Outra gigante do setor de energia decidiu pegar carona para o futuro. Depois de companhias como WEG, EDP e até Estapar anunciarem parcerias e investimentos junto a redes de abastecimento de veículos elétricos (EVs), desta vez, a Raízen lidera um aporte de R$ 10 milhões na startup Tupinambá. A firma de VC Plataforma Capital também participa da rodada seed.

Além do capital, claro, as companhias vão explorar sinergias. “É uma combinação muito poderosa. A Tupi vai ficar responsável pela operação das estações de conveniência, como shoppings, hotéis etc, e dos condomínios residenciais. A Shell fica com os pontos de carregamento rápido, que são estratégicos na longa distância. A energia é da Raízen”, disse Davi Bertoncello, CEO da Tupinambá, ao Pipeline.

Com mais de mil pontos de abastecimento, entre próprios e públicos, espalhados por todo o país, a Tupinambá tem hoje uma das maiores redes mapeadas em sua plataforma. Seus 5 mil usuários cadastrados no aplicativo representam uma importante fatia dos menos de 30 mil motoristas de carros elétricos rodando pelo Brasil hoje. De cara, mais 20 estações devem ser inauguradas nos postos da rede Shell, bandeira da Raízen no Brasil, já no primeiro semestre deste ano.

Apesar de cerca de 40% da rede da startup ainda se concentrar em São Paulo e outros 20% entre Rio e Minas, a Tupi já está presente no país todo. A última fronteira a ser cruzada, na região Norte, já conta com o serviço em MVP desde o início deste ano.

Pedro de Conti e Davi Bertoncello, cofundadores da Tupinambá: experiência em publicidade agregou receitas — Foto: Divulgação

Até 2024, a Tupi quer ter a maior rede própria de totens de abastecimento do país — hoje, a startup controla apenas 100 de seus pontos de abastecimento. Boa parte das estações está distribuída em estabelecimentos imobiliários, como shoppings da BrMalls, condomínios da Cyrela e supermercados do Carrefour, além de alguns hotéis de luxo.

Somando os pontos de abastecimento rápido que a startup vai montar para a Shell, a rede de totens deve ser multiplicada por 10 nos próximos anos. Mas não é com isso que a Tupi vai gastar o cheque. Para investir em hardware — o carregador é fabricado por diversas fornecedoras, como Schneider, ABB e até WEG — a startup conta com parcerias e reinvestimentos da Raízen.

A Tupi, aliás, se autodefine como uma empresa de software. Começou em 2019 como aplicativo de mapeamento de recarga para veículos elétricos e percebeu ali uma lacuna de mercado. Por isso, dos R$ 10 milhões que entram agora, cerca de 40% será investido na tecnologia proprietária e o restante dividido entre marketing e comercial. Pelas contas do CEO, a companhia está capitalizada pelos próximos 24 meses, ao menos.

Antes disso, a Tupi só havia levantado R$ 1 milhão num family and friends. Raízen e Plataforma encontram no cap table basicamente os fundadores – além de Bertoncello, o também publicitário e colega de turma da ESPM Pedro de Conti, que também fundou a Grubster e a ChefsClub. A dupla faz jus à formação e parte da receita da startup vem de painéis publicitários acoplados nas estações de recarga. Até que mais brasileiros decidam trocar a gasolina pela tomada, é o que vai ajudar o breakeven.

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