a eletrificação que cabe no bolso.

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* Colaborou Bruno Vasconcelos para a coluna



Os 10 carros encalhados em setembro no Brasil

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A General Motors demorou muito para lançar o Bolt no Brasil, o que pode justificar o baixo volume de vendas do modelo
Chevrolet/Divulgação

Muito se falou dos modelos mais emplacados no mercado brasileiro em setembro, com destaque para a picape Fiat Strada e o hatch compacto Hyundai HB20, os atuais campeões de vendas. Mas quando se observa o quadro de emplacamentos da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) por outro prisma, nota-se a presença de carros encalhados, caindo pelas tabelas, com baixíssimos volumes de vendas.

Veja no quadro abaixo 10 modelos que tiveram números baixos de emplacamentos em setembro:

MODELO SETEMBRO ACUMULADO DO ANO
1 – Chevrolet Bolt 3 4
2 – VW Jetta 5 415
3 – Chevrolet Camaro 5 44
4 – Mercedes Classe A 8 45
5 – Nissan Leaf 13 269
6 – Chery Arrizo 6 45 1.246
7 – JAC E JS1 49 526
8 – Ford Mustang 55 273
9 – Renault Captur 69 2.825
10 – VW Polo 89 2.414
Fonte: Fenabrave

Analisando o quadro de carros encalhados, é fácil perceber que o problema atinge diferentes segmentos e o baixo volume de vendas pode ser justificado por diversos motivos. O principal motivo para justificar a redução nos emplacamentos tem sido a falta de semicondutores no mercado, problema que vem afetando todas as montadoras nos últimos anos.

VW Jetta GLI vermelho modelo 2023 de frente dentro do prédio
O VW Jetta agora só é vendido na versão GLI no mercado brasileiro (VW/Divulgação)

Mas é preciso levar em consideração também que alguns segmentos estão em queda, sendo canibalizados por outros, enquanto alguns modelos são realmente de nicho, naturalmente com baixos volumes de vendas.

Quando se olha para o primeiro da lista dos carros encalhados pode até parecer injustiça com o elétrico Chevrolet Bolt (R$ 329 mil), que foi lançado em setembro e tem apenas quatro unidades emplacadas no ano. O problema é que a General Motors enrolou muito para trazer o carro para o Brasil, chegando a anunciar seu lançamento no ano passado, mas só agora o modelo chegou de fato. E vai caminhando lentamente no mercado brasileiro.

Nissan Leaf 2023 carro elétrico de frente cinza no asfalto
O Nissan Leaf já está há mais tempo no mercado brasileiro, mas seu volume de vendas ainda é baixo (Nissan/Divulgação)

Ainda no segmento de veículos elétricos, o Nissan Leaf (R$ 300 mil) também teve uma performance tímida em setembro, com apenas 13 unidades emplacadas e somando 269 no acumulado do ano. Também está em situação pior do que o JAC E JS1 (R$ 159.900), pequeno elétrico da marca chinesa que teve 49 unidades emplacadas em setembro e acumula 526 nos nove primeiros meses do ano.

E o que dizer do VW Jetta, que teve apenas cinco unidades emplacadas em setembro e acumula 415 no ano? Trata-se de um sedã médio que tem vários atrativos, mas com preço que espanta a clientela. Atualmente, é vendido apenas na versão GLI, com motor de 231cv, mais esportivo. Só falta convencer o consumidor.

Chevrolet Camaro modelo 2019 azul de frente na pista asfalto
O Chevrolet Camaro perdeu espaço no mercado brasileiro para o arquirrival Ford Mustang (Chevrolet/Divulgação)

O terceiro da lista do carros encalhados é o Chevrolet Camaro, que já viveu momentos melhores no mercado brasileiro no passado. Teve cinco unidades emplacadas em setembro e 44 nos nove primeiros meses do ano. Números menores do que seu arquirrival Ford Mustang, que teve 55 unidades emplacadas em setembro e acumula 273 no ano. São carros de nicho, normalmente com baixo volume de vendas, mas o esportivo da Chevrolet caiu muito.

