O Uso de Dois Pesos e Duas Medidas na Abordagem de Carros Elétricos e a Segurança dos Usuários
Com a crescente preocupação em relação às emissões de gases poluentes e o impacto ambiental, o mercado de carros elétricos tem ganhado destaque nos últimos anos. No entanto, é preocupante perceber a disparidade de tratamento em relação à segurança desses veículos em comparação aos carros movidos a combustão.
Recentemente, um trágico acidente chocou o país, no qual quatro jovens perderam suas vidas dentro de um BMW topo de linha do ano de 2022, em Balneário Camboriú (SC), devido à intoxicação por monóxido de carbono. A alteração indevida no sistema de escape do veículo, realizada em uma oficina independente, foi a causa desse desfecho lamentável e abominável.
O que chama a atenção é a reação da sociedade e da imprensa diante desse incidente. De forma surpreendente, o caso foi tratado como uma simples fatalidade, quase casualidade. Em nenhum momento, questionou-se o fato das mortes terem ocorrido em decorrência de um veículo movido a combustão. Se as circunstâncias do acidente envolvessem um carro elétrico, a reação seria completamente distinta.
Haveria uma verdadeira histeria coletiva, exigência de novas leis e regras para veículos elétricos, investigações, cobranças por responsabilidades e publicações massivas nas redes sociais. A fabricante do veículo elétrico seria convocada a prestar esclarecimentos e se exigiria o desenvolvimento de novas tecnologias para evitar que o incidente se repetisse. No entanto, por se tratar de um carro a combustão, nada disso foi observado.
O fato é que, em pleno 2024, veículos que custam milhares de reais e são considerados de alta qualidade ainda apresentam riscos tão significativos para seus usuários, mesmo que decorrentes de alterações indevidas. Como é possível que a sociedade aceite passivamente esse cenário?
A realidade é que, se os quatro jovens estivessem dentro de um carro elétrico, estariam vivos hoje. Isso porque os veículos elétricos utilizam uma tecnologia de propulsão mais responsável, sem emissão de gases tóxicos ou poluentes pelo escapamento. No entanto, essa verdade parece ser ignorada e tratada de forma sepulcral.
É fundamental que a segurança dos usuários seja uma preocupação central, independentemente do tipo de propulsão do veículo. A abordagem diferenciada e complacente diante de incidentes envolvendo carros a combustão em comparação aos elétricos não condiz com a importância da segurança viária e ambiental. Afinal, a vida dos usuários está em jogo e a responsabilidade das fabricantes e oficinas independentes deve ser cobrada de forma igualitária.
Em um contexto de transição para veículos mais sustentáveis, é crucial que a segurança, tanto dos ocupantes quanto do meio ambiente, seja priorizada de maneira consistente. Afinal, a adoção de veículos elétricos deve representar um avanço em todos os aspectos, incluindo a segurança e a preservação do meio ambiente.
Fonte: Quatro jovens mortos intoxicados em um BMW e o carro eltrico