O mercado de carros elétricos está crescendo e a previsão é de que as vendas alcancem até um terço da demanda anual em 2030, segundo uma pequisa recente no Reino Unido. Contudo, esse crescimento não reflete toda a realidade em torno do segmento.
Carlos Tavares, presidente da PSA (Stellantis), disse ao Financial Times que os carros elétricos são caros demais para produzir. O chefe do grupo francês se mostrou preocupado com a sustentabilidade do negócio, que se apoia quase que completamente em incentivos fiscais dados pelos governo.
Contudo, o mercado de carros elétricos está sendo sustentando em realidade pelo contribuinte, mesmo aquele que não tem um carro próprio, por exemplo. O problema do carro elétrico começou desde seus primeiros dias, com as tecnologias avançadas e o alto custo de produção tornaram impossível o desenvolvimento de produtos sem ajuda de governos.
Na Europa, citou Tavares, os carros elétricos chegam a ter € 12.000 de bônus para reduzir seu preço elevado e promover a venda. “Essa é a lacuna que precisamos preencher se queremos oferecer isso ao maior número possível de cidadãos, o que significa que todos os tipos de redução de custos precisam ser enfrentados para enfrentar esse desafio”, disse Tavares.
A redução no valor da matéria-prima é apontado pelo executivo como um dos pontos a considerar. Tavares sugeriu ainda que as montadoras tenham mais recursos para pesquisa e desenvolvimento de carros elétricos.
A própria empresa parece ter conseguido encontrar a fórmula para reduzir custos a um nível bom, já que registrou lucro de € 595 milhões no primeiro semestre, mesmo com a pandemia.
Com a maioria dos fabricantes tendo prejuízos nesse período, a PSA conseguiu lograr uma boa posição, ainda que vendendo em grande parte automóveis e comerciais leves com motores a gasolina e diesel. Contudo, o desafio agora será obter lucro com os carros elétricos nos próximos anos.
[Fonte: Financial Times]