Até pouco tempo, carros da Toyota dispostos ao redor do campo eram uma presença tradicional durante os jogos disputados da Copa Libertadores da América. O melhor jogador de cada edição — e a partir de 2008, o técnico do time campeão — recebia como prêmio uma enorme chave dourada simbolizando um modelo escolhido pela montadora para presentear o grande campeão do torneio continental.
Mas, por que Jorge Jesus, técnico do Flamengo, não recebeu um carro após conquistar o heroico título rubro-negro de 2019?
Durante as comemorações do bicampeonato da Libertadores na internet, alguns comentários — muitos, em tom de brincadeira — levantaram essa questão sobre o tradicional prêmio da Toyota: “cadê o carro do Mister?”. Acontece que, pela primeira vez em 21 anos, a marca não esteve presente durante a grande final da competição, que ocorreu no Estádio Monumental, em Lima.
O patrocínio começou em 1998 e esteve presente no nome do torneio até 2007 (a Copa Toyota Libertadores). Até a edição passada, a marca era um dos patrocinadores mais fortes da competição sul-americana e contava com um grande prestígio por conta do veículo entregue na premiação. Mas a Toyota decidiu não renovar o contrato em 2018.
Adversário do Flamengo na decisão de sábado, o River Plate foi campeão no ano passado sobre seu maior rival, o Boca Juniors. No segundo jogo da final — até 2018, a disputa decisiva era realizada em dois jogos — o ônibus do Boca Juniors foi atacado na chegada ao Estádio Monumental de Núñez por torcedores do River com pedras e garrafas, ferindo jogadores e pessoas que estavam ao redor da arena.
Instantes após a confusão, cenas de guerra foram registradas pelas ruas, com brigas entre os torcedores e a polícia. Pela soma dos fatos e pela justificativa de que havia falta de segurança para sediar a partida, o jogo foi realizado quase 20 dias depois no estádio Santiago Bernabéu, na Espanha, casa do Real Madrid.
O contrato entre Toyota e Conmebol — instituição que organiza o campeonato — era renovado a cada dois anos, mas um novo acordo não foi assinado para a temporada 2019-2020. O Diario Clarín, da Argentina, publicou que a montadora foi um dos patrocinadores que decidiu sair por conta da imagem que o torneio deixou no ano passado.
Autoesporte procurou a Toyota para saber o verdadeiro motivo da decisão de não estender o contrato. De acordo com a empresa, não há relação alguma com a confusão que ocorreu durante a final entre Boca Juniors e River Plate. De acordo com a montadora, a decisão foi tomada porque o foco principal da empresa atualmente é promover o ciclo olímpico 2016-2024, com o grande evento de destaque dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
“Acreditamos que, após 20 anos acompanhando a paixão pelo futebol em todo o continente, chegamos ao fim de um ciclo, motivo pelo qual em julho de 2018 a Toyota decidiu encerrar seu patrocínio à Copa Libertadores a partir do torneio de 2019. Cada ano que passamos como parte da Copa Libertadores foi fundamental para o forte posicionamento de nossa marca em toda a América Latina”, comunicou a empresa à Autoesporte.
O prêmio que entrou no lugar do tradicional carro da Toyota foi um anel com 128 diamantes feito pela Bridgestone, marca de pneus que estampa o nome da competição atualmente. O mais novo dono do artigo de luxo é Bruno Henrique, atacante do Flamengo, eleito o melhor jogador do torneio.