Renault Captur 1.3 turbo modelo 2021 cor champanhe de frente no asfalto
O Renault Captur teve queda expressiva nos emplacamentos, mas deve permanecer em linha pelo menos até o fim de 2023 (Jorge Lopes/EM/D.A Press)

Outra estranha presença nessa lista dos carros encalhados é o Renault Captur. O modelo, com preço a partir de R$ 143 mil, ganhou novo motor 1.3 turbo, mas nem isso foi suficiente para impulsionar suas vendas. Teve apenas 69 unidades emplacadas em setembro e soma 2.825 no acumulado do ano. O site Mobiauto chegou a revelar que a produção do modelo se encerraria no Brasil ainda este ano, mas a revista Quatro Rodas apurou que a Renault conseguiu ampliar o estoque de peças do carro, que garantirá sua produção até o fim de 2023.

Já o VW Polo começou 2022 em baixa, vendendo cerca de 250 unidades por mês. Chegou a reagir em março, quase dobrando o volume, mas depois voltou a cair com a proximidade de sua reestilização. Em setembro, o modelo teve apenas 89 unidades emplacadas e somou 2.414 no acumulado do ano. Pouco para a importância do modelo. Talvez, com a reestilização, o cenário mude nos próximos meses.

VW Polo 2023 vermelho sunset de frente no estúdio
Com apenas 89 unidades emplacadas em setembro, o VW Polo precisa que a reestilização seja a carta na manga para se recuperar no mercado (VW/Divulgação)

Bônus: confira mais três modelos que figuram entre os carros encalhados

MODELO SETEMBRO ACUMULADO DO ANO
11 – Chevrolet Cruze 98 1.146
12 – Nissan Versa 196 4.967
13 – VW Virtus 313 3.848
Fonte: Fenabrave

O Chevrolet Cruze atua sem concorrentes no segmento de hatches médios, mas mesmo assim tem volume cada vez mais baixo de emplacamentos. O mesmo pode-se dizer dos sedãs Nissan Versa e VW Virtus, que apesar de terem seus dotes, não conseguem reunir forças para encarar a concorrência.

VW Virtus GTS branco de frente no estúdio
O VW Virtus vende bem menos do que seus concorrentes no segmento de sedãs compactos (VW/Divulgação)

Confira os vídeos do VRUM nos canais do YouTube e Dailymotion: lançamentos, testes e dicas

Marca chinesa parceira da GM, Wuling lança seu primeiro carro híbrido

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A fabricante chinesa de carros elétricos Wuling, parceira da GM, lançou seu primeiro veículo híbrido, o Asta HEV. A novidade vem equipada com sistema híbrido eletromagnético DHT (Dedicated Hybrid Technology — sistema de motorização híbrida, em tradução direta) e adota uma arquitetura paralela em série de dois motores P1+P3. O modelo promete consumo de combustível de 4,6 litros a cada 100 km em deslocamentos urbanos.

A versão híbrida do Asta — que se encaixa na categoria de SUVs compactos — conta com um design na cor azul-polar e o logotipo com a sigla “HEV”, exclusivo para os futuros veículos híbridos da Wuling. Além disso, o carro também vem equipado com uma nova versão do sistema operacional Ling OS da Wuling.

A Wuling já afirmou anteriormente que o DHT tem uma eficiência geral de 98% e uma embreagem eletromagnética inteligente controlada eletronicamente que não passa pelas perdas no processo de transferência de óleo nem por perdas por fricção da embreagem convencional. Em termos de potência, o Asta híbrido vem equipado com um motor de ciclo Atkinson com potência máxima de 100kW e uma eficiência térmica máxima de 4,1% que traz mais estabilidade e potência, além de tornar o carro mais silencioso, eficiente e econômico.

O motor de acionamento possui um torque de 320 Nm e uma eficiência máxima de 97%. Ao mesmo tempo, o carro também conta com um tempo de aceleração de 0 a 60 km/h em 3,23 segundos e uma bateria ternária de íons de lítio que atinge uma autonomia máxima de 1.100 km.

Em relação à aparência, o veículo vem equipado com um volante multifuncional de três raios, faróis LED automáticos, rodas de liga de alumínio de 18 polegadas e um grande teto solar panorâmico. O interior do novo carro adota um esquema de cores escuras e claras e elementos cromados.

