Nos últimos anos, tornou-se quase impossível falar acerca da Toyota sem falar acerca de híbridos. Face à forte aposta que a marca nipónica tem feito nesta tecnologia, não surpreende que as versões mais económicas do Toyota Corolla sejam… híbridas.
Mas será que esta tecnologia consegue oferecer ao Corolla consumos tão baixos como, por exemplo, um motor Diesel (do qual o modelo abdicou)? Para saber, pusemos à prova o Corolla 1.8 Hybrid numa série de situações que foram desde uma (muito) longa viagem até ao típico pára-arranca citadino.
Mas comecemos pela estética, o primeiro ponto de contacto que temos com um automóvel. Tal como o Diogo nos contou aquando da apresentação da 12ª geração do Corolla, a Toyota está apostada em criar um maior apelo visual nos seus modelos e a verdade é que parece tê-lo conseguido — o próprio CEO Akio Toyoda tem defendido a máxima “carros aborrecidos nunca mais”.
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Mais largo e baixo, na minha opinião, o Corolla conta com uma presença mais impactante que o seu antecessor (o Auris), contando com um visual até algo desportivo.
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No interior do Toyota Corolla
Uma vez no interior do Corolla, é notório o cuidado colocado pela Toyota na montagem e na escolha dos materiais, com o modelo nipónico a apresentar-se bastante robusto e com um refinamento geral bem conseguido.
Ao nível estético, a evolução face ao Auris é notória. O tablier apresenta um desenho mais moderno e a tender para o minimalista, que se revelou bem conseguido em termos ergonómicos, algo a que não será alheio o facto de a Toyota se ter recusado a “reformar” os comandos físicos da climatização.
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Quanto ao sistema de infotainment, este revelou-se fácil e intuitivo de usar (obrigado Toyota por teres mantido as teclas de atalho), sendo apenas de lamentar um grafismo que acusa um pouco o passar dos anos.
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© João Delfim Tomé / Razão Automóvel. Edição: © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
O sistema de infotainment é fácil de usar. Já o grafismo apresenta-se algo desatualizado.
Por fim, no que ao espaço diz respeito, as cotas de habitabilidade do Corolla permitem transportar com conforto quatro adultos. Quanto à bagageira, esta disponibiliza 361 litros de capacidade, um valor que apesar de não ser referencial, chega para a maioria das ocasiões.
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© João Delfim Tomé / Razão Automóvel. Edição: © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
Apesar de em termos de habitabilidade o Corolla não ser uma referência, espaço não lhe falta.
Ao volante do Toyota Corolla
Uma vez sentados ao volante do Corolla, a ergonomia que já tínhamos elogiado mostra-se uma aliada na hora de encontrar uma boa posição de condução. Para além disso, os bancos de desenho desportivo não só são confortáveis como oferecem um bom apoio lateral.
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Já em andamento, o que mais sobressai é a suavidade de funcionamento do sistema híbrido. De forma praticamente impercetível, este vai gerindo a entrada e saída de cena do motor elétrico, dando até ideia de que o conjunto geral conta com mais do que os 122 cv de potência combinada.
Quanto à muitas vezes criticada caixa CVT, a verdade é que esta apenas se faz notar quando adotamos um ritmo mais acelerado, sendo notável o trabalho feito pela Toyota no campo do refinamento que permitiu reduzir bastante a perceção de que contamos com uma caixa CVT.
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© João Delfim Tomé / Razão Automóvel. Edição: © Thom V. Esveld / Razão Automóvel
Em termos dinâmicos, a plataforma GA-C não deixa créditos por mãos alheias. Tal como temos constatado noutros modelos do construtor assentes na nova arquitetura global da Toyota, também no Corolla somos brindados com uma comportamento dinâmico eficaz e convincente.
Comunicativo e competente, o modelo nipónico conta ainda com uma direção precisa e direta, e com uma suspensão que se vê que foi afinada com os gostos dos europeus em mente, conjugando eficácia e conforto.
Se o comportamento dinâmico do Corolla merece elogios, a verdade é que todo o destaque está mesmo nos consumos que permite fazer.
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Como que a provar as mais valias dos sistemas híbridos, o Corolla foi-nos presenteando com médias na casa dos 5 l/100 km. Em cidade, uma zona tradicional de conforto para os híbridos, estes não foram muito além dos 5,6 l/100 km.
Já quando acionamos o modo “Eco” — o nosso e também o do carro — é possível, a velocidades estabilizadas moderadas em estrada nacional, consumos de 4,1 l/100 km, um valor que quase nos leva a perguntar: Diesel para quê?
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É o carro certo para mim?
Se procuras um carro económico nas mais variadas situações de circulação (inclusive em cidade), confortável, bem equipado e com um comportamento dinâmico que não só é competente como chega até a ser divertido, então o Toyota Corolla HB 1.8 Hybrid Exclusive pode muito bem ser a escolha certa.
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A uma qualidade de construção que honra os pergaminhos da Toyota, o Corolla associou um visual mais interessante (tanto no exterior como no interior) e um sistema híbrido cuja eficácia torna difícil de argumentar contra a Toyota, quando esta insiste que os híbridos são uma solução do futuro já disponível no presente.