Inspirada pelos feitos consecutivos no Circuito Norte (Nordschleife) do famoso Autódromo de Nürburgring, na Alemanha, a Porsche Brasil resolveu empreender a mesma façanha no Autódromo Municipal José Carlos Pace. no bairro de Interlagos, na capital paulista, no dia 6 de junho último. Não levou apenas um carro de produção para conquistar novo recorde de volta — não oficial, este só nas corridas — mas quatro (foto de abertura): 911 Turbo S, Panamera Turbo S E-Hybrid, Taycan Turbo S e Cayenne Turbo GT, este modelo que estreia hoje (10) no mercado brasileiro. Todos eles tinham características totalmente originais. A cronometragem coube à Racing Crono, que presta este serviço à Porsche Cup.
O propósito não era somente instaurar um novo recorde para estampar as virtudes de desempenho dos carros da marca, mas também estabelecer tempos em quatro segmentos distintos: o Panamera tornou-se recordista na categoria de sedãs, o Taycan transformou-se no modelo 100% elétrico mais rápido e o Cayenne Turbo GT, o novo suve recordista da pista. Além desses, o Porsche 911 Turbo S conquistou o recorde absoluto da pista para carros de produção seriada.
O piloto responsável pelas façanhas dos quatro Porsches, Max Wilson, é um profundo conhecedor da marca e dos produtos. Coordenador técnico da Porsche Cup e comentarista de Fórmula 1 na TV Bandeirantes, ele tem um extenso currículo nas pistas, com destaque para a função de piloto de testes da Williams de F-1 (1998-1999), disputa do campeonato de Fórmula Indy (2001) e campeão brasileiro de Stock Car (2010).
Max entrou na pista primeiramente com o Cayenne Turbo GT cercado por muita curiosidade, à medida que o modelo estaria sendo lançado neste instante no mercado nacional. Cravou 1min48s493. O conjunto constituído pelo motor V-8 biturbo de 4 litros e 640 cv e tração permanente nas quatro rodas permitiu uma quebra de recorde em mais de 6 segundos. “Embora o Cayenne Turbo GT seja um suve, eu me senti pilotando um autêntico esportivo. Ele é rápido, contorna curvas e traciona muito bem. Destacaria ainda o poder de frenagem: eu vinha a mais de 260 km/h e freava depois da placa dos 150 metros antes do “S” do Senna, e tudo bem”, revelou o piloto, logo após cravar o tempo e retornar aos boxes.
Já o Panamera Turbo S E-Hybrid, dotado de motor V-8 biturbo de 4 litros e 571 cv, combinado a um elétrico de 136 cv — potência combinada de 707 cv — registrou um tempo ligeiramente mais baixo: 1min48s330. Max desceu empolgado do sedã esportivo: “São dois aspectos que merecem destaque: o primeiro deles é a combinação de potência e torque do motor a combustão com o elétrico. O resultado é brutal. E a segunda é o porte avantajado desse sedã. Estamos falando de um carro de 2,3 toneladas! Como pode ser tão rápido, frear tão bem e ser tão estável?”, afirmou.
Na hora de sentar no elétrico Taycan, Max Wilson não escondia a expectativa, justamente pelas acelerações e retomadas viscerais que o torque do modelo (107 m·kgf) ofereceria na prova. “Por se tratar de um carro elétrico, devido à curva de torque plana, você tem respostas muito rápidas. Ele chegou a 250 km/h no final da reta e foi muito estável em curvas de alta e baixa velocidade. Agora, o que mais impressiona é o poder de frenagem do carro, mesmo pesando cerca de 2,3 toneladas”, comentou o piloto. E o Taycan não decepcionou. Com 625 cv (761 cv no modo overboost (pressão de carregamento adicional temporária), ele completou os 4.308 metros do traçado de Interlagos em 1min49s828.
Eis que chega a vez do ícone. O Porsche 911 Turbo S, propulsionado pelo mítico boxer 6-cillindros de 3,6 litros turbocarregado de 650 cv e 81,6 m·kgf, permitia supor que faria um tempo de destaque. E veio o resultado no cronômetro: 1min43s087. Max desceu do carro e exclamou: “Todo o conjunto é primoroso, mas o que mais impressiona é o motor. O carro atinge velocidade máxima próxima aos 280 km/h no final de reta dos boxes… O que ele traciona nas saídas de curvas de baixa, como Pinheirinho e Bico de Pato, é espantoso. Mérito da tração permanente nas quatro rodas”, confessou, lembrando que havia pilotado um Porsche Turbo de corrida no passado e acabou “matando a saudade”. O tempo de volta do Porsche 911 Turbo S, carro sem qualquer preparação, é apenas alguns segundos mais lento que os bólidos da Stock Car Pro Series em Interlagos (1min41s). “Se você mantiver as características originais do 911 Turbo S e usar pneus slick, ele baixa o tempo de volta para 1min39s”, calculou o piloto.
