Ao longo de mais de 130 anos de história, o automóvel evoluiu muito. Do primeiro modelo criado por Karl Benz que, a grosso modo, era uma carroça com motor, aos atuais protótipos futuristas, muita coisa mudou. Em um universo de inúmeras marcas, uma montadora se destaca por sua constante evolução, a Volvo.
A sueca quase centenária tem em “sua veia” o foco na segurança. Foi ela que, entre outros, criou o cinto de segurança de três pontos. A marca, inclusive, tem como meta que ninguém se fira gravemente dentro de um veículo Volvo. Toda a evolução da empresa é vista na atual linha de veículos, como no S60, o sedã médio da montadora.
Testamos a versão R-Design da nova geração do S60. O sedã, lançado no fim de 2019, conta com um poderoso conjunto mecânico híbrido de 407 cavalos, tração nas quatro rodas, lista de equipamentos primorosa e todo conforto e segurança premium da marca.
Mesmo tendo uma configuração topo de linha — a R-Design não é a mais completa, pois a Volvo trouxe para o Brasil a versão esportiva Polestar — o S60 não faz feio em um quesito que sempre assusta por aqui, o preço. Claro que ele não é nada barato, mas os R$ 295.950, com tudo que ele oferece, faz bonito frente a concorrência.
Bem melhor
O S60 foi o último modelo da Volvo a receber a nova identidade da marca (seria o V40, mas ele foi aposentado). O sedã se alinha aos outros modelos da sueca, com isso, ele evoluiu muito. O desenho da carroceria está bem mais moderno e elegante.
O ponto alto, como nos irmãos, é a luz de circulação diurna em LED, inspirada no Mjolnir, o martelo do deus nórdico Thor. Sempre falamos que gosto é algo muito pessoal, mas é quase impossível não se agradar com o visual do S60. Durante nosso teste, o modelo, ajudado pela cor da carroceria, chamou muita atenção por onde passou.
A traseira também conta com iluminação em LED e segue o padrão apresentado no irmão maior, o S90. As lanternas têm formato em “C”, que eleva a elegância da sedã. Por dentro, como é costume da marca, materiais premium e de extrema qualidade, como couro, alumínio, aço escovado e black piano, tudo com acabamento perfeito.
Como um sedã médio premium, o espaço interno é generoso. O único porém, como de costume, é o assento do meio para quem vai atrás, é basicamente para emergências, por causa do túnel central. Tirando isso, quatro adultos viajam com extremo conforto. Para um híbrido com motor traseiro, o porta-malas tem um tamanho excelente, 442 litros.
Por ser uma versão esportivada, a R-Design conta com detalhes exclusivos e diferenciados das demais configurações, como saia lateral, grade frontal, rodas e parte inferior do para-choque dianteiro com desenho próprio, bancos com acabamento biton e ele é 7mm mais baixo.
Muito superior
Olhando apenas os números frios, o que mais impressiona no S60 é o conjunto mecânico. Utilizando um motor 2.0 turbo a combustão e outro elétrico, ele conta com excelentes 407 cavalos e surreais 65,2kgfm de torque. Para se ter uma ideia, o BMW Série 3 mais potente tem 30 cavalos a menos e custa quase R$ 200 mil a mais.
A R-Design ainda conta com transmissão automática de oito velocidades, direção elétrica e tração eAWD, pois o motor elétrico fica acoplado no eixo traseiro. Toda essa configuração permite uma aceleração de zero a 100km/h em míseros 4,4 segundos. Por questões de segurança, a partir da linha 2021, a Volvo limitará a velocidade máxima de toda a linha em 190km/h.
Neste ponto, o sedã é muito divertido e em nada parece um veículo com pegada mais executiva, deixando muito esportivo para trás. Utilizando toda a potência, as saídas são capazes de tirar um sorriso até do mais ranzinza dos motoristas. Ao pisar fundo, o sueco dispara com vigor pelo asfalto.
Dessa forma, qualquer manobra é feita com extrema segurança, sejam ultrapassagens ou retomadas de velocidade, os 407 cavalos e os 65 quilos de torque trabalham com vigor. Isso sem falar em todos os auxiliares de condução presentes no sedã.
Ao gosto do cliente
Outro ponto fora da curva do S60 R-Design é o fato dele ser um híbrido plug-in. Com isso, o consumo de combustível pode ser otimizado de várias formas. Ao longo do teste, alcançamos algumas marcas diferentes, de acordo com a condução e recarga das baterias.
