Sandero

Enquanto Itália e Espanha estavam no meio do caos do coronavírus e o toque de recolher bloqueava as atividades não essenciais, o Renault Sandero seguia sua temporada de testes de inverno em Arjeplog, na Suécia, como se nada estivesse acontecendo.

E um dos modelos flagrados por nossos paparazzi é também um dos mais relevantes em termos numéricos, para aumentar as vendas de carros após a catástrofe da pandemia 2020: o Sandero.

A terceira geração do modelo, que com o tempo se tornou sinônimo de bom custo-benefício – título que herdou do sedã que lhe deu origem, o Logan – manterá o espírito pragmático e sem frescuras – mas também seu caráter cosmopolita.

Porque há tempos o Sandero é um autêntico modelo global para a Renault, que o batiza com sua própria marca (e não como Dacia) em vários países, da Rússia ao Brasil.

O Sandero é geograficamente estratégico, e, na Europa, agora será ainda mais importante do ponto de vista comercial, considerando a necessidade de mobilidade pós-pandemia e a crise que se avizinha.

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HISTÓRIA

Há, ainda, outra razão pela qual o próximo Sandero, que estava esperado para o final do ano, mas agora pode atrasar, ser estratégico para a marca: seu projeto. Surgindo em 2007 na plataforma B0, o quase-médio Dacia/Renault nasceu graças a uma plataforma que derivou de outra arquitetura – versão com entre-eixos alongado da plataforma B da Nissan e Renault (primeiro trabalho conjunto da Aliança), por sua vez derivada do Clio 1998.

Adaptada à marca romena para as próprias necessidades, a B0 fez sucesso no grupo franco-japonês, para a qual foi útil para modelos destinados à Rússia (incluindo Lada) e à Índia. Agora, ela havia voltado para casa para ser modernizada para a segunda geração do Sandero, que chegou há pouco tempo no Brasil.

Já a próxima geração marcará a promoção para a “Série A” da aliança, já que ela usará a mais arquitetura modular CMF-B. Esta é a mesma em que nasceram os últimos Renault Clio e Captur (o europeu) e também o Nissan Juke.

Mudar para uma base de última geração, mas simplificada em comparação aos modelos mencionados, não significa apenas ter materiais mais leves e resistentes, com seus benefícios para o consumo e a dinâmica. Significa, também, ter uma arquitetura eletrônica moderna, com um sistema de informação e entretenimento com tablet flutuante.

Sandero

Até um Híbrido?

A adoção da plataforma CMF-B torna possível expandir a linha com uma novidade do Clio: o sistema híbrido E-Tech, com motor 1.6 aspirado a gasolina e um outro elétrico, totalizando 140 cv.

Não há informacões oficiais, mas a recente estréia do conceito de emissão zero Spring indica que a Dacia também começa a se concentrar na eletrificação. De qualquer modo, dada a vocação do Sandero, o principal motor será o atual três cilindros 1.0 aspirado a gasolina, que deve ganhar a variante turbo de 100 cv (aposentando o 1.6 aspirado).

Não perderá de vista sua missão, que continua sendo a de ser um carro com ótimo custo-benefício. A chegada ao Brasil, porém, deve acontecer apenas em 2023. Aqui, ele pode conviver com o atual, como já adiantamos.

QUASE UM CLIO

Na traseira, o Sandero mostrará seu relacionamento crescente com o Clio, que ficará evidente no para-choque traseiro mais musculoso e no ombro mais pronunciado. Observe também o adeus às maçanetas com abertura para cima, substituídas pelas que se movem “para fora”. Sua linha de cintura também será mais apontada para cima: um elemento adicional de contato com o Clio e um distanciamento do antigo Sandero.

O “KWID ELÉTRICO”

O Spring, apresentado como conceito em março e cuja aparência final reconstruímos acima (carro azul ao fundo), será o primeiro carro a bateria da Dacia quando chegará em 2021. Parece uma derivação elétrica do “nosso” Kwid, eleito Compra do Ano 2020 em sua categoria.

Hoje, não há indicação da expansão desta família de elétricos. Os detalhes técnicos do Spring ainda não foram divulgados – apenas seu tamanho, de 3,70 m, e a autonomia, estimada em cerca de 200 quilômetros.

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