A Toyota reuniu modelos para representar todos os níveis de eletrificação que a marca oferece em diferentes países. O único que encontramos no Brasil são os Corolla e Corolla Cross, que são híbridos flex.
Entretanto, pudemos testar também o Prius
(que é híbrido plug-in, mas apenas gasolina), o Lexus UX 300e
(elétrico, da marca de luxo do grupo Toyota) e o Toyota Mirai
, que é um carro elétrico
com células de hidrogênio
.
A intenção da Toyota
é abordar a eletrificação em seus mais diversos níveis, com o entendimento de que cada uma delas tem o seu propósito, dentro das metas globais de sustentabilidade.
Além disso, ressaltam a necessidade de que as emissões
de poluentes sejam analisadas não apenas no âmbito do veículo, mas também do restante de toda a cadeia.
Para a fabricante, o etanol — que o Brasil dispõe de forma abundante — é uma fonte energética
que oferece muita vantagem competitiva.
Isso porque, além de emitir muito menos partículas
de carbono do que a gasolina, um montante considerável de gás carbônico é absorvido pela cana-de-açúcar, enquanto é cultivada. O resultado dessa tese são as versões híbridas do Corolla
(SUV e sedã).
O Prius híbrido plug-in
não pode rodar com etanol, mas oferece uma vantagem em cima dos Corolla, que é a possibilidade de recarga na tomada de energia. Assim, consegue otimizar ainda mais a autonomia máxima, tanto em modo híbrido, quanto em modo apenas elétrico.
Quanto a este, em nossos testes — no circuito fechado dentro da fábrica da Toyota
em Sorocaba (SP) — passamos dos 130 km/h com o Prius, com o motor a combustão desligado.
O próximo passo foi conhecer o SUV
compacto elétrico da Lexus
. O carro faria muito sentido no Brasil, quando levamos em conta a quantidade de lançamentos que já não trazem mais o motor convencional. Ainda mais quando nos limitamos a analisar o segmento premium.
Tentamos apurar com a Toyota
sobre a possibilidade de vinda ao Brasil, só que preferiram não abrir os planos futuros.
O Lexus UX 300e
é o mesmo UX 250h
, tanto em plataforma, quanto em equipamentos, acabamento e, enfim, todos os outros aspectos. A diferença está no maior tamanho das baterias e do seu motor elétrico, para que entregue até mais desempenho do que a variante híbrida.
Outro aspecto interessante, ausente em muitos veículos elétricos
, é a possibilidade de ligar ou desligar o som artificial que acompanha as acelerações e desacelerações.
Preferimos desligar para, assim, observar os verdadeiros sons dos carros elétricos
. Além de um zunido bem baixo (do motor elétrico), o som do vento e da rolagem dos pneus são o que dominam.
Por fim, testamos um dos únicos dois carros movidos a hidrogênio que são vendidos no mundo: o Toyota Mirai
.
O carro é um sedã de porte grande, abastecido com moléculas de hidrogênio, e as quebra para extrair energia elétrica
. Na prática, depois de ocorrer todo esse processo, o Mirai
funciona como um carro elétrico convencional. E ele se comporta como tal.
O produto da chamada “eletrólise do hidrogênio” é nada além de vapor d’água. Ele é armazenado em um compartimento
que pode ser esgotado manualmente ou automaticamente. O “esgoto”, por sua vez, não é nada nocivo, pois é apenas água pura.
Por que não temos carros a hidrogênio
no Brasil? Pois, enquanto não for homologado um método definitivo de fazer a eletrólise do etanol (algo que, há tempos, a Nissan vem desenvolvendo com a USP), abastecer um carro com hidrogênio é completamente inviável.
Segundo a Toyota
, o abastecimento completo demora dias e requer uma bomba 700 bar de pressão, que custa US$ 1 milhão, no exterior.