QUATRO RODAS teve acesso exclusivo ao plano de eletrificação da marca. Ele prevê cinco produtos até 2023, inclusive a “Kombi do futuro”
Foi em dezembro de 2013 que a linha de montagem da Volkswagen Kombi foi desativada em São Bernardo do Campo (SP), fruto da nova legislação que obriga carros vendidos no Brasil a terem airbags frontais e freios ABS.
Desde então, a marca alemã nunca mais ofereceu uma van no mercado brasileiro. Isso mudará em 2023, exatos dez anos depois. É esse o prazo que a fabricante estipulou para lançar no país a sucessora da Kombi. E ela será elétrica.
QUATRO RODAS teve acesso exclusivo ao plano de eletrificação da VW no país, que já foi apresentado de maneira secreta a diretores locais da companhia e prevê cinco lançamentos nos próximos quatro anos.
O primeiro deles a empresa já anunciou: será o híbrido Golf GTE, que vem importado da Europa para assumir o lugar do extinto GTI nacional, a fim de evitar que o hatch médio seja definitivamente tirado de linha em nosso mercado enquanto a oitava geração não chega.
Embora a apresentação tenha acontecido este ano – nossa reportagem, inclusive, já o experimentou –, o início efetivo das vendas (em lote com 99 unidades) será em 2020.
Híbrido com recarga externa, Ele combina um motor 1.4 turbo a gasolina de 150 cv a outro elétrico, rendendo 204 cv e 35,7 mkgf de potência e torque combinados.
Para 2021 a Volkswagen deve começar a vender no Brasil o Tiguan GTE, que sequer foi lançado ainda nos Estados Unidos ou na Europa. Tal qual o Golf GTE, terá recarga externa e combinará o mesmo propulsor 1.4 turbo a dois elétricos, que juntos devem atingir 225 cv.
Nesse mesmo ano a empresa planeja lançar no país a nova geração do suvão Touareg, na configuração híbrida PHEV, já existente na China.
Ela também é recarregável na tomada e traz um 2.0 turbo a gasolina aliado a um motor elétrico que faz o conjunto render 368 cv e 71,4 mkgf.
Em 2022, será a vez de a marca lançar seu primeiro carro 100% elétrico no país: a versão de produção do I.D. Crozz, SUV cupê já apresentado conceitualmente no Salão de Frankfurt há dois anos, e que deve ganhar vida na Europa ano que vem.
Terá um motor 100% elétrico acima de 300 cv, e promete uma autonomia de 500 km.
Por fim, em 2023, o plano enfim prevê a chega da I.D. Buzz, minivan também derivada da plataforma modular voltada a veículos elétricos da Volkswagen, a MEB. Ele é considerada a Kombi do futuro, e já foi avaliada por QUATRO RODAS.
A I.D. Buzz chegará em 2022 para substituir a Transporter 6, sexta geração do utilitário que foi produzido no Brasil entre 1950 e 2013, como gerações 1 e 2.
Ela será 100% elétrica, oferecerá 370 cv de potência com tração integral e autonomia prometida de até 600 km no ciclo EPA. Bem diferente da primeira Kombi vendida em nosso mercado nos anos 50 com propulsor 1.1 a gasolina de 25 cv e tração traseira.
Se a troca da Kombi refrigerada a ar pela arrefecida a líquido já gerou um burburinho enorme entre os entusiastas, como a futura Kombi elétrica será aceita em nosso mercado? Teremos de esperar quase quatro anos para descobrir.
A ansiedade até lá será grande.