Carro-forte elétrico desenvolvido no Brasil

Você certamente já deve ter visto carros, motos, ônibus, caminhões elétricos. Mas a empresa de conversão de veículos Eletra e a transportadora de valores Protege criaram o que dizem ser o primeiro carro-forte elétrico do mundo.

O modelo acaba de ser entregue, e deve começar a rodar em São Paulo muito em breve. A autonomia, de 75 km, parece pequena, mas é suficiente para o uso diário do veículo. Um carregador da Eletra foi instalado em uma garagem da Protege, e será o responsável pelas recargas – que levam 2h30.

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O desenvolvimento do carro-forte elétrico teve como base um chassi de caminhão Volkswagen VW 8.160. Todo o processo levou 18 meses para ser concluído e custou R$ 1 milhão.

Em vez de criar um veículo totalmente novo, a Eletra usou um processo chamado retrofit, que consiste em converter um veículo usado a diesel em um elétrico.

Carro-forte elétrico desenvolvido no Brasil

Nesse processo, o chassi e parte da carroceria são aproveitados, enquanto os componentes como motor, transmissão e tanque de combustível vão para reciclagem.

“O fato de você pegar um caminhão muitas vezes no fim do ciclo e transformar em elétrico traz um ganho muito grande. Primeiro porque você não desova caminhões velhos no mercado. Depois, quando faz o retrofit, elimina a emissão na sua operação”, disse Iêda Nogueira, diretora da Eletra.

Ficou mais leve

Mesmo com 957 kg em baterias, a Eletra afirma que o carro-forte elétrico é quase 1 tonelada mais leve do que um similar a diesel. O peso total não foi divulgado.  

A explicação está na carroceria, criada especialmente para o modelo elétrico pela Mib Blindados. “Como não existe um motor convencional na dianteira, o desenho é diferente, com a parte frontal removida”, explica a executiva da Eletra.

O motor elétrico de até 449 cv e 1.800 kgfm de torque fornecido pela brasileira WEG é instalado em uma posição mais baixa do que o antigo diesel que equipada o veículo. Ele é ligado diretamente ao eixo cardã.

A Eletra ainda instalou um sistema de regeneração da energia para as frenagens. “Acrescentamos um sensor no pedal. A primeira fase do freio é elétrica. Só depois que o sistema convencional é utilizado”, dia Iêda.

Assim, as baterias podem ter parte da carga recuperada durante a operação. A Protege afirma que o custo de operação do carro-forte elétrico é 65% mais baixo do que dos similares a diesel. Porém, não informou qual é o custo por km rodado.

Outra vantagem na operação é a ausência de ruídos, além das emissões neutras. “Em entregas específicas, onde é preciso desligar o veículo por conta do ruído e das emissões, isso não precisa mais ser feito”, destaca a executiva da Eletra.

Primeiro exemplar

Essa é a primeira unidade do tipo na frota de 800 veículos da empresa. A Protege afirmou que vai analisar os resultados deste programa piloto antes de decidir se adquire mais exemplares elétricos.

Já a Eletra parece otimista com a aceitação da tecnologia. “Temos 2 possibilidades para esse tipo de veículo. Uma delas é essa, de entrega de valores, mas também na área da segurança pública”.

A empresa afirma não ter aberto outras negociações, mas acredita que, assim que o veículo começar a rodar com a Protege, deve atrair o interesse de outras companhias.

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