Cayenne Turbo GT estreia no mercado nacional
A Porsche completa a linha de modelos Cayenne com uma versão configurada para desempenho e dirigibilidade máximos: o novo Cayenne Turbo GT. Seu motor V-8 biturbo de 4 litros e 640 cv serve de base para características excepcionais objetivadas. Com 90 cv a mais que o Cayenne Turbo Coupé e torque máximo de 86,7 m·kgf (um aumento de 8,1 m·kgf), a aceleração de 0-100 km/h foi reduzida 3,9 segundos para 3,3 segundos e a velocidade máxima agora é de 300 km/h, um aumento de 14 km/h.
Esse motor biturbo é atualmente o 8-cilindros mais potente da Porsche. Esse V-8 difere-se do Turbo Coupé em elementos fundamentais, como virabrequim, bielas, pistões, corrente de acionamento dos comandos de válvulas, além de alterações nos dois turbocarregadores, nos interresfriadores e na injeção direta de combustível. Dado o aumento da potência para 640 cv, esses componentes foram projetados para cargas de pico mais altas.
O câmbio automático epicíclico Tiptronic S de 8 marchas e o controle de tração também foram modificados, enquanto a caixa de transferência do sistema de tração integral conta com arrefecimento a líquido. O sistema de escapamento esportivo de série, com saída dupla central, é exclusivo do Cayenne Turbo GT. O silenciador traseiro, é feito de titânio, leve e particularmente resistente ao calor. A supressão do silenciador central o torna mais leve.
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Com linhas ainda mais intimidantes e disponível exclusivamente como cupê de quatro lugares, o Cayenne Turbo GT vem com todos os sistemas de chassi disponíveis de série e pneus de alto desempenho desenvolvidos especialmente para este modelo. A transmissão e o chassi também têm uma configuração única, especificamente definida para a versão. O resultado é um conceito geral harmonioso com excelente capacidade para pistas, conforme foi comprovado pelo piloto de testes da Porsche, Lars Kern, que rodou os 20,832 km do Nürburgring Nordschleife com o tempo de 7min38s9, estabelecendo um novo recorde oficial para suves.
Comparado com o Cayenne Turbo Coupé, o Turbo GT é 17 mm mais baixo. Com base nisso, tanto os componentes passivos do chassi quanto os sistemas de controle ativo foram reprojetados e otimizados para desempenho e uso diário. Eles também possuem calibração específica para garantir a interação perfeita entre eles. Por exemplo, a constante elástica da suspensão pneumática de três câmaras foi aumentada em até 15%, e as características dos amortecedores da suspensão ativa, bem como a eletroassistência da direção e o esterçamento das rodas traseiras também foram recalibrados.
Já o controle de estabilidade e tração agora opera com software de controle orientado ao desempenho. O resultado é uma estabilidade e aderência ainda melhores, e um comportamento mais preciso em curvas de diversos raios e arcos. Alinhado a isso, o sistema de vetoração por torque permite taxas de polarização de torque mais elevadas. O eixo dianteiro totalmente otimizado também melhora a dirigibilidade. Em comparação com o Turbo Coupé, as rodas dianteiras são mais largas em uma polegada e o câmber negativo foi aumentado em 0,45 grau para proporcionar aos novos pneus de 22 polegadas, especialmente desenvolvidos para o Turbo GT, uma área de contato maior nas curvas. Os freios são carbocerâmicos.
Design do Turbo GT possui particularidades
Disponível opcionalmente com pintura na nova cor cinza Ártico, o Cayenne Turbo GT destaca sua capacidade atlética através das características marcantes de seu design. Isso inclui uma parte dianteira específica para GT com defletor e entradas de ar laterais de arrefecimento ampliadas, que criam uma perspectiva frontal única. O teto de compósito de fibra de carbono (CFRP) e extensões pretas dos arcos da roda, junto com rodas GT Design de 22 polegadas em Neodímio, dominam sua lateral. As placas laterais de CRFP instaladas longitudinalmente no defletor de teto são específicas do GT, assim como o aerofólio traseiro adaptável, que é 25 mm maior do que aquele instalado no Turbo. Isso aumenta a força descendente na velocidade máxima do carro em até 40 kg. A vista traseira é arredondada com um painel difusor marcante feito de CFRP.
O caráter esportivo do Cayenne Turbo GT destaca-se pelos equipamentos de série de alta qualidade e pelos elementos em Alcantara de seu interior. Conta com bancos dianteiros esportivos ajustáveis em oito direções e um sistema de bancos traseiros esportivos individuais. Cada um deles é projetado especificamente para o GT com painéis centrais do banco em Alcantara, realces contrastantes em Neodímio ou cinza Ártico e as inscrições “Turbo GT” em seus apoios de cabeça. Como é esperado nos carros esportivos da Porsche, o aro do volante multifuncional apresenta uma marcação de referência, em amarelo, correspondente às 12 horas dos relógios. Dependendo do acabamento específico, as faixas centrais têm acabamento em preto fosco.
Com o Turbo GT, a próxima geração do sistema de infotenimento Porsche PCM 6.0 é lançada com desempenho aprimorado, uma nova interface de usuário e nova lógica de operação no Cayenne. Como antes, o PCM 6.0 é totalmente compatível com Android Auto e Apple CarPlay o que significa que todos os smartphones mais conhecidos agora podem ser integrados.
O Cayenne Turbo GT está disponível para encomenda no Brasil com preço público sugerido a partir de R$ 1.325.000.
BS