Que os carros elétricos são o futuro do setor automotivo não há dúvidas. As preocupações com o meio ambiente e os gases poluentes emitidos pela combustão dos veículos movidos a álcool ou gasolina fazem cada vez mais parte da sociedade, tornando esses veículos verdadeiros vilões.
Diversos países já se preparam para a extinção dos veículos a combustão. Na Europa, por exemplo, a previsão é que em dez anos a circulação desse tipo de automóvel seja proibida.
Diante desse cenário, os veículos elétricos ganham cada vez mais espaço e o Brasil começa a engatinhar no assunto. Pensando em conquistar esse mercado, a startup eiON, de Curitiba (PR), criou o primeiro buggy elétrico que será produzido em série no país. A expectativa é que a produção em larga escala comece no segundo semestre de 2021.
“Estamos com dois protótipos que estão sendo aprimorados. Estamos fazendo todos os testes de segurança antes para que ele possa ser produzido e vendido no mercado. Inicialmente a meta é produzir um veículo por mês e aumentar essa escala gradativamente. A meta é que até 2025 estejamos produzindo 40 veículos por mês”, explica Milton Francisco dos Santos Junior, engenheiro elétrico e idealizador do projeto.
Medindo 3,35 metros de comprimento, 2,01 metros de entre-eixos e 1,795 de largura o buggy elétrico acomoda cinco pessoas e está sendo produzido em três versões – Econômica, Padrão e Luxo -, que se diferem pelos kits de bateria. A versão econômica tem uma autonomia de 150 km, a padrão tem de 250 km e a de luxo pode chegar a uma autonomia de 500 km. O veículo demora entre 2 a 5 horas para recarregar sua bateria por completa.
Em todas as versões do veículo, ele vem equipado com bancos anatômicos, freios a disco nas quatro rodas, acelerador eletrônico, sistema de frenagem regenerativa e controle eletrônico de tração.
Em sua versão mais equipada, o veículo elétrico tem uma aceleração de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos e pode alcançar a velocidade máxima de 140 km/h. Já o modelo mais simples pode alcançar a velocidade de 100 km/h em 10,9 segundos e atinge a velocidade máxima de 110 km/h.
Com diferentes tecnologias, o buggy elétrico não emite gases poluentes, não tem ruídos, e é super “econômico” podendo rodar mais de 100 km com menos de R$ 9,00, o que gera uma economia de aproximadamente 70% no custo do quilômetro rodado quando comparado aos modelos de carros movidos à gasolina ou álcool.
“Inicialmente o valor parte de R$ 119 mil, mas com a produção em série também estamos tentando baratear o veículo”, acrescenta Milton.
“Ele vai atender tanto as pessoas da área urbana, de cidades do litoral, que é muito comum ter esse tipo de veículo, também poderá ser usado para o ecoturismo, aliando essa questão da natureza aos princípios do veículo elétrico, que é justamente cuidar do meio ambiente”, explica o idealizador.
Idealizado para ajudar o filho
A ideia de criar um buggy elétrico surgiu em 2017, quando o engenheiro elétrico recebeu o diagnóstico, de que seu filho com então dois anos de idade, era autista. Depois de pesquisar sobre a doença veio a vontade de ajudar. “Li diversos artigos que relacionavam o aumento no número de casos de autismo com o aumento da poluição. Daí veio a ideia de produzir um carro que fosse sustentável”, explica.