Ou se o motorista vai ao shopping, porque não adicionar um pouco mais de carga enquanto o carro está parado? “É o chamado abastecimento por conveniência. O eletroabastecimento é como o wifi, serve para dar um suporte adicional. Mas o correto é completar a carga em casa”, salienta Bertoncello.

O valor do equipamento é alto. Segundo Davi Bertoncello, a instalação do eletroposto de 22 kW (considerado semirrápido) é de R$ 20 mil, bem inferior aos R$ 220 mil do de 50 kW (ultrarrápido). “Os eletropostos exigem projetos de construção civil, fiação e alvarás, limitadores inexistentes nos postos das residências”, explica.  

A instalação residencial é mais simples. Basicamente, requer só um cabo plugado no carro e que se conecta ao painel de recarga. “O equipamento nem sequer exige manutenção. Não tem dispositivos complexos e tampouco emitem calor”, garante Eduardo Sousa.  

Um dos receios do proprietário do carro elétrico é não encontrar oferta de energia ao longo de uma viagem mais longa. Estudos das empresas fornecedoras de energia, porém, já vislumbram a proliferação de eletrovias, uma malha abrangente interligando as cidades com a infraestrutura necessária. Além do corredor elétrico da Rodovia Presidente Dutra, há em Santa Catarina eletropostos em serviço entre Florianópolis e Joinville.  

Utilização simples

Outra pergunta comum é se um quadro de recarga doméstico serve para modelos de marcas distintas. Afinal, com o tempo, o consumidor pode trocar seu veículo por um de fabricante concorrente. A resposta é sim. Há dois conectores em uso no mercado brasileiro: o Tipo 1 e o Tipo 2. Apenas o Nissan Leaf adota o Tipo 1, ao contrário de Renault, JAC, BMW, Volkswagen, General Motors e Porsche, que utilizam o Tipo 2. Dessa forma, o conector é compatível entre esses carros, o que dá mais flexibilidade na hora da compra.

Embora o grau de dificuldade no uso do carregador doméstico seja nulo, as montadoras sempre orientam os compradores sobre o manuseio do aparelho. No caso da Porsche, o modelo premium Taycan leva alguns dias até ser entregue ao proprietário. É nesse período que os técnicos contratados pela marca alemã fazem a preparação para a instalação definitiva de quadro e cabos e explicam todo o processo ao proprietário para que ele não fique com nenhuma dúvida.

Muito ativa nas questões da mobilidade urbana, a Porsche vem desenvolvendo um projeto batizado de “Carregamento no destino”, que visa oferecer gratuitamente ao usuário 80 carregadores espalhados no país para veículos híbridos e elétricos, instalados em 51 estabelecimentos, como restaurantes, hotéis e shoppings. O serviço não é exclusivo aos clientes Porsche. 

“Outra frente de atuação é a parceria com Audi, Volkswagen e EDP, empresa portuguesa de fornecimento de energia, para alimentar uma rota com rede de carga ultra-rápida, saindo de São Paulo e se conectando com capitais vizinhas, como Belo Horizonte e Curitiba”, afirma Rodrigo Fonseca, especialista de e-performance da Porsche. “A meta é concluir esse projeto em 2022 com um total de 30 postos e investimento de R$ 30 milhões.” São medidas que aproximam cada vez mais o consumidor brasileiro da realidade do carro elétrico.

  • Mil pontos de recarga é o que o Brasil oferece atualmente
  • 500 são pontos domésticos e 500 são públicos
  • 25 donos de carro elétrico para cada ponto de recarga
    é a média brasileira atual50 kW ou 150 kW é a potência de um eletroposto de carga ultrarrápida

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