Híbridos flex com biocombustíveis se mostram mais sustentáveis do que carros elétricos a bateria, segundo estudo realizado na Unicamp liderado pelo pesquisador Marcelo Gauto e publicado na revista científica Energy for Sustainable Development.

O estudo levou em consideração a matriz energética brasileira, composta majoritariamente por fontes renováveis de usinas hidrelétricas, eólicas e solares. A medição das emissões de CO2 foi feita no ciclo poço à roda, que inclui todo o processo de produção, distribuição e uso do combustível utilizado, seja gasolina, etanol ou eletricidade.

Os resultados das projeções de emissões berço à roda mostraram que um carro rodando com gasolina pura emite 269,3 gramas de CO2 equivalente por quilômetro (gCO2e/km), enquanto o mesmo veículo a combustão com etanol E100 emite menos da metade, 120,9 gCO2e/km, ou três vezes menos, 73,6 gCO2e/km, com gás biometano.

Um híbrido fechado (HEV), que se autocarrega só com o motor a combustão, é a combinação mais sustentável, emitindo ainda menos quando usa só biocombustíveis: 77,5 gCO2e/km com E100 e 59,5 gCO2e/km com biometano – este foi o melhor resultado do estudo.

Os híbridos plug-in, recarregáveis na tomada, perdem parte da vantagem porque usam mais a propulsão elétrica e precisam de baterias maiores, que emitem mais CO2 na produção: com E100 um PHEV emite 91,4 gCO2e/km e com biometano 85,8 gCO2e/km. Ainda assim são números melhores do que um carro a combustão com etanol, mas piores do que motores alimentados por biometano.

Já um carro elétrico a bateria (BEV), segundo o estudo, emitindo 104,8 gCO2e/km quando alimentado pela matriz energética brasileira, mais de 80% dela renovável. Ainda assim, o resultado é pior do que qualquer híbrido combinado com etanol ou biometano ou mesmo um veículo a combustão abastecido só com biometano.

O estudo mostra que os biocombustíveis conseguem provar suas vantagens ambientais sustentáveis hoje e no futuro a cada novo estudo. Enquanto os carros elétricos ainda enfrentam questões de sustentabilidade de longo prazo a responder, como se haverá quantidade suficiente de lítio, cobalto, níquel, terras raras, cobre e outros metais para produção de baterias, cabos e motores elétricos, ou se a eletricidade para abastecer esses veículos continuará vindo de usinas térmicas que queimam combustíveis fósseis como carvão, diesel ou gás.

Os resultados do estudo da Unicamp ampliam ainda mais a vantagem do híbrido flex sobre carros 100% elétricos a bateria, mostrando que os biocombustíveis são uma opção mais sustentável.

Fonte: Híbrido flex ganha por muito do carro elétrico em emissões de CO2

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