Depois da pandemia e do home-office, empresas mundo afora estão repensando a utilidade de escritórios gigantes e sedes faraônicas. Por outro lado, se deparam com a necessidade de manter a existência de espaços físicos para promover encontros e uma maior troca entre os funcionários.
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No caso da multinacional americana Hershey, dona dos chocolates Hershey’s, Reese’s e Almond Joy, a saída encontrada para equilibrar esses dois objetivos foi mudar-se para um coworking. Desde o começo de junho, o novo endereço do escritório de São Paulo da fabricante de chocolates é a unidade do WeWork da Vila Madalena.
Com 320 m², e ocupando um andar, o novo escritório comporta 50 funcionários, o que corresponde a um terço do quadro de pessoas da multinacional na capital paulista. Mas a ideia é, justamente, realizar um rodízio dos profissionais, por isso não há lugares fixos.
Por lá, vale a regra do remote first e, embora tenham a possibilidade de ir ao escritório, os 150 funcionários são livres para escolher a periodicidade que desejam trabalhar presencialmente. A única exigência é que, para isso, eles reservem um lugar por um aplicativo.
“A pandemia foi difícil, mas ao mesmo tempo foi um momento que construímos um ambiente de muita confiança. O time continuou entregando e até superando a produtividade em home-office. Então, com a reabertura depois da vacina, veio um momento de repensar o nosso espaço físico”, diz Larissa Diniz, Gerente Geral Latam da Hershey.
A escolha pelo bairro da Vila Madalena, na Zona Oeste de São Paulo, também não foi à toa. “Fizemos uma análise de CEP do nosso time e vimos que o endereço iria ser acessível para a maioria. Fora isso, também é próximo do nosso escritório anterior, que ficava em Pinheiros”, afirma Larissa.
Terceira maior companhia do setor do país, atrás de Nestlé e Mondelez, a Hershey está há 24 anos no Brasil. Além do escritório em São Paulo, a companhia também possui uma fábrica em São Roque onde ficam mais de 500 funcionários. Fora isso, há um time de vendas espalhado por diversas cidades brasileiras.
A capilaridade do WeWork, que hoje está presente na capital e no interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre também foi um atrativo. “Agora, temos ‘sedes estendidas’ para o nosso time comercial que, por ventura, quiser se encontrar”, diz Larissa.
Isso porque os funcionários da Hershey possuem acesso a qualquer unidade da rede de coworkings, mediante a utilização de créditos, disponibilizados pela companhia.
A executiva não nega que a mudança também representou uma economia em termos financeiros para a Hershey. Embora não divulgue de quanto foi a redução, Larissa afirma que os recursos vão ser utilizados para aumentar a equipe brasileira. “O maior objetivo é crescer o time, então, será algo reinvestido na companhia”, diz.
“Estar integrado nesse ecossistema também possibilita vantagens: a redução de custos para o caixa da empresa, a possibilidade de ter mais pessoas rotacionando no mesmo espaço de forma otimizada e uma economia de energia produtiva, uma vez que a companhia não precisa se preocupar com nenhuma questão de real estate, nem de facilities”, comenta Felipe Rizzo, CEO da WeWork Brasil
Grafite nas paredes e foco em diversidade
Algo que já existia no escritório anterior, e não mudou no novo endereço, são os produtos da Hershey que ficam à disposição dos funcionários pelos corredores e salas de reunião.
Porém, um dos diferenciais do novo projeto são diversos painéis grafitados pela ilustradora Ziza. O primeiro conta com 6,78 por 2,37 metros e relembra uma campanha publicitária lançada pela empresa há três anos, batizada de HerShe.
Na ocasião, a Hershey utilizou a embalagem do carro-chefe da empresa, o chocolate Hershey’s, para promover o empoderamento feminino. “Atualmente, 52% do nosso quadro é composto por mulheres. A Michele Buck, nossa CEO global, acelerou os programas de igualdade de gênero na companhia”, diz Larissa.
Larissa, que assumiu a cadeira de Gerente Geral para a América Latina em setembro de 2021, inclusive, foi a primeira mulher a ocupar o cargo na Hershey. A meta da companhia para 2022, entretanto, é que 50% de todas as contratações tenham igualdade de gênero.
Um segundo painel também fala sobre diversidade em inclusão, mas com foco em sororidade. Com 2,93 por 2,37 metros, ele foi batizado de “Mulheres apoiando mulheres, uma barra de cada vez”.
A promoção da diversidade também está em outro aspecto do projeto, com a criação de banheiros sem gênero. Agora, são três tipos de sanitários disponíveis: She, He e They. “Queremos proporcionar um ambiente cada vez mais acolhedor e diverso, onde todos se sintam confortáveis e possam viver bons momentos”, complementa Larissa.
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