As vendas de automóveis na Índia – onde veículos mais limpos ainda não ganharam terreno no setor – estenderam o maior período de perdas já registrado em novembro (Imagem: Krisztian Bocsi)

A Porsche planeja começar a vender o modelo elétrico Taycan na Índia em 2020, com a aposta que indianos ultra-ricos estarão dispostos a gastar até US$ 370 mil em um carro elétrico para aumentar sua credibilidade nas ruas.

As tarifas da Índia deixam os carros de luxo importados cerca de 2,5 vezes mais caros do que o preço na Europa, uma razão citada por Elon Musk para ignorar o mercado até agora. Mas isso não desencoraja possíveis compradores, disse Pavan Shetty, diretor da Porsche Índia.

O Taycan “abrirá um segmento completamente novo de clientes, que não são apenas proprietários de carros esportivos, mas proprietários de carros esportivos que também querem ser limpos e ecologicamente corretos”, disse Shetty em entrevista em Nova Déli.

“Todos queremos ser responsáveis, mas isso é mais frequente entre os ricos, porque têm opção e recursos.”

A Índia produziu milionários no ritmo mais rápido da Ásia em 2017, segundo relatório da Capgemini divulgado no ano passado, mas a economia do país desacelerou desde então e afetou vários setores, desde a compra de carros ao consumo de biscoitos.

As vendas de automóveis na Índia – onde veículos mais limpos ainda não ganharam terreno no setor – estenderam o maior período de perdas já registrado em novembro (queda há 13 meses seguidos), embora veículos utilitários esportivos ainda estejam em alta.

A Porsche, que vende de 350 a 450 carros por ano na Índia, busca ampliar esses números com o lançamento de seu Cayenne Coupe na sexta-feira, que segue o Taycan em julho.

A empresa apresentou o Taycan na China, Alemanha e Cataratas do Niágara em setembro, com um preço inicial, exceto para a Índia, de US$ 150,9 mil e uma possível versão básica por menos de US$ 100 mil. A estratégia destaca o papel central do modelo na meta da controladora Volkswagen de se tornar líder em veículos movidos a bateria.

Musk, o bilionário fundador da Tesla, citou no passado os regulamentos desafiadores do governo como um obstáculo na Índia e aguarda uma isenção temporária de multas por importação e de outras restrições antes de decidir construir uma fábrica local.

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Musk disse em março que “adoraria estar” na Índia neste ano ou no próximo, mas um plano concreto ainda não foi anunciado.

“Esse é um problema de Elon Musk”, disse Shetty. “Não pode mudar as leis do lugar. A questão é: você quer fazer negócio ou não? Eu quero fazer negócio.”

“Acredito firmemente que o luxo adota a tecnologia muito mais rapidamente do que os automóveis em geral”, disse Shetty.

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