Mesmo utilizando o motor a combustão para auxiliar na recarga do elétrico e com uma tocada mais esportiva, o S60 fez, em média, 7km/l, número excepcional, olhando a potência do sedã. Com a mesma forma de carregar as baterias, mas não utilizando o modo Power, o consumo já melhorou para bons 10km/l.
O melhor dado durante o teste foi o com as baterias carregadas na tomada e utilizando o modo de condução Híbrido, no qual o carro equilibra a força entre os dois motores de acordo com a tocada. Neste caso, ele utilizou 5,7 litros de combustível para cada 100 quilômetros rodados, ou seja, impressionantes 17,5km/l.
Agora, por ele ser plug-in, se o motorista tiver sempre como carregar as baterias na tomada, pode utilizar apenas o modo Pure, onde só o motor elétrico atua por até cerca de 35 quilômetros e, com isso, não gastar uma gota de gasolina.
Ajuda bem-vinda
Como falamos, o S60 — como todo Volvo — conta com diversos auxiliares de condução, sempre focado na segurança. Ele vem com piloto automático com assistente de direção até 130km/h, alertas de colisão frontal e traseira, de mudança de faixa e de ponto cego, sistema de mitigação de pista oposta e monitoramento de pressão dos pneus.
O assistente de direção vai além do piloto automático adaptativo e o “simples” acelera e freia sozinho. O carro ajuda o motorista a ficar dentro da faixa de rolamento. Com isso, além de evitar que ele invada a pista ao lado, o sistema mantém o veículo no percurso correto.
Dessa forma, a direção fica muito mais confortável, principalmente em vias de muitas curvas. Como o sistema mantém o veículo na faixa de rolamento, ajuda o motorista ao encarar uma curva, fazendo a manobra com muito menos esforço e deixando a viagem mais agradável.
Além disso, os inúmeros alertas e auxiliares são muito úteis principalmente em manobras de estacionamento e no trânsito pesado das grandes cidades. A todo momento o sueco avisa se tem algum outro veículo no ponto cego ou se o que está à frente diminuiu muito a velocidade, nesse caso, o sedã pode intervir sozinho, para evitar uma colisão.
Quase um 10
Além dos auxiliares e alertas de direção, a lista de equipamentos do S60, principalmente na parte da segurança, é quase perfeita. A marca comete pequenos deslizes, que fazem com que o sedã, nesta parte, não leve um 10.
Na parte da segurança, ele ainda vem com leitura de placas, seis airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, sensores de chuva e de estacionamento dianteiro e traseiro, conjunto óptico em LED, faróis direcionais com nivelamento e acendimento automático e câmera de ré.
Na parte do conforto, o S60 conta com bancos dianteiros com ajustes elétricos, aquecimento e memória, ar-condicionado digital e dual zone, central multimídia com tela de 12,3 polegadas, conectividade com smartphone via Android Auto e Apple CarPlay, navegador integrado, som da Harman/Cardon e Volvo OnCall.
Ele ainda vem com painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas e com visual que muda conforme o modo de condução escolhido, teto solar elétrico panorâmico, abertura das portas e partida do motor com chave por sensor, que conta com acabamento em couro, retrovisor interno eletrocrômico e externos retráteis com escurecimento, desembaçador e memória.
O único deslize da Volvo na lista de equipamentos é a ausência de saídas de ar para a traseira e de portas USB para os ocupantes de trás, há apenas uma tomada 12v. Por se tratar de um sedã, ou seja, um veículo com mais apelo familiar, são itens obrigatórios hoje em dia em um modelo deste porte e preço.
A opinião do Diário Motor
O S60 é tudo e um pouco mais do que se espera de um sedã premium. Visual elegante e ousado, materiais de qualidade e acabamento interno perfeito, conjunto mecânico moderno, potente e eficiente e itens de segurança acima da média.
O fato de ser um híbrido plug-in, só aumenta os adjetivos do sueco. A potência é excepcional e, usada em sua totalidade, é de deixar o motorista com riso solto. Ele ainda tem a opção, usando carregadores elétricos, de não utilizar uma gota de gasolina.
Olhando para o custo benefício, para quem tem R$ 300 mil para gastar em um carro, atualmente no Brasil não há opção melhor, olhando potência, qualidade, segurança e dirigibilidade.
O sueco beira a perfeição e, mesmo com os dois pequenos deslizes da marca com ausência da saída de ar e das portas USB para o banco traseiro, ele vale — e muito — a compra! Nota: 10.
Ficha técnica
Motor: híbrido plug-in
Potência máxima: 407cv
Torque máximo: 65,2kgfm
Direção: elétrica
Suspensão: independente nas quatro rodas
Porta-malas: 442 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.431 x 1.850 x 4.761 x 2.872mm
Preço: R$ 295.950