A revolução dos carros elétricos já é parte do nosso dia-a-dia, mas há quem ainda se sinta inseguro de encarar uma viagem mais longa ou mesmo ser proprietário de um carro 100% elétrico. E é justamente aí onde o mercado de carros híbridos ajudam a fazer esta transição.
Um destes modelos é o Renault Arkana E-Tech Hybrid, que foi avaliado em nossa viagem para a cobertura da F1 em Spa-Francorchamps, aproveitando o trajeto de Paris, na França, até a Bélgica.
Ainda não há confirmação oficial da chegada deste modelo ao Brasil, embora as especulações apontem até mesmo para uma vinda no próximo ano. De qualquer forma, a Renault tem investido forte na sua nova linha de carros 100% elétricos e certamente ampliar a gama de híbridos seria uma aposta interessante.
Seu estilo é de um SUV cupê, que chama a atenção pelas dimensões, mas não “assusta” o motorista que tem que encarar trajetos urbanos e vagas apertadas – algo que sentimos na pele ao trafegar com o Arkana no centro histórico de Liége, na Bélgica, uma das maiores e principais cidades próximas ao circuito de Spa-Francorchamps.
Mesmo se você precisar estacionar numa vaga na rua, o SUV cupê não chega a ser um tormento. Por outro lado, encarar a estrada é bastante prazeroso e proporciona estabilidade e silêncio na cabine mesmo a 130 km/h nos trechos de auto-estrada francesa (onde este é o limite de velocidade).
Falando em boas retomadas, hora de tratar do grande trunfo deste carro: a motorização híbrida, com um motor 1.6 a gasolina e outros dois elétricos (um de tração e um gerador), tendo uma potência combinada de 145 cv.
Importante: este não é um “híbrido plug-in”, ou seja, você não o carrega na tomada. Em velocidades baixas (como no ciclo urbano), o carro usa apenas o propulsor elétrico, e as freadas recuperam energia e abastecem a pequena bateria – o que ajuda e muito a diminuir o consumo do carro.
Chegamos a fazer 14.8 km/litro nas estradas europeias, mas isso porque nossa viagem era mais longa (são cerca de 375 km entre Paris e Spa). Com velocidades mais baixas e mais trechos urbanos estes números seriam ainda melhores. Com isso, a autonomia do carro com um único tanque chegou perto dos 800 km, um número bastante expressivo para um SUV deste porte.
O curioso é que depois de um tempo você fica “instigado” a recuperar energia em toda descida ou mesmo numa frenagem, já que o painel informa quando está usando apenas a energia elétrica e quando consegue “alimentar” a bateria.
A sensação de andar na cidade também, só com o motor elétrico, é parecida com a de um carro 100% elétrico, sem nenhum tipo de ruído de motor e, logo, sem emissão de poluentes – um fator importante para os motoristas que buscam um veículo assim. Até o som de quando você liga o motor lembra o de outros carros eletrificados da Renault que avaliamos recentemente, como o Kwid E-tech.
O câmbio é automatizado de dupla embreagem, com sete marchas, e garante trocas suaves, mesmo numa situação de ultrapassagem na estrada, por exemplo.
Dá até para trocar a marcha manualmente com as borboletas atrás do volante, uma tentação e tanto nas sinuosas estradas próximas de Spa-Francorchamps (afinal, o circuito mesmo era feito de trechos estas mesmas rodovias intermunicipais) e, como um SUV cupê, o rendimento é bem interessante.
Não chegamos a fazer um off road com o carro – até porque pegamos um incomum final de semana de sol no GP da Bélgica de F1 em 2022 –, mas a distância do solo de 200mm certamente ajudaria a encarar um ou outro terreno com mais lama (o que já aconteceu com este repórter no estacionamento de imprensa em anos anteriores).
O conforto ao dirigir também é um dos pontos altos do Arkana, que tem um painel multimídia de estilo tablet, mais central, e com interface bem amigável no comando e ótima visualização, com 9,3 polegadas e um visual futurista (há quem até compare com o estilo do Tesla).
Na versão que avaliamos na Europa, a cabine tinha detalhes esportivos da RS Line, que combinavam bem com a pegada da proposta da viagem para uma corrida de F1. Espaço para bagagem também não foi problema, com um porta-malas de cerca de 500 litros, ideal para quem busca um SUV para viagem em família.
Agora, fica a dúvida: será que o Renault Arkana E-Tech Hybrid vem mesmo ao Brasil? Na versão que avaliamos, a RS Line, seu preço na Europa é de 38.630 euros (cerca de R$ 210 mil na conversão direta, sem impostos). A primeira aposta eletrificada da Renault no segmento SUV cupê será o Megane E-Tech, este sim já oficializado por aqui para desembarcar no ano que vem.
O Arkana, caso chegue no Brasil, certamente estaria em um segmento que inclui modelos como Toyota Corolla Cross Hybrid e Jeep Compass 4xe ou mesmo alguns híbridos “plug-in” mais premium, casos de Volvo XC60 e BMW X3.
A tecnologia híbrida certamente seria um grande diferencial do Renault Arkana E-tech Hybrid para encarar um mercado no Brasil que ainda pode oferecer mais opções, sobretudo para aqueles que já pensam em ter um carro elétrico, mas ainda querem o conforto de não depender 100% desta tecnologia.
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