Descobrir – ou tentar descobrir – as novidades que as empresas preparam é o esporte favorito de jornalistas de qualquer setor. No setor automobilístico essa “competição” trava-se diuturnamente e com diferentes graus de acerto entre o modelo exato ou algo aproximado. E os leitores também estão ávidos por se tratar de um (ou mesmo o principal) dos fatores que influenciam na decisão de compra.

Há pouco a Volkswagen da Índia divulgou um teaser sobre o que seria um crossover compacto a ser revelado agora em fevereiro. Na realidade esse modelo não tem nada a ver com os futuros produtos que estão reservados para a fábrica de Taubaté (SP), como parte do novo ciclo de investimentos que a empresa anunciará ainda este ano para o próximo quinquênio (2021-2024).

Antes, porém, falta completar o planejamento atual (2016-2020). O presidente da VW do Brasil e da região SAM (América do Sul/Caribe), Pablo Di Si, anunciou em 2016 que haveria um total de 20 modelos desde os inteiramente novos até versões inéditas, a exemplo dos já lançados Gol e Voyage automáticos e Golf GTE, único híbrido da marca. Nessa conta entrou até a perua Golf Variant com mudanças pontuais e que já saiu de linha.

Di Si também garantiu um total de cinco SUVs novos na região sob seu comando até o final de 2020. Isso significa que a Argentina, por exemplo, poderia ter os cinco e o Brasil quatro. Em contrapartida o Golf GTE só está aqui e não no país vizinho.

Virtus GTS estreará no próximo dia 10, o 16º dos 20 lançamentos previstos. Dos quatro faltantes, um está confirmado: Nivus. Trata-se de um SUV inédito com entre-eixos do Polo e teto de linha curvas no estilo cupê. Deve custar, em média, um pouco menos que o T-Cross (este tem entre-eixos do Virtus).

O mesmo modelo, inteiramente desenhado no Brasil, terá produção na Espanha no final de 2021. Nivus será apresentado no segundo trimestre deste ano, mas só em julho as concessionárias terão unidades para entregar.

O 18º começará a ser vendido agora em março na Argentina e em maio, no Brasil. Trata-se da picape média Amarok com novo motor diesel V-6, 3-litros de 258 cv e 59,1 kgfm, o mais potente do segmento. Não haverá mudanças estéticas, porém incluirá uma série especial Black Style.

Existe um atraso no 19º produto, neste caso inteiramente novo. Di Si admitiu em entrevista ao UOL Carros que, de fato, uma das novidades poderá “deslizar” para 2021. O SUV médio “Tarek” (nome sujeito a mudar) terá produção iniciada só em janeiro do próximo ano na fábrica argentina de General Pacheco.

Entretanto, unidades de pré-produção do “Tarek” (entre-eixos será o do Jetta) ficarão disponíveis para lançamento promocional na Argentina e até no Brasil (neste caso no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro ou até um pouco antes). Nas concessionárias, mesmo, o primeiro rival de peso o Jeep Compass só estará aqui em meados do primeiro trimestre de 2021.

Falta, finalmente, o 20º produto. E este, realmente, deve resvalar para o campo da especulação. Para completar os cinco SUVs prometidos em 2016 para a região, a VW terá duas opções. A nova geração do SUV grande Touareg alemão lançado na Europa em 2018 e já à venda na Argentina desde o fim do ano passado; ou o crossover americano Atlas Cross Sport.

Estes dois modelos sofrem com a escalada de valorização do dólar, o que os deixaria com preço alto demais. O mesmo problema levou a Renault a abandonar a planejada importação do SUV Koleos. FCA também desistiu, por igual razão, de trazer da Europa o crossover Fiat 500 X apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018.

Na realidade, se computados o Touareg na Argentina e também no Brasil (por exemplo, na forma de venda por encomenda), a promessa dos 20 lançamentos estaria cumprida. O Cross Sport é menos provável de ser importado. Se não forem viáveis nenhum desses dois produtos aqui, restará à empresa tirar algum “coelho da cartola” para cumprir a missão.

Próximo plano de investimento

Ainda este ano, a VW anunciará o montante a ser investido e o número de lançamentos para o período de 2021 a 2024 na região SAM. Entretanto, pelo menos quatro produtos são considerados certos: um SUV compacto e o sucessor do Gol, na fábrica de Taubaté (SP), além de duas picapes na Argentina.

Do primeiro produto ainda se sabe pouco. Porém a fabricante quer cobrir todas as alternativas em um segmento em que dois anos atrás tinha baixa representatividade. SUVs, crossovers e modelos “aventureiros” representarão em dois ou três anos até 30% do mercado brasileiro.

O mais provável é que tanto o novo Gol quanto o novo SUV compartilhem uma arquitetura inédita menor que a atual MQB, abrindo possibilidade para os sucessores do Voyage e da Saveiro. Fox e up! devem parar de ser produzidos no final de 2020 por razões de regulamentação de segurança e de baixas vendas.

Quanto às picapes, a Tarok (nome provisório) será produzida na fábrica de Pacheco, embora a VW ainda não tenha confirmado a aprovação do projeto. Entretanto, a VW mostrou o protótipo em três salões de automóveis (São Paulo, Frankfurt e Nova York).

Além disso, um produto como a Toro (alvo da Tarok), com chassi monobloco e capaz de carregar uma tonelada, comprovou ter mercado e ser ótima alternativa para as picapes tradicionais mais pesadas e de maior preço.

Segundo fontes a Tarok terá início de produção em primeiro de janeiro de 2022, ou seja, um ano depois do Tarek. Em 2023, começará a ser produzida a segunda geração da picape Amarok que terá mesma arquitetura da nova Ranger. Ambas serão produzidas na instalação da Ford, ao lado da fábrica da VW na mesma cidade da Grande Buenos Aires.

Viu um carro camuflado ou em fase de testes? Mande para o nosso Instagram e veja sua foto ou vídeo publicados por UOL Carros! Você também pode ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito participando do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros.



LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here