PORSCHE TAYCAN GTS, UM ESPORTIVO ELÉTRICO PARA USAR E ABUSAR – Autoentusiastas

Desde a introdução da sigla GTS (Grand Touring Sport) no Porsche 904 Carrera em 1963, esse logotipo representa o desejo de cada aficionado, pois é sabido que é sinônimo de melhor desempenho, luxo e estilo, sem que cruze a fronteira para o lado mais visceral ocupado pelos RS e Turbo. No caso do elétrico Taycan acontece o mesmo. Na escala de cinco versões disponíveis no Brasil, o Taycan GTS está no meio da faixa, e entrega tudo que se espera de um Porsche GTS.

A partir de R$ 819 mil é possível configurar uma versão e escolher entre inúmeras opções de equipamentos e acessórios através do website da marca, e com isso ter a exclusividade que somente marcas de luxo conseguem oferecer a seus clientes.

Se preferir, assista primeiramente ao vídeo de apresentação e avaliação que foi gravado na região de Joaquim Egídio em Campinas, SP, e teve a participação especial do nosso editor-chefe, Bob Sharp:

Quando se fala em carro elétrico essas três palavras sempre vêm à mente, e a cada modelo avaliado aparecem evoluções, mostrando que o novo caminho da eletrificação está se consolidando. No caso do Taycan GTS a inovação está no sistema elétrico trabalhando com corrente nominal de 800 volts, enquanto a maior parte dos veículos já avaliados é de 300~400 volts.

A bateria de íons de lítio com arrefecimento a líquido tem 93,4 kW·h de capacidade de armazenamento, permitindo alcance de até 504 km no ciclo WLTP. Na vida real se traduz para cerca de 400 km, mas obviamente se quiser testar os 598 cv de potência máxima e 86,7 m·kgf de torque instantâneo a cada arrancada de sinal, esse alcance cairá vertiginosamente.

São dois motores elétricos, um para cada eixo, com 299 cv e 43,3 m·kgf cada um, perfazendo os valores combinados citados acima. Com peso em ordem de marcha de 2.295 kg, a relação peso-potência é de 3,84 kg/cv, e aceleração de 0-100 km/h é feita em 3,7 segundos. A velocidade máxima é limitada em 250 km/h.

A Porsche declara consumo médio de 4,29 km/kW.h, mas no trecho entre São Paulo e Campinas obtive média cerca de 20% melhor do que o informado. Considerando a redução do ICMS na conta de energia elétrica e do combustível, o custo por km rodado ficaria na ordem de 18 centavos de real por km. Muito melhor do que os 70 centavos por real por km que custaria um veículo de mesmo porte e potência abastecido com gasolina de alta octanagem.

Outro avanço tecnológico encontra-se na possibilidade de carregamento rápido em corrente contínua (DC) de até 270 kW, o que permitiria cargas de 0-100% em cerca de 20 minutos. Porem carregadores com essa potência ainda não existem em quantidade por aqui, mas mesmo nos carregadores de 150 kW (DC) existente é possível fazer a mesma carga em 40 minutos. Em carga de corrente alternada a taxa máxima do veículo é de 22 kW·h.

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Durante as avaliações deste Taycan GTS o fabricante de carregadores InCharge instalou um equipamento de 7 kW na minha residência para teste. A primeira experiência foi muito boa, pois como nunca deixei a bateria chegar a 0%, caso contrário teria que voltar para casa de guincho, e todas as manhãs tinha a bateria a 100% devido à carga noturna, permitindo aumentar ainda mais a minha experiência com o Taycan. Associado à geração de energia por placas fotovoltaicas que já possuía em minha residência, o custo do quilômetro rodado tende a zero.

O Taycan GTS é equipado com sistema de suspensão pneumático adaptativo gerenciado pelo competente Porsche Active Suspension Management (gerenciamento de suspensão ativa Porsche) que utiliza os mesmos princípios já visto em outros modelos da marca. A experiência ao dirigir é sensacional e o carro adapta-se às condições de piso e de condução.

São três níveis de ajuste (Normal, Sport e Sport Plus), cada um com uma altura de suspensão específica em relação ao solo, e essa variação ocorre também associado à velocidade do veículo. Tudo acontece de modo automático, dando maior segurança e estabilidade ao veículo, além de modificar o peso do volante e alterar a curva de resposta do pedal do acelerador.

