Quando qualquer carro elétrico é lançado no Brasil, é inevitável que o primeiro item analisado seja o seu preço. Pagar uma quantia muito alta por um carro considerado popular no segmento pode parecer um absurdo, mas essa ainda é a nossa realidade, infelizmente.

Esse é o caso do novo Renault Zoe, apelidado de Zoe E-Tech, vendido em duas versões: Zen (R$ 204.990) e Intense (R$ 219.990).

Renault Zoe: a versão topo de linha do compacto elétrico (Intense) custa R$ 219.990 — Foto: André Schaun

Na Europa, um Zoe custa em média 32 mil euros, o equivalente a R$ 210 mil. Na conversão direta, o preço aqui é praticamente o mesmo de lá, porém, proporcionalmente, para um cidadão europeu o Zoe é de fato um carro elétrico popular.

O desafio da Renault no mercado brasileiro é extremamente difícil. O objetivo é convencer o público a abrir mão de SUVs premium de entrada, que custam entre R$ 220 mil e R$ 230 mil, como Volkswagen Tiguan e algumas versões do Audi Q3 e Toyota SW4, e apostar em um compacto elétrico.

A segunda geração do Renault Zoe traz faróis full-led — Foto: André Schaun

O que muda no novo Renault Zoe?

Os argumentos a favor da nova geração do Zoe até ganham força, já que as mudanças são bem significativas. A começar pelo design: a forma arredondada do Zoe da primeira geração continua, mas com linhas mais modernas.

O formato dos novos faróis de LED deixaram o visual mais agressivo na dianteira, que ainda conta com detalhes cromados e em preto brilhante. Na traseira, as lanternas possuem filetes horizontais de LED, que são separados pela luz de seta.

Interior do novo Renault Zoe traz materiais emborrachados, ao contrário da primeira geração — Foto: André Schaun

Mas a maior transformação está no interior: o volante e a manopla de câmbio são novos. A Renault deixou de lado o excesso de plástico da primeira geração e trouxe materiais emborrachados. Os tecidos dos bancos são de materiais reciclados, reaproveitando cintos de segurança de outros carros e garrafas pet. Nada de alavanca: o freio de estacionamento agora é elétrico.

Renault Zoe: o computador de bordo digital tem tela de 10 polegadas — Foto: André Schaun

O motor traz baterias de 52 kWh, em 12 módulos, e entrega 135 cv de potencia e 25 kgfm de torque. A geração anterior entregava 92 cv e 22,4 kgfm. Esse novo propulsor faz o Zoe acelerar de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos e chegar a 140 km/h de velocidade máxima.

A autonomia também aumentou: foi de 300 km para 385 km. E agora há mais opções de recarga, graças à introdução do sistema em corrente contínua (DC).

Ou seja, dessa vez o Zoe E-Tech vem com argumentos para deixar uma incógnita na cabeça das pessoas. Mas como tudo isso funciona na prática?

Entre os principais itens de série estão: quatro airbags, ar-condicionado digital, chave presencial com partida por botão, volante com ajuste de altura e profundidade, computador de bordo digital com tela de 10 polegadas, central multimídia com tela de 7 polegadas com compatibilidade para Apple CarPlay e Android Auto, sensor de estacionamento dianteiro e traseira, faróis full LED, controles de tração e estabilidade e assistente de partida em rampa.

O motor do novo Zoe traz baterias de 52 kWh, em 12 módulos, e entrega 135 cv e 25 kgfm — Foto: André Schaun

Como testamos a versão Intense, ainda há retrovisor fotocrômico, alerta de ponto cego, retrovisores externos com ajustes e rebatimento elétricos e rodas de 16 polegadas de liga leve com acabamento diamantado.

O desempenho é nitidamente melhor na cidade com arrancadas vigorosas, como é esperando de um carro elétrico com torque máximo entregue de forma instantânea. Ao contrário da geração anterior, que logo fica bem mansa após a primeira acelerada, o E-Tech tem agilidade e é esperto.

As rodas são de 16 polegadas de liga leve com acabamento diamantado na versão Intense — Foto: André Schaun

Outra diferença notável: na primeira geração, o silêncio a bordo era interrompido quando o carro desacelerava e surgia um ruído. Era um barulho semelhante ao de um apito, que entrava em ação quando a bateria começava a regenerar. Na experiência que tive com o carro durante um dia na cidade, não ouvi este ruído.

Mas a eficiência da regeneração da bateria não mudou, principalmente no modo Eco, que é recomendado para andar na cidade. Vale dizer que o desempenho ficar mais sem graça.

A segunda geração do Zoe tem exatamente as mesmas medidas da primeira — Foto: André Schaun

Dentro da cabine, a sensação é de estar em um carro de melhor qualidade. Porém, para uma pessoa de 1,87 m, como eu, o espaço para as pernas fica no limite do conforto. O tamanho do carro não mudou. São 4,08 metros de comprimento, 1,73 m de largura e 1,56 m de altura e 2,59 m de entre-eixos. Além de um porta-malas de 338 litros.

O carro teve uma evolução enorme de uma geração para outra — não há como negar. O motor está mais forte, o visual está mais chamativo e o interior não está mais com acabamento de carro popular. Porém, não podemos ignorar o preço de SUV premium na hora de colocar na balança.

Novo Renault Zoe 2022 está disponível no serviço de carros por assinatura da montadora, o Renault On Demand — Foto: André Schaun

Uma ótima alternativa para conhecer o Zoe e gastar menos é o Renault On Demand, serviço de carro por assinatura da marca. Para o plano de 36 meses e 1.000 km por mês, o valor mensal do elétrico é de R$ 3.890. A contratação é 100% on-line, realizada no site www.renaultondemand.com.br.

Com o dólar nas alturas e sem a possibilidade de abaixar o preço do compacto elétrico, talvez até a Renault concorde que o melhor jeito de ter um Zoe na garagem seja por meio do On Demand.

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