Com o interesse nos veículos elétricos a crescer, o mais recente modelo da Volkswagen não passou despercebido no Passeio Marítimo de Carcavelos, em mais um dia de experiências da Mobi Summit. O ID3 é como uma terceira geração na evolução deste tipo de carros para a marca. E a eletrificação é o caminho que a Volkswagen tem percorrido.
“Este é o caminho a seguir. Achamos que estamos no caminho certo”, salientou Duarte Neves, gestor comercial da Volkswagen. Carocha, Golf e agora o ID3, que inclui uma das áreas que a marca tem trabalhado muito: software. “A marca apostou bastante em software, principalmente num intuitivo, para que o condutor consiga utilizar o carro no seu todo, de uma forma super simples. Neste caso em concreto do ID3, estamos a falar de uma revolução, no sentido em que temos um heads-up display com a realidade aumentada. Isso faz com que o condutor consiga perceber na própria estrada a direção a seguir com setas a cerca de 50 metros de distância ao local de saída”, exemplificou.
A venda de carros elétricos tem aumentado, principalmente entre as empresas. Além da questão ambiental e do consumo mais económico, o responsável destaca as vantagens fiscais que as empresas dispõem. “No que diz respeito a clientes particulares, estamos a falar de uma procura mais ponderada”, referiu, mas assegura que também está a crescer.
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Para que o veículo elétrico se torne cada vez mais na principal escolha, Duarte Neves considera ser importante que se juntem dois elementos: “O cliente procura autonomia, mas também o preço.” O ID3 já oferece 420 quilómetros de autonomia, ou 550 na versão de 77 kilowatts. “Estamos a falar de um carro com autonomia que já convence, que tem uma dimensão interior de um veículo de segmento superior, tem umas performances dignas de um carro superior. Estamos a falar de arranques como um Golf GTI”, contou. Ou seja, não é só um carro para a cidade: “É uma viatura que já pode ser utilizada como carro de família. Já conseguimos fazer viagens mais longas, sem a necessidade de fazer carregamentos.”
Apostar nos veículos elétricos, ou noutro tipo de transportes mais amigos do ambiente, é o que Duarte Freitas defende. Este domingo foi com o filho de cinco anos, Salvador, experimentar os pequenos carros disponíveis para que os mais novos pudessem aprender um pouco do código da estrada, além de se divertirem.
“Sou apologista de meios transportes ecológicos, à custa do nosso movimento físico”, afirmou. Recordou como na sua juventude andava de bicicleta e até de carrinhos de rolamentos. “Eu defendo que o meu filho ande de bicicleta, trotinetas, skates. Há que evitar é o consumo de combustíveis fósseis. Isso tem de acabar. O planeta não aguenta mais”, frisou.
Admitiu que deixou de utilizar carros mais poluentes e em Lisboa escolhe a moto, a bicicleta ou simplesmente andar a pé para se deslocar. ” Não faz sentido ver uma pessoa num Porsche sozinha, a queimar 30 litros de gasolina. Isso tem de acabar forçosamente. Respeito os stands que têm de vender os carros, mas que vendam elétricos.”
Mostra-se ciente da questão ligada ao lítio das baterias, mas acredita que “tudo é melhor do que andar a queimar combustíveis”. Aos 49 anos, tenta adotar um estilo de vida mais saudável e que quer passar ao filho: “Ele já faz longas caminhadas. Cortar ao máximo o carro. Muita bicicleta, muito desporto e ar puro… O que nos vai restando de ar puro.”
João Espregueira também recordou como andou de skate e como agora as trotinetas e as bicicletas elétricas são uma escolha. Acredita que quando os filhos – Rodrigo (10 anos) e Francisco (seis) – tiverem idade para tirar a carta, já terão escolhas diferentes. Ambos também estiveram no Passeio Marítimo de Carcavelos a aprender um pouco sobre o código da estrada, numa iniciativa da Câmara Municipal de Cascais (CMC). No dia-a-dia, o carro ainda é a opção, ainda que Rodrigo já comece a regressar a casa da escola a pé.
João Espregueira confessou que está rendido aos carros elétricos, já que conduz um da empresa. A nível pessoal tem um a GPL, realçando como compensou o investimento. Já comprar um elétrico, não será para já. A questão financeira acaba por pesar. “O meu carro de serviço é elétrico e estou apaixonado. Havia as partes negativas, a autonomia, os carregamentos”, afirmou, considerando que hoje em dia essas são questões já não se colocam tanto.
Para João Espregueira o transporte público no concelho de Cascais “ainda não é o ideal para algumas zonas”, apesar da aposta que tem sido feito no seu crescimento e de se ter tornado gratuito para os residentes e para quem trabalha e estuda em Cascais. A autarquia está dedicada em torná-lo cada vez melhor.
“O MobiCascais surgiu em 2016 para colmatar as falhas a nível de transporte público que existiam no concelho e assim tem vindo a ser feito desde então. Alargámos a oferta de autocarros, através de carreiras complementares à rede já existente, disponibilizámos o sistema de bike sharing, fizemos uma integração pioneira de todos os transportes existentes no concelho através de uma desmaterialização total – a app MobiCascais. Desde aí que o nosso objetivo é o de oferecer a melhor mobilidade possível aos nossos munícipes, trabalhadores, estudantes e visitantes, e o nosso compromisso tem sido firme neste campo”, explicou Miguel Pinto Luz, vice-presidente da CMC.
Cascais foi o primeiro concelho em Portugal a oferecer a mobilidade gratuita, e um dos primeiros na Europa. Porém, “ainda existe muito caminho a ser percorrido e ambicionamos ver esta medida repercutida noutros concelhos porque acreditamos que, de facto, é o caminho certo”, defendeu Miguel Pinto Luz.
As bicicletas e as trotinetas tornaram-se igualmente apostas, numa tentativa de apostar cada vez mais numa mobilidade mais amiga do ambiente. As ciclovias têm vindo a aumentar. “Queremos fazer crescer a oferta de caminhos seguros e dedicados à mobilidade suave e pedonal, cobrindo uma parte muito significativa do nosso território, para que estas alternativas sejam uma escolha diária dos cascalenses.”
Contudo, a pandemia obrigou a medidas mais drásticas, com a retirada das bicicletas do sistema bike sharing: “Só voltaremos a disponibilizar quando pudermos garantir a segurança de todos, porque esta é uma luta que encaramos com a máxima seriedade.”
Quanto aos veículos elétricos, Cascais tem assistido a um aumento de postos de carregamento público, sempre numa política de ser um concelho referência em questões ambientais. “Temos atualmente 26 postos desta natureza com capacidade de abastecimento para um total de 67 viaturas, divididos entre carregadores rápidos e semi-rápidos. Tudo isto porque procuramos um concelho mais verde, mais sustentável, mais amigo do ambiente e de todos nós”, frisou.