O mesmo acontece com as cargas de amortecimento que vão crescendo à medida que se seleciona modos de maior esportividade, deixando a movimentação da carroceria mais contida, mas sem trazer desconforto aos ocupantes. A suspensão é sempre firme, mas nunca é dura, não importando quão irregular seja a superfície que se trafega. Todo esse conjunto trabalha perfeitamente com o sistema de vetoração por torque para manter o carro firme na trajetória curva escolhida.

Os pneus Michelin PilotSport4 245/45R20 na dianteira e 285/40R20 na traseira tem altura de flanco de 110 mm e 114 mm respectivamente, conseguindo boa absorção de impacto e colaborando para a boa aspereza de rodagem em asfalto mais áspero e paralelepípedos. As rodas montadas no veículo testado têm a característica de serem parcialmente fechadas (há outras opções), o que contribui para atingir 0,22 de coeficiente de arrasto aerodinâmico (Cx). O efeito frenante da regeneração de energia já descarrega boa carga de frenagem, gerando menos calor nos freios.

O nível de ruído interno é outro fator elogiável na integração dos sistemas de propulsão e suspensão do Taycan GTS. Em todas as velocidades medidas (60, 80 e 100 km/h) o ruído de rodagem esteve sempre em patamares abaixo de 70 dBA. (gráficos abaixo). E na aceleração em subida a resposta sonora evidencia o ruído nas baixas frequências.

Clique nas fotos com o botão esquerdo do mouse para ampliá-las e ler as legendas – os valores comparativos são os mostrados à esquerda que representam a média durante 30 segundos de medição na velocidade determinada

O Taycan GTS apresenta o pretinho básico no acabamento interno, porém com o requinte dos estilistas da Porsche e a beleza do teto solar panorâmico. O revestimento com camurça sintética nos bancos, forro do teto, console central, parte do painel de instrumentos e no volante trazem a sofisticação com apelo esportivo. O volante, onde as mãos estão sempre em contato, é muito bem acabado, o tecido é macio e agradável ao toque, e estimula o uso do carro no dia a dia.

A sensação no interior do carro é similar ao que foi visto no Macan GTS, mostrando que a Porsche tem consistência no desenho e na seleção de materiais quando a proposta é para um modelo na versão GTS.

Como em outros modelos da marca, é possível encontrar no alto e ao centro do painel o elegante cronômetro esportivo, que pode alternar entre informar as horas, ou ser um cronômetro. É mais um daqueles itens do interior que mostra a capacidade minimalista de desenho dos profissionais da Porsche e que mantém sua elegância.

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As telas táteis impressionam pelo tamanho e também pela integração e conexão entre elas. Os instrumentos digitais imitam os antigos quadros de instrumentos da marca que carregam o conta-giros ao centro, mas que nesta versão tem o indicador de consumo/regeneração de energia elétrica ali posicionado. No carro testado há uma tela secundária (quarta tela) para operação do passageiro dianteiro com informações exclusivas e não disponíveis na tela central. Todas as telas são configuráveis para atender o gosto e necessidade de cada usuário em cada tipo de utilização.

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Os bancos dianteiros possuem 18 direções de ajuste, facilitando encontrar a melhor e mais confortável posição de dirigir, com a possibilidade de memorizar até 3 configurações. O sistema de som premium é destaque e expande o prazer a bordo do grande sedã-cupê, um autêntico fastback.

O desenho exterior remete às linhas do 911 deixando claro que seu desenho atemporal de quatro portas incorpora o DNA da marca alemã. Na vista lateral a silhueta do veículo harmoniza com o tamanho e desenho das rodas de 20”, enquanto na dianteira, os faróis de LED Matrix contemplam luz de rodagem diurna e seta direcional no mesmo conjunto.

As lanternas traseiras são envolventes e interligadas por uma barra iluminada, onde também está instalada a luz de neblina. Esse desenho da traseira deixou o carro com linha de cintura elevada e o alargou na aparência, que registra 1.966 mm de largura total sem contar os espelhos.

É interessante de ver como a Porsche conseguiu aliar uma perfeita combinação de uso em cidade, estrada e pista o tradicional espírito do desempenho de um GTS, com os aprimoramentos de luxo, e tudo isso perfeitamente aplicado ao trem de força elétrico. Portanto, se a receita do Taycan é algo que funciona para o seu gosto e orçamento, o GTS é facilmente a versão que melhor combina esses atributos.

GB