O Asta também é conhecido no mercado chinês como Wuling Xing Chen, modelo apresentado pela primeira vez em 2021 e que faz parte da nova estratégia de expansão internacional da marca chinesa. Atualmente, o Asta conta com seis versões, incluindo a nova versão híbrida.

O preço do veículo ainda não foi anunciado pela marca, porém ele está disponível para pré-encomenda no app exclusivo para proprietários de carros da marca.

Fonte: Autohome,Sina

Estado de São Paulo ganha novo carregador ultrarrápido para carro elétrico; recarga é grátis

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A Volvo inaugurou mais um carregador ultrarrápido para carro elétrico em São Paulo, desta vez na cidade de Botucatu. O ponto de recarga utiliza plugue do tipo CCS, consegue preencher a bateria de veículos compatíveis em cerca de 40 minutos e pode ser utilizado por qualquer pessoa, em qualquer marca e sem custo algum.

Um dos maiores obstáculos para a popularização dos carros elétricos está na forma de recarga da bateria. Nas grandes cidades o dono deste tipo de veículo pode instalar uma tomada em casa e resolve o problema, ao ponto onde as próprias montadoras afirmam que mais de 80% das recargas acontecem em domicílio, durante a noite, para que o componente esteja complemente cheio na manhã seguinte.

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Carregador para carro elétrico (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Em viagens curtas ou mais longas o problema aparece com força, já que alguns carregadores podem exigir 15 ou mais horas de espera. Uma opção para resolver este dilema está nos modelos ultrarrápidos, que fazem este trabalho de tantas horas em cerca de 40 minutos.

Carregador da Volvo custa quase R$ 1 milhão

A Volvo começou a instalar alguns deles em rodovias do Brasil neste ano e nesta semana a montadora sueca inaugurou o quinto eletroposto. Ao todo serão 13, todos com capacidade para recarregar dois carros em simultâneo, e com carga máxima de 150 kWh, ou então dividindo entre 90 e 60 kWh para cada lado, a depender de qual dos veículos estiver com mais ou menos carga na bateria – o sistema decide quem recebe mais, sozinho.

O carregador é comprado pela Volvo e instalado pela marca europeia, com câmeras de segurança e acompanhamento remoto. O investimento em cada um deles beira R$ 1 milhão e a recarga é gratuita para qualquer carro. Como o padrão de plugue utilizado é o CCS, qualquer veículo com esta entrada ou com um adaptador, pode usar sem qualquer limitação.

Carregador para carro elétrico (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Carregador para carro elétrico (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Ao Olhar Digital, a Volvo comentou pretender instalar os 13 carregadores ultrarrápidos até o final deste ano, mas diversos obstáculos foram encontrados na negociação com o local e o plano foi alterado, agora sem prazo divulgado para a finalização. Alguns exemplos incluem descobrir quem é o proprietário do posto de gasolina, da loja de conveniência ou então do próprio terreno, indo até para a estrutura elétrica da cidade.

Investimento alto tem retorno quase certo

Em alguns casos, a fiação especial para a alta tensão utilizada pelo carregador precisa ser criada, o que atrasa ainda mais as inaugurações.

Mesmo com investimento tão alto para instalação, dividido com o responsável pelo local, a Volvo acredita que o eletroposto oferecerá retorno financeiro. “Os empreendimentos acreditam na atração, pois o motorista de Porsche, BMW ou Volvo que parar aqui vai consumir itens da loja de conveniência”, comenta Mirella Cambrea, gerente da estratégia de eletrificação na Volvo.

Estes carregadores rápidos, junto dos outros de carga mais lenta, estão inseridos dentro do Google Maps e Waze, para que todos possam encontrar o local com mais facilidade. Os próximos locais que receberão os eletropostos são:

  • São Carlos (SP) – Rod. Washington Luiz;
  • Uberlândia (MG) – BR-050;
  • Perdões (MG) – Rod. Fernão Dias;
  • São Gonçalo do Sapucaí (MG) – Rod. Fernão Dias;
  • Itaipava (RJ) – Rod. Washington Luiz;
  • Cubatão (SP) – Rod. Dos Imigrantes;
  • Ubatuba (SP) – Rod. Oswaldo Cruz;
  • Jacareí (SP) – Rod. Presidente Dutra.



