A mais nova polêmica sobre carros elétricos surgiu, curiosamente, pelo chefe de uma das maiores desenvolvedoras do segmento atualmente. O presidente da Toyota, Akio Toyoda, se queixou do crescente “exagero” envolvendo veículos elétricos e criticou às restrições políticas para modelos a combustão.
Durante entrevista coletiva para a Associação de Fabricantes de Automóveis do Japão, da qual Toyoda é presidente, ele afirmou que o País ficaria sem eletricidade no verão caso todos os veículos fossem elétricos. De acordo com o presidente, uma estrutura energética favorável à uma frota 100% elétrica custaria ao Japão um valor entre US$ 135 bilhões a US$ 358 bilhões.
“Quando os políticos estão dizendo: ‘vamos nos livrar de todos os carros que usam gasolina’, eles entendem isso?”, criticou Toyoda. Em seguida, reiterou sobre os possíveis problemas do banimento de veículos a combustão. “O atual modelo de negócios da indústria automobilística entrará em colapso.
Além disso, o líder da montadora colocou em cheque o real benefício ao meio ambiente do novo segmento. Ele afirmou que a maior parte da eletricidade japonesa é oriunda de carvão e gás natural. Ou seja, a energia provém de uma fonte poluidora.
Japão também terá prazo limite para carros a combustão
Com o intuito de estimular o desenvolvimento de elétricos, o Japão planeja banir as vendas de modelo a combustão até meados de 2030. O governo deve oficializar essa medida entre o final deste mês e começo de 2021. Entretanto, o governador de Tóquio pretende antecipar essa mudança na metrópole para 2030.
Apesar da fala, Toyota vai na contramão do executivo
Embora a fala do executivo seja uma resposta às prováveis medidas do governo do Japão, a montadora demonstra esforços para um futuro mais verde. Somente neste mês, a Toyota apresentou uma nova plataforma feita para carros elétricos, e anunciou que seu próximo modelo terá uma bateria que poderá ser recarregada em 10 minutos.
Vale reforçar que a fabricante foi a primeira a lançar um híbrido, com o Prius, em 1997.