Um dos entraves à mudança para um carro elétrico é o preço de aquisição, sendo os elétricos usados, por serem mais baratos, uma solução mais acessível. No entanto, esta é uma tecnologia que ainda suscita algumas dúvidas entre os condutores, e quando falamos de carros usados, estas são ainda mais acentuadas. Assim, de acordo com a Cetelem, há cinco aspetos que deve analisar se estiver à procura de um carro elétrico usado.
1. Avalie o estado geral do exterior
Assim como em qualquer outro automóvel, o aspeto exterior de um elétrico diz muito sobre o estado do carro (ainda que nunca devamos descurar o resto).
Deve ter em atenção a existência de pontos de ferrugem nos guarda-lamas, sob as portas e os frisos, em torno dos vidros, sob o capô e nas saliências do porta-bagagem. Em simultâneo, repare se há bolhas na pintura, pois esses pontos da carroçaria estarão fragilizados e sujeitos a que, mais cedo ou mais tarde, possam aparecer sinais de ferrugem.
Eventuais riscos e amolgadelas são como o algodão: não enganam! Se por um lado é normal que um carro usado tenha algumas marcas de uso, danos excessivos podem significar que não foi tratado com cuidado, e pode mesmo ter estado envolvido num sinistro.
2. Avalie o interior
O interior do automóvel deve sempre condizer com os quilómetros da viatura em questão.
Se tiver poucos quilómetros e o banco, o volante ou o cinto tiverem muitos sinais de desgaste, tenha atenção: algo pode não estar a bater certo.
Teste todo o sistema de info-entretenimento: experimente as várias funcionalidades e todas as aplicações. Espreite também a autonomia que o carro apresenta e percentagem da mesma. A partir daqui já poderá tirar algumas conclusões sobre a autonomia real do carro no presente. Mas sobre este tópico explicamos mais à frente neste artigo o que deve considerar.
Não se esqueça de testar as ligações, seja pelo isqueiro do carro ou nas tomadas USB e auxiliares, e experimente ligar o ar condicionado – tanto para frio como para quente. Afinal de contas, ninguém quer comprar um novo carro cujos recursos que mais utilizamos possam estar avariados.
3. Passe a “pente fino” os componentes elétricos
Num carro elétrico não há óleo do motor, filtros ou correias para analisar, mas existem igualmente componentes “mecânicos” que deve ter em atenção.
Comece pela entrada de carregamento e tente perceber se tudo está intacto, ou se por outro lado, existem evidências de um uso incorreto ou descuidado.
Ainda sobre o carregamento, não se esqueça de verificar os cabos: observe as zonas de contacto com o automóvel e com a rede, mas também todo o comprimento do cabo, procurando cortes ou pontos em que se note alguma deterioração que possa comprometer os carregamentos no futuro, ou até, a sua segurança.
4. Tenha particular atenção às baterias
As baterias são, talvez, o componente mais importante, e também o mais caro, de um carro elétrico, portanto, é principalmente neste ponto que se devem concentrar as suas atenções.
Em primeiro lugar, é importante saber em que moldes a bateria foi adquirida, ou seja, se foi comprada ou alugada.
No aluguer, é certo que terá uma despesa mensal fixa, porém, o custo de reparação de anomalias neste componente será suportado pela marca.
Caso a bateria tenha sido comprada em conjunto com o automóvel, que é o que acontece na grande generalidade dos casos, bastará olhar para a autonomia estimada no computador de bordo para perceber o estado geral das baterias. Caso não esteja a 100%, poderá com alguma cautela calcular a autonomia real do automóvel e perceber que percentagem de autonomia perdeu com o uso e o passar do tempo.
Por norma, a redução da capacidade útil das baterias é de aproximadamente 8% após 150 mil quilómetros.
Use esta métrica como termo de avaliação. Se o automóvel tiver menos de 150 mil quilómetros e uma autonomia de 90% face à anunciada quando era novo, isso pode significar que o carro teve um mau uso. Afinal de contas, as baterias de um carro estão preparadas para durar, no mínimo, 15 anos.
5. Confirme as garantias
As garantias dos carros elétricos são superiores às garantias dos carros com motores a combustão.
Por norma, as garantias deste tipo de automóveis rondam os 8 e 10 anos, sendo que existem algumas marcas que oferecem já garantias até um milhão de quilómetros.
Por isso, é muito importante confirmar o histórico de manutenção e assistência dos automóveis para garantir que as garantias ainda estão vigentes, e que na eventualidade de existir algum problema, não terá de ser a sua carteira a suportar os custos da reparação.