Carros híbridos plug-in devem morrer bem antes do que se imaginava

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Mas a eletrificação não será suficiente para segurar os números do setor como um todo e os próprios fabricantes já aceitam a queda da demanda, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, como uma realidade que irá se impor em médio e longo prazos. 

“As comercializações estão caindo. A inflação nestes mercados disparou, nos últimos meses, e os bancos centrais alertam que o pior ainda está por vir”, comentou o presidente-executivo (CEO) da BMW, Oliver Zipse, durante a teleconferência em que apresentou o balanço semestral da companhia. “É uma ducha de água fria”.

Para outro executivo de peso, Carlos Tavares, CEO da Stellantis, o mercado chegou ao ponto em que os repasses de custos para os consumidores será freado. “Até agora, repassamos toda a inflação da cadeia produtiva para o consumidor, mas isso não pode durar para sempre”, afirmou o chefão do grupo que reúne 16 marcas, entre elas a Chrysler, a Citroën, a Fiat, a Jeep e a Peugeot. 

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Em tom confessional, Tavares admitiu que são seus felizes clientes que vêm pagando o pato, literalmente, mas que “há um limite para os aumentos nos preços”.

Aos reajustes subsequentes soma-se resultado do mais recente estudo do International Council on Clean Transportation (ICTT), que incluiu 9.000 híbridos plug-in e descobriu que, no uso cotidiano, este tipo de motorização consume de 2,5 a cinco vezes mais do que o prometido pelas campanhas publicitárias. 

“Essa disparidade entre a idealização e o mundo real é um dos motivos pelos quais os países da União Europeia vêm cortando subsídios para estes modelos e isso também empurra os preços para cima”, pontua Philip Nothard, diretor de insights para a Europa da Cox Automotive, consultoria especializada no setor automotivo. “Os consumidores europeus e norte-americanos estão mais cautelosos e isto é fato”, completa.

Nos últimos seis trimestres, os elétricos pulverizaram a liderança dos híbridos plug-in na Europa. Desde 2018, esta foi a primeira vez em que estes modelos apresentaram queda nos volumes comerciais, em um trimestre consolidado. 

Em números absolutos, os veículos 100% elétricos também tiveram retração, mas suas vendas seguem acima da casa das 300 mil unidades trimestrais. “Os números do setor estão caindo. A demanda por automóveis está caindo”, reconhece o diretor financeiro da Volkswagen, Arno Antlitz. “A China vem se salvando, mas Europa e Estados Unidos já enfrentam uma situação de alerta”, acrescentou.

Leia também: Carro a combustão ainda gera mais satisfação que um elétrico

Em busca do “ponto ideal”

Depois de um ano de ganhos recordes, a Toyota divulgou queda de 42% no seu lucro operacional no primeiro trimestre fiscal deste ano. A margem de 12,6%, registrada em 2021, caiu para 6,8% – o lucro líquido ficou em US$ 5,4 bilhões, o equivalente a R$ 28,1 bilhões, isso com uma receita de US$ 62,2 bilhões. 

Com uma queda global de 6,3% nas vendas, não é difícil de apontar quem está, literalmente, bancando tudo isso: “Hoje, as famílias têm que sacrificar seu orçamento doméstico para comprar um zero-quilômetro”, reconhece o CEO da Stellantis, Carlos Tavares. 

“A verdade é que a crise dos semicondutores trouxe nosso negócio para um ‘ponto ideal’ e, se a produção aumentar, nosso poder de precificação será reduzido junto com nossas margens de lucro”, acrescentou. Ao contrário da Toyota, a Stellantis fechou o primeiro semestre de 2022 com lucro operacional 44% maior que o do ano passado.

Uma das marcas mais valiosas do grupo, a Jeep lançará seu primeiro SUV totalmente elétrico em 2023, dois anos antes de os limites de emissão europeus serem apertados. O negócio é aproveitar o gráfico ascendente das vendas de EVs, enquanto são desenvolvidas plataformas dedicadas. 

