Que, por suas características, sequer era considerado um automóvel. Por isso, não recebeu os mesmos subsídios fiscais do governo Juscelino Kubitschek que a Vemag teria para iniciar o fabrico da perua Vemaguet dois meses mais tarde. Talvez isso ajude a explicar o fracasso do projeto.

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Gurgel Itaipu foi a primeira tentativa de um elétrico nacional, mas não passou da fase de protótipo

Sessenta e seis anos depois, podemos estar às vésperas de ter o primeiro automóvel elétrico sendo produzido em série e de maneira contínua por aqui. Sim, tivemos nos anos 70 o Gurgel Itaipu E150, mas este nunca passou da fase de protótipos, como já contamos. Depois, o Gurgel Itaipu E400, mas este era um furgão, não um veículo de passeio, e foi fabricado em um único lote de 1.000 unidades.

E se você esperava por um carro da Fiat ou da Volkswagen, talvez se surpreenda com o fato de que ele pode ser feito por uma empresa também 100% nacional, e com características muito similares às da velha Romi-Isetta.

Startup Kers quer instalar fábrica no PR para fabricar o Wee, um microcarro elétrico de três rodas e dois lugares que seria vendido pela internet

Conceito de veículo de três rodas com dois lugares é muito similar ao da Isetta

Na tarde desta sexta-feira, a Prefeitura de Maringá (PR) realizará no paço municipal um evento de apresentação do Kers Wee, proposta de um veículo elétrico urbano que, assim como a velha Isettinha, tem só três rodas e dois lugares, embora conte com duas portas laterais em vez de uma dianteira.

O conceito do veículo foi desenvolvido no próprio Estado, em projeto encabeçado pelo engenheiro Carlos Motta, que envolveu pesquisadores da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) e do Inbramol (Instituto Brasil de Mobilidade), com incentivo do Seti (Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná).

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Projeto 100% nacional

Startup Kers quer instalar fábrica no PR para fabricar o Wee, um microcarro elétrico de três rodas e dois lugares que seria vendido pela internet

De acordo com os criadores, o modelo foi desenvolvido para ser produzido apenas com componentes nacionais, de modo a ter um custo “até 60% menor” que o dos atuais carros elétricos mais baratos no país – o mais em conta de todos, atualmente, é o JAC e-JS1, de R$ 150.000. Seu preço inicial, portanto, ficaria abaixo de R$ 100.000.

Ainda, ele tem o chamado “conceito de energia circular”, que prevê remanufatura e reciclagem do veículo e de seus componentes ao fim do ciclo de uso. Os desenvolvedores também afirmam que o ferramental já foi adquirido, e que a fabricação será por sistema modular de linha de montagem, sob consultoria de engenheiros da extinta Karmann-Ghia.

O protótipo a ser exibido em Maringá foi construído com bilha de fibra de vidro, mas a Kers, uma startup criada pelos membros de Seti, Unioeste e Inbramol envolvidos no projeto, garante que a versão de produção terá carroceria formada por chapas de aço estampado. Daí a consultoria com os ex-membros da Karmann-Ghia.

Startup Kers quer instalar fábrica no PR para fabricar o Wee, um microcarro elétrico de três rodas e dois lugares que seria vendido pela internet

Os criadores do elétrico afirmam que ele será comercializado em diferentes pacotes de baterias, que conferirão autonomias na casa de 100, 200 ou até 400 km, a depender da versão. Já o motor elétrico deve ser padronizado. Embora dados de potência e torque não tenham sido revelados, a estimativa é que sua velocidade máxima fique em 100 km/h.

Por outro lado, os criadores garantem que o modelo terá tecnologias semiautônomas de condução embarcadas, embora não digam ainda quais.

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Produção depende de investidores

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A apresentação do Kers Wee será em Maringá porque é na cidade do norte paranaense que a empresa pretende instalar sua fábrica. Ela, inclusive, já teria adquirido o ferramental e trabalha com uma capacidade estimada de 10.000 veículos por ano.

Falta definir o espaço para instalar a fábrica, mas a startup deseja lançar o produto no mercado ainda no primeiro semestre de 2022. Entretanto, o evento no paço municipal servirá também como “rodada de negócios”, no qual os criadores do Wee buscarão potenciais investidores para embarcar no projeto. Ainda não está claro se o lançamento do Wee depende desses investidores para acontecer.

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Estratégia inspirada na Tesla 

Seja como for, a Kers se inspirou na Tesla para definir a estratégia de venda do Wee. Os diretores da companhia prometem espalhar showrooms do modelo em shoppings e locais de grande público nas principais cidades do país. Porém, em vez de concessionárias, trabalhará com vendas pela internet.

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