A chuva foi um contratempo para Inês de Sousa Real, esta quinta-feira de manhã, naquele que classificou como o “início de uma rota pelas candidaturas no Algarve”. A primeira ação de campanha estava prevista para as 10h30, no mercado de produtores locais de Almancil, mas como este é a céu aberto e foi cancelado, a líder do PAN optou por viajar até à sede de concelho, Loulé, e visitar antes o edifício do mais tradicional (e abrigado) Mercado Municipal.

Chegou, pouco depois das 11h00, num carro híbrido, quando já poucos sinais de nuvens havia no céu. À espera tinha pouco mais do que um dezena de apoiantes. A maioria integrantes das listas de candidatura do partido no município, tanto à Câmara – encabeçada por Ana Poeta – como às assembleias das juntas de Quarteira e Almancil.

vasco célio/stills

A mudança de local pouco alterou a agenda de Inês de Sousa Real, que tinha como objetivo alertar para a necessidade de apoiar o comércio local, em especial depois “desta crise sócio-económica que o país atravessou”. Percorreu as bancas do mercado – sem passar pelos setores da carne, enchidos ou do peixe, ela que é vegana – e se poucos a reconheciam, muitos, em especial os comerciantes de produtos locais, concordavam com um maior apoio a este tipo de economia familiar. “Se antes já era importante apostar nas cadeias curtas de produção, nos produtos biológicos, nos mercados locais, fazer chegar também este tipo de produção às nossas escolas, às cantinas escolares, às cantinas públicas, [agora] mais do que nunca revela-se essencial apostarmos naquilo que é a produção nacional, sobretudo a produção biológica e de proximidade local”, defendeu a líder do PAN.

vasco célio/stills

O partido, que quer uma maior importância do turismo da natureza e a melhoria dos transportes publicos no Algarve, apresenta candidaturas em sete municípios do distrito de Faro (Vila Real de Santo António, Portimão, Olhão, Loulé, Lagos, Albufeira e Faro). E segundo Inês de Sousa Real, pretende, pelo menos, a eleição de deputados municipais em todas elas.

Poucas horas depois, cerca das 13h00, chegava a Faro João Cotrim de Figueiredo, do extremo oposto do prisma político. O presidente o IL optou por viajar de comboio mas só o fez no último troço da linha, entre Tunes e a capital algarvia. E a culpa? É do Governo, “cheio de promessas sobre a ferrovia na boca e com muito pouca concretização”. Isto numa referência ao atraso na eletrificação da linha do Algarve, prometida “desde há 40 anos” e apenas concretizada “num pequeno trecho”.

Em Faro, o partido apoia a candidatura do atual presidente da autarquia, Rogério Bacalhau (eleito, há quatro anos, pela coligação PSD, CDS-PP, PPM e MPT), mas não se trata de uma aproximação do IL ao poder, garantiu Cotrim de Figueiredo. “Recebemos mais de 100 convites para integrar outras coligações e movimentos e aceitámos apenas seis”, referiu, explicando que nessas candidaturas, como aconteceu no concelho algarvio, sentiu uma “abertura para as ideias liberais”, bem como “uma capacidade de inovar e vontade de fazer diferente”

vasco célio/stills

A ação de campanha limitou-se a uma curta caminhada entre a estação de comboios e a Baixa de Faro. Com o líder do IL e o autarca numa conversa bem disposta, à frente de algumas dezenas de apoiantes, por entre bandeiras do IL mas também muitas, talvez mais, do PSD.

Ainda nas declarações aos jornalistas e antes de viajar para Almada, para uma outra ação de campanha, Cotrim de figueiredo destacou a necessidade de encarar o Algarve como uma região “muito mais” do que apenas turística. Daí a necessidade de melhorar tanto a linha férrea como outros transportes públicos – afinal, numa coincidência com o defendido pela líder do PAN.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here