SÃO PAULO – Enquanto os carros populares ficam no passado, os veículos elétricos, considerados o futuro, já estão nas ruas brasileiras. No entanto, falta infraestrutura de recarga.

Quem hoje pretende percorrer o país a bordo de um automóvel elétrico plug in (quando a bateria é recarregada numa tomada) ou híbrido (quem também tem motor a combustão) precisa de muito planejamento. A falta de carregadores públicos na maior parte das estradas inviabiliza a aventura.

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Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), já existem 75 mil veículos elétricos no país e cerca de 750 carregadores públicos.

Mesmo entre as duas maiores cidades do país, Rio e São Paulo, só há pontos de carregamento a cada 100 quilômetros na Dutra. Como a autonomia de um elétrico é de cerca de 250 quilômetros, é preciso atenção para não ficar pelo caminho — ou, no caso dos híbridos, estar com o tanque abastecido.

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— Atualmente, há cerca de 40 carregadores rápidos nas estradas brasileiras. É um estoque adequado para a atual frota de elétricos, mas pequeno considerando a possibilidade de crescimento de vendas desses veículos no país — diz Paulo Maisonnave, vice-presidente de Infraestrutura da ABVE.

Sem um plano nacional, especialistas observam que essa infraestrutura só avança no Brasil com iniciativas privadas, muitas com acesso público. Na Europa e nos EUA, essa tarefa é dos governos.

Corredores em estradas

No Paraná, a BR-277 conta com “eletropostos” instalados pela companhia de energia Copel entre o Porto de Paranaguá e Foz do Iguaçu, num trajeto de 730 quilômetros. Um projeto da EDP e da Federação das Indústrias do Espírito Santo instalou pontos de recarga em estradas capixabas.

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A montadora sueca Volvo anunciou em dezembro que criará rotas com carregadores rápidos em rodovias brasileiras, permitindo viagens mais longas com carros elétricos, a partir de fevereiro. Serão 13 corredores eletrificados, totalizando 3.250 quilômetros, ligando São Paulo a cidades como Belo Horizonte, Curitiba, Rio e Uberlândia.

A Volvo também firmou parceria com a concessionária EcoRodovias para instalar carregadores Wallbox em 52 bases operacionais de suas estradas. A Neoenergia está instalando um corredor elétrico no Nordeste, entre Salvador a Natal.

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— É o mesmo modelo de carregadores que temos espalhados por todo o Brasil, em shoppings, supermercados, hotéis — diz Rafael Ugo, diretor de Marketing da Volvo Car Brasil.

Em São Paulo, a prefeitura determinou que prédios residenciais e comerciais construídos a partir de março de 2021 devem ter pontos de recarga para veículos elétricos nas garagens. Procurados, os ministérios da Economia e da Infraestrutura não se pronunciaram.

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