Uma embalagem de sanduíche acabou com a corrida que marcou a volta de Fernando Alonso à Fórmula 1 depois de dois anos. O espanhol abandonou o GP do Bahrein, no último domingo, após apenas 33 voltas, quando o time identificou um aumento exagerado na temperatura de seus freios traseiros. Depois de uma investigação mais minuciosa, veio a descoberta de que o papel tinha causado a falha.
“Depois da primeira parada dele, tivemos um pequeno problema que nos forçou a reduzir a performance do carro e, depois da segunda, um papel de embalagem de sanduíche ficou preso dentro do duto de freio traseiro do carro de Fernando, o que fez com que as temperaturas aumentassem e causou danos no sistema de freio. Então ele teve de abandonar por questões de segurança”, explicou o diretor executivo, Marcin Budkowski. “Foi uma corrida com muito azar considerando o quão forte ele parecia estar.”
Antes do abandono, Alonso esteve em algumas brigas por posição, e disse ter se divertido no retorno. Ele tinha surpreendido ao colocar a Alpine em nono no grid, e parecia estar fazendo o suficiente para pontuar em seu retorno até os problemas após a primeira parada, que fizeram com que ele tivesse de diminuir a quantidade de energia que o motor podia gerar como potência.
Perez usa intuição para evitar abandono antes da largada
Outra falha incomum aconteceu com o mexicano Sergio Perez, em sua estreia na Red Bull. Seu carro tinha tido alguns problemas elétricos, que pareciam ter sido resolvidos quando ele estava no grid. No entanto, na volta de apresentação, o carro simplesmente parou e ficou completamente apagado, inclusive sem comunicação com os engenheiros.
“Não faço ideia do que aconteceu. No meio da curva tudo simplesmente apagou. Eu já estava pensando em descer do carro quando, de repente, ouvi a voz do Jonathan [Wheatley, diretor esportivo da Red Bull]. Aí liguei o carro e continuei.”
O que Perez não contou foi que ele intuitivamente tirou o volante e o recolocou, e foi isso que restabeleceu as conexões elétricas. “Checo teve presença de espírito. Fez o mesmo que faria se o computador tivesse travado: desligou e ligou de novo”, resumiu o chefe de engenharia, Paul Monaghan.
“O volante voltou à vida, ele ligou o motor (o que o piloto consegue fazer hoje em dia, mesmo sem um sistema de ignição tradicional, usando a energia do motor híbrido), foi largar do pitlane. Como geralmente acontece depois desse tipo de falha grave, o carro funcionou perfeitamente durante a corrida! E ele fez um trabalho brilhante, se recuperou, não ficou frustrado pelo que aconteceu. Lidou com isso e foi abrindo caminho no pelotão. E marcou muitos pontos para nós.”
Depois de largar do pitlane, ou seja, de ter de esperar todos os carros passarem para ser liberado para sair, Perez chegou em quinto, na corrida vencida por Lewis Hamilton após intensa batalha com o companheiro do mexicano, Max Verstappen. A próxima etapa será dia 18 de abril, em Imola, na Itália.