Pouco muda na Renault para 2021, dado o congelamento das regras de 2020, mas há uma transformação simbólica no horizonte na esteira de um processo de reestruturação da empresa liderado pelo novo CEO, o executivo italiano Luca De Meo, ex-Volkswagen. A montadora confirmou neste domingo (6) que a escuderia sediada em Enstone, na Inglaterra, vai passar a atender pela alcunha da marca Alpine na próxima temporada. Oficialmente, o novo nome da equipe vai ser Alpine F1 Team, equipada com um motor Renault E-Tech híbrido.
De acordo com o comunicado, a mudança de nomenclatura é “um passo chave para acelerar o desenvolvimento e influência da marca”. O nome Alpine já é utilizado no Mundial de Endurance. A equipe Signatech Alpine é uma das forças da classe LMP2 e já alcançou o título mundial tendo o brasileiro André Negrão como um dos seus pilotos.
O projeto da Alpine na Fórmula 1 segue tendo como principal cabeça Cyril Abiteboul, engenheiro que comanda a Renault desde seu regresso como equipe de fábrica no Mundial, em 2016. Até o momento, mesmo com muito investimento, a escuderia anglo-francesa ainda não conseguiu um pódio no retorno ao grid da categoria.
“Essa mudança vem em um momento chave na trajetória da equipe e do campeonato”, disse Abiteboul. “A Alpine traz um novo significado, novos valores e cores para o paddock com o espírito de competição e a criatividade francesa. Isso será importante na preparação para 2022”, acrescentou.
“O novo regulamento e os limites financeiros vão estabelecer condições para um automobilismo mais justo através da redistribuição de lucros. A Alpine tem espaço na Fórmula 1 e pode lutar por vitórias”, seguiu o engenheiro, que tem esperança de que a equipe possa voltar ao topo do Mundial na esteira da adoção da revolução, que estava marcada para 2021, mas foi adiada para 2022 em razão da necessidade de redução de custos por conta da pandemia do novo coronavírus.
O próprio comunicado já indica que, junto da mudança de nome, vem aí uma mudança nas cores do carro. A expectativa é de que o amarelo da Renault seja substituído pelo azul, tom tradicional da Alpine e do automobilismo francês.
Novo responsável pela gestão da Renault, Luca De Meo ressaltou a importância de fortalecer a marca Alpine ao colocá-la na elite do esporte a motor em 2021.
“A Alpine é uma marca linda, poderosa e vibrante, que traz um sorriso no rosto de seus seguidores. Ao apresentar a Alpine, um símbolo de excelência francesa, à mais prestigiosa das categorias do automobilismo no mundo, estamos continuando a aventura dos construtores em um esporte renovado”, disse o executivo.
“Estamos trazendo uma marca dos sonhos ao lado dos maiores nomes para corridas de carros espetaculares realizadas e acompanhadas por entusiastas. A Alpine também vai trazer seus valores para o paddock da Fórmula 1: elegância, criatividade e ousadia”, finalizou De Meo.
A Renault/Alpine não vai ser a única a ter novo nome na F1 em 2021. A Racing Point, de propriedade de Lawrence Stroll, vai passar a adotar o nome da marca Aston Martin na próxima temporada depois que o empresário canadense comprou ações da montadora britânica, assumindo o comando da empresa.
A Alpine já tem dupla definida para a temporada 2021. Esteban Ocon passa a ter Fernando Alonso como companheiro de equipe. Daniel Ricciardo é quem sai, tendo assinado com a McLaren.