Maior grupo automotivo do mercado brasileiro atualmente, a Stellantis planeja lançar no País conjuntos híbridos leves para os carros de suas marcas. Ou seja, modelos de Citroën, Fiat, Jeep e Peugeot em breve ganharão sistemas eletrificados de 12V e 48V, que prometem melhorar sobretudo a eficiência energética dos motores flexíveis.
Dentre eles, destaque para os atuais 1.0 turbo flex de três cilindros (T200) e 1.3 turbo flex de quatro cilindros (T270). Ambos contam com injeção direta de combustível e atendem as regras do Proconve L7. A nova fase do programa brasileiro de controle de emissões de automóveis entrou em vigor em janeiro deste ano. Contudo, com os sistemas híbridos leves, esses motores ficarão ainda mais econômicos e menos poluentes.
Isso, evidentemente, é um avanço tecnológico – e mercadológico – em vários campeões de vendas do grupo. Entre eles, os Fiat Strada e Toro, os Jeep Renegade e Compass, e o Peugeot 208, por exemplo. Segundo João Irineu, diretor de Compliance de Produto da Stellantis na América do Sul, o sistema de 12 Volts sai por $500 euros, algo como R$ 2.500, na conversão direta. Por sua vez, o de 48V acresce $1.000 euros, ou cerca de R$ 5 mil a mais no custo do veículo.
Assim, uma das vantagens desses sistemas é o preço relativamente reduzido. De acordo com Irineu, para baixar os preços, o plano da Stellantis é que todos os componentes dos conjuntos híbridos de 12V e 48V sejam feitos no Brasil. Isso permitirá à empresa iniciar a fase de transição dos carros nacionais com motor apenas a combustão para os eletrificados.
Stellantis quer ser pioneira do híbrido leve
Ou seja, a ofensiva de eletrificação da Stellantis é similar à da adotada pela Volkswagen, que desenvolve um sistema híbrido leve flex. A novidade vai equipar carros nacionais, como Polo, Virtus, Nivus e T-Cross. Executivos da marca alemã já falam sobre o tema há mais de um ano. Para isso, a empresa criou no País um centro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias focadas em biocombustíveis.
Os projetos da VW envolvem conjuntos híbridos leves e a criação de um eletrificado movido a etanol. É algo na linha do que terá a Nissan no Brasil em 2023, com o sistema e-Power. Nesse caso, um motor a combustão serve como gerador e não move o carro. O motor que envia torque às rodas é elétrico. Mas a Stellantis, que já tem três eletrificados no País, o híbrido Compass 4xe e os elétricos Fiat 500e e Peugeot e-208 GT, quer liderar essa corrida.
Segundo Irineu, a Stellantis calcula que 20% dos seus veículos à venda no Brasil em 2030 serão eletrificados. Para tanto, o executivo conta que a empresa avalia soluções de cerca de 600 fornecedores locais. Isso inclui fabricantes de componentes elétricos e mecânicos, assim como de baterias dos sistemas de 12V e 48V. Embora ele não tenha revelado a data de lançamento, a Stellantis deve ter o sistema nas lojas em 2023. Portanto, quer chegar antes de Nissan e VW.