E apesar de os híbridos plug-in experimentarem bons índices de satisfação, em relação aos seus proprietários, pelo menos na Europa os consumidores estão prontos para 100% de eletrificação. 

Leia também: Por que carros elétricos fazem “60 km/l” na Tabela do Inmetro

O estudo do ICTT aponta neste sentido ao revelar que, na prática, a tecnologia verde só opera no híbridos plug-in em 45% das condições de uso. “Se falarmos apenas dos híbridos plug-in usados para o transporte de carga ou empresarialmente, este percentual cai para 15%”, destaca o diretor de insights da Cox Automotive, Philip Nothard.

Para ele, se tudo correr como se espera, no Velho Mundo, os híbridos plug-in representarão cada vez menos para seus fabricantes, também no sentido da redução das suas médias de emissões. 

“Hoje, são as vendas chinesas que mantêm este segmento em alta, porque existem centenas de milhões de pessoas que moram em arranha-céus das megalópoles de lá, onde a recarga doméstica das baterias de um EV ainda é difícil. Por isso, o governo chinês faz um grande esforço para incentivar os híbridos plug-in, mas o estado chinês também aplica enormes recursos na construção de uma rede pública de recarregamento para os modelos 100% elétricos, que apresentam um crescimento comercial maior e mais rápido”, avalia Nothard. “Se este nicho – dos híbridos plug-in – foi pensado como uma ponte para os EVs, falamos de uma passagem curta”.

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Paradoxos e previsão de colapso

São paradoxos que vêm norteando o setor automotivo, em nível mundial, mas a redução dos custos de produção é um fator definidor, quando se trata dos EVs e do futuro da mobilidade. 

Enquanto o Brasil dá de ombros para a desindustrialização, apostando suas fichas em uma salvação neopentecostal baseada no agronegócio, os países da União Europeia endossaram a eliminação das emissões de carbono de carros novos, até 2035. 

“Temos um grande desafio, porque se os modelos elétricos não ficarem mais baratos, o mercado entrará em colapso”, prevê o diretor de produção da Stellantis, Arnaud Deboeuf. Para o leitor mais ingênuo, é importante frisar que ele não se refere ao preço de tabela, mas do custo de fabricação do veículo. “Até 2030, pretendemos reduzir nossos custos de produção em 40%”, adianta Beboeuf.

Bom, não é preciso ser matemático para notar que o corte nos gastos aliado ao aumento nos preços finais, com uma inflação que chegou à média de US$ 6.000 (o equivalente a R$ 31.200 mil) por EV, no mês passado, formam uma combinação redentora para a indústria automotiva. 

Leia também: O que é a bateria sólida e como ela pode revolucionar os carros elétricos

Mas o eixo produtivo migrou para a Ásia e, por lá, a lógica de Tavares não engana ninguém. “Aqui, na China, os empreendimentos da Stellantis não dão certo, porque eles não têm respeito pelos consumidores”, fuzila o presidente da Guangzhou Automobile (GAC), Qing Hong Zheng. 

“Não foi estabelecida uma operação confiável para a competitividade do mercado chinês”, acrescentou Zheng, se referindo ao fato de a Jeep estar fechando sua fábrica no país e ter anunciado que, a partir de agora, abastecerá sua rede com importados.

Apesar de as gigantes não atraírem mais os investidores pela rentabilidade e segurança do seu negócio, e de os revendedores estarem em um modo de espera, desinteressados em investir num momento de incerteza, ainda há muitos consumidores que se realizam pela compra de um automóvel. 

E enquanto estas pessoas estiverem dispostas a bancar os lucros desses verdadeiros mamutes do capital industrial, com seu sacrifício pessoal, a dobradinha com o capital financeiro seguirá funcionando. 

Afinal, para as montadoras, sai muito mais em conta você fazer um empréstimo e financiar o carro que elas produzem, pagando caro por veículos cada vez mais precarizados, do que elas terem que tomar dinheiro para sustentar um negócio que, na ponta do lápis, já deu o que tinha que dar.

Imagens: Divulgação/Stellantis

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

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