O domínio dos SUVs nas vendas não é exclusividade do Brasil. No exterior, sobretudo na Europa, os utilitários também continuam a crescer nos emplacamentos. Por isso, a Renault virou a chave e, desde o início de 2021, anunciou que vai reformular toda a sua gama de veículos. E uma das principais novidades da marca do losango acaba de estrear, o SUV Austral.
Com dimensões similares às do Jeep Compass e do Toyota Corolla Cross, o Renault Austral é a grande aposta da marca francesa para disputar o concorrido segmento de SUVs médios. O nicho tem ainda outros rivais de peso que se destacam no mercado europeu, como o Peugeot 3008 e o Volkswagen Tiguan Allspace. Lá, vai substituir o SUV Kadjar.
A missão – já de saída – é superar o desempenho do antecessor, que não conseguiu entregar bons volumes. Para mudar o jogo e vender como o arquirrival Peugeot 3008, da Stellantis, que é um dos líderes, o Renault Austral combinará o visual mais moderno da Renault à carroceria mais desejada do momento e a uma mecânica ecológica e econômica.
Sempre híbrido
A princípio, o SUV terá somente mecânica híbrida. E nada de diesel. Na versão de entrada, o motor 1.2 turbo a gasolina trabalha com um propulsor elétrico de 48V que, juntos, geram 130 cv de potência. O híbrido leve promete consumo de até 18,8 km/l. Completam o conjunto o câmbio manual de 6 marchas e tração apenas dianteira.
Na versão intermediária, o Austral traz outro conjunto híbrido leve. Este, com motor 1.3 turbo – o mesmo de Captur e Duster – e um propulsor elétrico de 12V. Assim, gera 140 cv com a caixa manual de 6 marchas. A opção de câmbio automático do tipo CVT aumenta a potência para 160 cv. Em ambos os casos, o torque é de 27,5 mkgf e o consumo fica em 16,1 km/l
Por fim, para o topo da gama, há uma versão híbrida plug-in que recarrega em tomadas e eletropostos. Batizada como E-Tech Plug-in Hybrid, a configuração une o motor 1.2 turbo a gasolina a um elétrico. Nele, que pode ter tração dianteira ou integral, a potência fica entre 160 cv e 200 cv. Além disso, de acordo com a marca francesa, o SUV faz até 21,7 km/l.
Estética
Feito sobre a nova plataforma CMF-CD03 da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, o Austral tem no visual um de seus principais trunfos. Além de exibir do novo logotipo da marca, tem elementos de design do recém apresentado Mégane E-Tech, como as luzes DRL que formam um só conjunto com os faróis iluminados por LEDs.
Para-lamas avantajados, grade dianteira encorpada com detalhes em xadrez e rack de teto deixam o SUV mais parrudo. Sem contar a linha de cintura elevada e as grandes rodas de liga leve, que podem ter 20 polegadas na versão esportiva Esprit Alpine. Nas dimensões, o Renault Austral mede 4,51 metros de comprimento por 1,83 m de largura.
Traseira de personalidade
Na traseira, o Austral pode dividir opiniões. Afinal, o exagero das lanternas compromete um pouco a linearidade do visual e traz um ar exótico. Em formato “C” o conjunto invade a tampa do porta-malas de maneira meio invasiva. Mas isso é algo subjetivo. Mais importante é o compartimento para bagagens, que comporta entre 430 litros e 575 litros.
Por dentro, outro destaque é o painel que une o quadro de instrumentos com tela digital de 12,3″ e a central multimídia de 12″. Ambos formam uma única peça. Trata-se, portanto, do OpenR XXL. O sistema tem acesso aos principais serviços e aplicativos do Google. Outro recurso interessante é o sistema de direção autônoma de nível 2, que atua em conjunto com outros sistemas avançados de condução semiautônoma, como controle de cruzeiro adaptativo (ACC), frenagem automática, assistente de permanência em faixa e sistema de câmeras 3D com visão de 360°.
No mais, o acabamento é caprichado, com revestimentos em couro, Alcântara e partes em madeira maciça, a depender da versão. A lista tem ainda head-up display de 9,3″, sistema de iluminação ambiente, bancos traseiros deslizantes (por isso a diferença na capacidade do porta-malas), atualização remota, entre outros itens. Na segurança, tem airbag até entre os bancos do passageiro e motorista.
O Renault Austral tem chances de chegar ao Brasil a partir de 2023. Entretanto, o SUV não será feito na fábrica de São José dos Pinhais (PR). Ele virá importado da Europa. A fabricante vai focar cada vez mais em modelos premium no Brasil e no resto do mundo, desvencilhando a sua imagem da romena Dacia, criadora de Duster, Logan e Sandero.