Ver o Peugeot 3008 pelas ruas brasileiras não é tão fácil. Mas o SUV médio, que chegou aqui no comecinho da década passada — ainda como crossover — faz enorme sucesso na Europa. Mérito da alta tecnologia embarcada, da oferta atual de motorização eletrificada e, por que não dizer, do visual ousado, que já é de praxe na Peugeot. Seja como for, do lado de lá do oceano Atlântico, a marca francesa também possuí uma melhor imagem.
Voltando um pouco no tempo, em 2017, o 3008 desembarcou no Brasil radicalmente modificado. Com personalidade diferente, o modelo francês assumiu seu lado SUV e ganhou requinte, bem como conteúdos tecnológicos. O motor 1.6 THP de 165 cv a gasolina, contudo, foi mantido da geração anterior. O uso deste propulsor — feito em parceria com a BMW — foi um marco na história da Peugeot e, até hoje, rende elogios.
Todavia, o ano é 2021 e a realidade é diferente para o Novo Peugeot 3008 — que chega às lojas a partir do dia 28 (veja abaixo as versões e preços). O SUV da marca do leão vem disputar segmento dominado pelo líder Jeep Compass, e que recebeu novidades neste ano, como Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos. Por isso, talvez o 3008 continue a apostar no mesmo conjunto debaixo do capô. Uma forma de se manter no páreo.
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Nada de híbrido
“Mas não é híbrido?”. Foi essa pergunta que fizemos para o responsável pelo produto na Peugeot do Brasil, Victor Leite, que nos deu uma aula sobre o carro antes de botarmos o pé na estrada. De acordo com ele, a ideia é eletrificar a gama aos poucos aqui. Por hora, apenas o novo 208. O 1.2 Puretech turbo de 130 cv, disponível na Europa, está descartado.
Além de aumentar a potência, o sistema híbrido poderia render benefícios fiscais ao SUV francês. Mas, para justificar a escolha de não trazer para cá o 3008 híbrido, a Peugeot afirma que a redução do consumo e das emissões de CO2 foi obtida com trabalho de arquitetura e redução de massa.
Abastecido apenas com gasolina, o 1.6 turbo do 3008 também não é flexível como outros modelos nacionais da Peugeot e da irmã Citroën. Ao menos, o motor gera o bom torque de 24,5 kgfm que surge logo a 1.400 rpm. É mais tempo com força total. Ponto para a linearidade do câmbio automático de seis marchas, que, por sinal, tem novidade.
A nova transmissão traz, agora, o comando por impulso elétrico e modo Sport, cuja missão consiste em dar mais virilidade.
Desempenho
No aspecto dinâmico, o 3008 tem bom comportamento em curvas, uma direção direta e suspensões bem ajustadas que evitam sustos, uma vez que garantem rolagem equilibrada da carroceria. Em contrapartida, o 3008 mantém o mesmo problema que vem lá do começo: as batidas secas geradas pelos amortecedores. Isso poderia ser melhorado, afinal, dirigir em São Paulo muitas vezes é o mesmo que encarar uma trilha off-road.
Com as tais novidades, o SUV (de tração apenas dianteira) tem até ajuste automático ao modo de dirigir do condutor. São três configurações, que deixam a condução mais agressiva, mais suave, ou mais econômica. Antes, o 3008 tinha apenas o botão Sport, mas ele não modificava a aparência do painel de instrumentos, como o faz agora.
Voltando aos números, a 120 km/h, velocidade máxima das estradas brasileiras, o ponteiro do conta-giros estaciona pouco acima dos 2.000 rpm. Por falar em velocidade, a máxima é de 235 km/h.
Design
Inspirado no 208 e também na nova geração do médio 308, o SUV adota alguns elementos emprestados dos hatches, como o prolongamento dos faróis (redesenhados e que integram as luzes de neblina) em direção ao para-choque por um fino filete iluminado por LEDs, deixando bem clara a intenção de aderir a nova linguagem visual da marca.
Segundo a Peugeot, essas duas barras de LEDs simulam as presas — afinal, a marca tem um leão como símbolo.