O presidente da Bosch para a América Latina, Gaston Diaz Perez, afirmou que a empresa é “agnóstica” em relação à tecnologia predominante em eletrificação e motores a combustão. Segundo ele, a escolha do consumidor é que determinará qual caminho a empresa seguirá como fornecedora de tecnologia. O executivo também enfatizou que o Brasil tem uma solução imediata para reduzir a emissão de carbono: o etanol.
De acordo com Perez, o etanol é uma ótima opção para o Brasil. Ele acredita que, mesmo sendo uma tecnologia de transição, o caminho natural do país é o hidrogênio no longo prazo. No entanto, a discussão atual é sobre o uso do etanol em relação à gasolina. O executivo afirma que a descarbonização do país pode ser alcançada em três anos, apenas produzindo e incentivando mais o uso do biocombustível.
Embora reconheça que os carros elétricos possam ser uma boa opção teórica para o Brasil, Perez ressalta que o alto preço dos veículos elétricos pode tornar a descarbonização mais lenta. Para substituir rapidamente a frota poluente por veículos com menor emissão de CO2, o hidrogênio seria uma alternativa viável, mas o etanol seria a escolha natural para o país.
Perez também comenta sobre a necessidade de uma infraestrutura para carregamento de veículos elétricos, que deve ser secundária em relação a outras necessidades básicas do país. Ele destaca que ainda há muitas regiões sem acesso a serviços básicos, como pavimentação e saneamento, que precisam ser resolvidos antes de investir em infraestrutura para carros elétricos.
Além disso, Perez acredita que a oportunidade de empresas globais no mercado brasileiro está no fornecimento de componentes e motores a combustão, já que muitos países estão fazendo o desinvestimento nessa tecnologia. Segundo ele, em muitos lugares do mundo, não faz sentido migrar para 100% elétrico, e os motores a combustão serão usados por um longo período.
A Bosch já está se preparando para a demanda do mercado brasileiro produzindo localmente componentes para veículos híbridos, como a ECU (unidade de controle eletrônico). A empresa se diz pronta para atender a qualquer demanda de seus clientes, seja ela eletrificada ou a combustão.
Em resumo, o presidente da Bosch para a América Latina, Gaston Diaz Perez, acredita que o Brasil tem um caminho claro para a descarbonização: o uso do etanol. Ele reforça que há muitas outras necessidades básicas que devem ser solucionadas antes de investir em infraestrutura para carros elétricos e que a empresa está pronta para fornecer qualquer tecnologia que seus clientes demandem.
Fonte: “A discussão é etanol contra gasolina, não contra elétrico”, diz Bosch