(SÃO PAULO) – No Salão do Automóvel de 2018, Renault Zoe, Chevrolet Bolt e Nissan Leaf tentaram demarcar uma nova fase rumo à popularização dos elétricos no Brasil. Por razões diferentes, até hoje são figuras raras no trânsito.
Quanto ao Zoe, não era só o preço elevado que atrapalhava. O visual já estava datado e o interior implorava para ser reconhecido como futurista, sem sê-lo. Não era ruim de guiar, desde que se aceitasse uma anestesia predominante nos seus movimentos.
Na verdade, o pior era o descostume com carros elétricos. Não que espetar veículos na tomada tenha virado hábito, mas era ainda mais estranho naquele mundo que hoje parece tão distante.
Agora a Renault tenta emplacar o Zoe novamente.
Para tanto, reformulou boa parte do carro. Principal benfeitoria foi o incremento na capacidade da bateria, de 41 kWh para 52 kWh, o que prolongou a autonomia de 300 para 385 quilômetros. O motor elétrico também está mais poderoso, com 135 cv e 25 kgfm – ante 110 cv e 22,9 kgfm do antigo.
O interior gélido de antes se tornou ambiente mais aconchegante, ergonômico e até elegante, com um aplique de tecido cinza. Já o painel está mais direto e funcional e o volante de menor diâmetro ficou melhor de manejar.
Na prática, o Zoe se aproximou da realidade, o que é bom: deixou de ser o embaixador de uma tecnologia para ser simplesmente um compacto urbano movido a eletricidade. É ágil nas arrancadas, silencioso, pratico e confere um certo status a quem está ao volante.
Isto posto, me parece mais negócio entregar R$ 204.990 neste Zoe Zen (a topo de linha Intense sai por R$ 219.990) hoje do que R$ 149.990 no anterior.
E por que uma coluna sobre carros clássicos se meteu a falar de um elétrico?
Simples: no futuro, quanto mais você dirigi-los no cotidiano, mais estará livre de impostos e peso na consciência para queimar gasolina no fim de semana.
Talvez seja até uma condição.