Um tem bancos com ajustes elétricos, aquecimento e memória. O quadro de instrumentos virtual é configurável, e a central multimídia tem tela de 8″. O acabamento é bom e o equipamento de som da Beats tem 300 Watts. Sob o capô, o motor 2.0 de 230 cv a gasolina leva o carro de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos. A máxima chega a 250 km/h. No outro veículo, um carro elétrico, as regulagens do banco são manuais, e não há ajuste de altura. O acabamento é simples, com superfícies rígidas. Leva 13,2 segundos para chegar a 100 km/h (mais que o dobro do oponente), e não vai além de 135 km/h (pouco mais da metade do outro carro). Um gasta combustível e polui. O outro consome eletricidade e não gera emissões.
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Há um abismo separando o Volkswagen Jetta GLi e o Renault Zoe. Mas os preços são semelhantes: o sedã esportivo da Volkswagen sai por R$ 144.990, enquanto o hatch elétrico da Renault custa R$ 149.990. Essa é a razão de ambos estarem aqui. Os elétricos estão chegando. Renault Zoe, BMW i3, Nissan Leaf e Jaguar I-Pace já estão à venda. O Chevrolet Bolt vem aí, e a chinesa JAC anunciou o lançamento de uma família de modelos movidos a eletricidade.
Um dos motivos de o veículo elétrico ser caro no Brasil é o imposto. O IPI tem alíquota de 7 a 18%, dependendo de fatores como peso, por exemplo. Como comparação, carro 1.0 recolhe 7%. Afora isso, há incentivos locais. Na cidade de São Paulo, elétricos e híbridos são isentos do rodízio.
Será que isso é o suficiente para “virar a chave”, abandonar os motores a combustão interna e partir para os elétricos? Mostramos os prós e contras de dois modelos. O Jetta precisa de posto de combustível. O Zoe, de uma tomada. A escolha é sua.
Esportividade e barulho contra economia e silêncio
O Jetta é um sedã que herdou a mecânica e o comportamento do Golf GTI. Por isso, basta encostar o pé no acelerador para ele arrancar com muita disposição. Se o motorista pisar com vontade, as rodas dianteiras chegam a dar uma leve “fritada” no asfalto, de tanta força. Afinal, além dos 230 cv, o torque de 35,7 mkgf está disponível a partir de 1.500 rpm. Como se não bastasse, o aumento de velocidade é acompanhado por um instigante ronco grave, especialmente com o modo esportivo acionado na central multimídia.
No Renault Zoe, por outro lado, o silêncio impera. O motor elétrico de 92 cv faz o hatch se movimentar emitindo um leve zumbido. A resposta é boa (embora muito longe da oferecida pelo Jetta). Isso porque motores elétricos têm torque total em rotações baixíssimas. No caso do hatch francês, são 22,4 mkgf a apenas 250 rpm.
Como a maioria dos elétricos, o Zoe é um carro urbano. Além de não emitir poluentes (um alívio para o trânsito dos centros urbanos), ainda recarrega as baterias durante as desacelerações e frenagens. A autonomia é de 240 km.
O Jetta vai muito mais longe. Com tanque de 50 litros, o sedã tem alcance nominal de 495 km na cidade (média de 9,9 km/l) e 625 km na estrada (12,5 km/l). No entanto, apesar do turbo e da injeção direta de combustível (que contribuem para a redução de poluentes), o modelo não está livre de emissões. A Volkswagen não informou os níveis de poluentes do sedã. Mas o Golf GTI (que empresta a mecânica ao Jetta GLi) emite 125 g/km de CO2 – gás responsável pelo efeito estufa -, além de 0,247 g/km de monóxido de carbono (CO).
Posto de combustível contra tomada
Encher o tanque custa bem mais que recarregar as baterias. Tomando-se como base o preço médio da gasolina no Estado de São Paulo (R$ 4,080, de acordo com pesquisa da ANP), um tanque cheio custa R$ 204. “Encher as baterias” do Zoe é bem mais barato. De acordo com estimativa feita pela Renault durante o Salão do Automóvel de São Paulo, no ano passado (quando o Zoe foi apresentado), a recarga do modelo custaria R$ 30.
Além do desempenho esportivo, o Jetta oferece muito conforto. Painel e portas dianteiras têm revestimento macio. Afora o quadro de instrumentos virtual, o modelo tem central multimídia com tela de 8″. O Zoe tem revestimento rígido, um pequeno quadro de instrumentos com tela de TFT e central multimídia com monitor de 7″.
No banco traseiro, o Jetta recebe bem melhor a família. Com entre eixos de 2,68 m, há bom espaço para pernas e cabeça. No Zoe (2,59 m de entre eixos), a acomodação é menos satisfatória. Isso porque, como as baterias ficam sob o banco, o assoalho é elevado. Como consequência, há menos espaço para cabeça e as pernas ficam levemente erguidas, sem um bom apoio no assento. Para finalizar, os porta-malas são bem diferentes. Enquanto o sedã de 4,71 metros acomoda 510 litros, o Zoe (4,08 m) tem bagageiro para 334 litros.
Ficha técnica
Volkswagen Jetta GLi
Preço
R$ 144.990
Motor
2.0, 4 cil., 16V, turbo, gasolina
Potência (cv)
230 de 4.700 a 6.200 rpm
Torque (mkgf)
35,7 de 1.500 a 4.600 rpm
Câmbio
Automatizado, 6 marchas
Comprimento
4,71 m
Entre eixos
2,68 m
Porta-malas
510 litros
Fonte: Volkswagen
Prós e contras
Prós: Desempenho
Modelo é um sedã com comportamento do Golf GTI.
Contras: Acabamento
Na dianteira, Jetta tem superfícies macias ao toque, mas na traseira laterais de portas têm revestimento rígido.
Renault Zoe
Preço
R$ 149.990
Motor
Elétrico
Potência (cv)
92 de 3.000 a 11.300 rpm
Torque (mkgf)
22,4 de 250 a 2.500 rpm
Câmbio
Automático, 1 marcha
Comprimento
4,08 m
Entre eixos
2,59 m
Porta-malas
334 litros
Prós e contras
Prós: Economia
De acordo com a Renault, a recarga completa das baterias custa o equivalente a R$ 30 em São Paulo.
Contras: Acabamento
Hatch é revestido com superfícies rígidas no painel e laterais. Bancos têm ajustes manuais, e espaço atrás é restrito.
Fonte: Renault