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Grand Plaza Shopping tem duas vagas para carros elétricos. (Foto: Divulgação)

Os números das vendas de carros elétricos no ABC não param de crescer, porém a infraestrutura de suporte para esses veículos é praticamente a mesma desde o ano passado. Shoppings, prefeituras, e concessionárias de rodovias não visualizam investimentos em pontos de recarga antes de um ano. De janeiro a julho do ano passado foram licenciados no ABC 3.040, média de 434 carros por mês, segundo informou o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), neste ano somente nos seis primeiros meses foram 5.120 registrados na região, média de 853 carros mensais, ou seja, a frota cresceu 96,5% em um ano.

Para Fabio Delatore, professor na Área de Veículos Elétricos e Híbridos, do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia) não há como prever quando haverá uma infraestrutura ideal para o uso do carro elétrico sem receio de ficar sem energia, comparável com o que existe em número de postos de abastecimento para o carro à combustão. O especialista diz que os empresários devem pensar na oferta de carregadores. “Para o comércio seria importante pensar nesses investimentos como diferencial competitivo do estabelecimento dele. Com essa crescente demanda, que começa a aparecer, é natural que também essa procura por ponto de recarga seja cada vez maior”, diz.

Como ainda não há essa infraestrutura bem consolidada no ABC e em outras regiões metropolitanas, o carro somente elétrico ainda vai passar um tempo como carro urbano. “Para viagem existem bons aplicativos que informam a localização eletropostos, mas tem uma série de condicionantes. Qual é a oferta de pontos de recarga? Será que não vai ter alguém usando e outro esperando para carregar? Por isso uma parada de uma hora pode passar a ser de seis ou oito horas. A gente não consegue cobrir todos as condicionantes. Eu, optaria, para atender deslocamentos entre casa e trabalho, pelo elétrico. Para viagens eu teria um híbrido. Vejo um mercado muito promissor para os próximos anos em que soluções deste híbridos médios até plenamente elétricos. Consumidor vai ter que fazer escolha por conta seu modo de uso. Não dá ainda para ter um horizonte de quando essa estrutura toda estará adequada”, diz Delatore.

Para o professor da Mauá diz que, quem mora em casa, pode se adequar muito bem ao carregador chamado de emergencial, que é ligado diretamente a uma tomada normal de 220 volts e 20 amperes. Ele vai ter uma carga mais lenta do que a disponibilizada em um wallbox, que custa mais caro e precisa de uma instalação mais complexa, mas é uma questão de se adaptar, sempre mantendo a bateria o mais carregada possível, como se faz com o celular. “Vai levar pelo menos seis horas para carregar, mas se fizer recarga sempre que sair com o carro, não vai ser um problema. Temos ainda alguns postos de combustível na região que têm carregadores mais rápidos”, explica.

Já quem mora em apartamento pode ter mais dificuldade diante das novas legislações para recargas em ambientes fechados cujo custo de implantação é o maior obstáculo. “Geralmente se deriva a instalação do quadro de luz do apartamento que já está no subsolo, mas tem que definir o padrão de cabos, ter um projeto de engenharia com ART e produzir todo o documental necessário. Enquanto isso esse consumidor, vai ter que buscar uma solução na rua. Esses carregadores rápidos Fast Charge de postos são uma solução. Por isso que eu digo que a oferta de carregadores será um diferencial competitivo de um shopping, supermercado ou estabelecimento comercial. Atrelar uma recarga a um volume de consumo hoje é fácil de se fazer”, completa o professor.

Prefeituras

Essa ainda não é uma preocupação de prefeituras e empresas, pelo menos não ainda. Shoppings que já oferecem vagas para recarga, não pensam em aumentar a oferta. As prefeituras foram questionadas sobre a autorização para instalação de eletropostos e só três das sete cidades responderam. Rio Grande da Serra diz que não tem eletropostos e sequer tem estudos para sua implantação.

A prefeitura de Diadema diz que não tem estudos e que a frota de carros elétricos e híbridos plug-in é tão pequena que não justifica o investimento. “A Prefeitura de Diadema não tem informação sobre eletropostos para recarga de veículos elétricos na cidade e não tem estudos sobre o número ideal deles, mesmo porque a frota de veículos elétricos ou híbridos é muito pequena, estimada em meio por cento. Uma das diretrizes do Plano de Mobilidade Urbana é a substituição da condução individual pela coletiva ou de bicicleta, e é nisso que está investindo”, informou em nota.

A prefeitura de São Bernardo informou que a cidade tem 15 eletropostos e informa que discute a possibilidade de instalar mais. “A Secretaria de Transportes discute a viabilidade de novos locais com a administração municipal. Além disso, o município possui a lei nº 6.545/2017, que dispõe sobre a política municipal de incentivo ao uso de veículos automotores, licenciados no município, que não poluem o meio ambiente, por meio da devolução de 25% do valor do IPVA, correspondente a 50% da quota-parte do município para veículos com valor ≤ R$ 170 mil”, diz nota da administração.

São Caetano, Santo André, Mauá e Ribeirão Pires não informaram.

Shoppings

O RD consultou os shoppings da região sobre a oferta de pontos de recarregamento. De acordo com as respostas, os que já oferecem a recarga têm entre duas e quatro vagas e não pensam por enquanto em aumentar.

O Mauá Plaza Shopping, por exemplo, não tem vagas para carro elétrico, mas informou que terá em breve.

O São Bernardo Plaza é o que tem mais vagas, são quatro, o serviço é gratuito, mas também não há planos de ampliação. Outlet Premium Imigrantes, o shopping mais novo da região não disponibiliza carregadores, mas informou que pretende implantar. O Golden Square não respondeu.

Em Santo André o Atrium tem duas vagas e diz que vai manter o mesmo número por enquanto. A carga é gratuita durante o período de permanência e possui modelo de carregador que pode carregar completamente a bateria em seis horas. O Shopping ABC também tem duas vagas e admite estudo para ampliação, mas apenas para o próximo ano. No Grand Plaza (foto) são duas vagas e, por enquanto, não há previsão de aumento.

Em Diadema o Shopping Praça da Moça tem duas vagas. Segundo Guilherme Matos, gerente de operações do centro de compras, são duas vagas instaladas na garagem G2. “Monitoramos o uso dos equipamentos através de uma plataforma integrada, que nos fornece informações de consumo, horas e quantidade de recarga. A ideia é incrementar a oferta de carregadores de acordo com o crescimento da demanda no empreendimento. Os carregadores foram disponibilizados no segundo semestre de 2023 e desde então oferecemos o serviço gratuitamente aos nossos clientes. Dispomos de equipamentos de 7,4kw, que é capaz de fornecer autonomia média de 50km a cada uma hora de recarga, variando de acordo com o modelo e características de cada veículo”, explica.

Rodovias

No calcanhar de Aquiles dos carros elétricos, as estradas, também não há previsão de grandes investimentos. A SPMar concessionária que administra o Rodoanel Mário Covas diz que tem estudos para implantar mais eletropostos ao longo da sua área de concessão, mas não há previsão de quando isso deve ocorrer. “A SPMAR tem estudos para introdução de postos ao longo do Rodoanel, mas ainda não os implementou e nem tem previsão para isso, uma vez que esse tipo de implementação precisa de aprovação da agencia reguladora”, diz nota da empresa.

A Ecovias, concessionária do SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) não respondeu, bem como a Artesp (Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo), que também não atendeu ao pedido de informações.

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Fonte: Frota de elétricos cresce 96% em um ano, mas infraestrutura não muda no ABC

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