Depois da SF90 Stradale, apresentada em 2019 com três motores elétricos somados a um V8 biturbo, a Ferrari acaba de lançar seu segundo carro híbrido plug-in. O 296 GTB é o primeiro modelo da Casa de Maranello a ser movido por um V6 desde o Dino, apresentado no final dos anos 60. Com tração traseira e dois lugares, tem um V6 totalmente novo com potência de 654 cavalos, juntamente com um motor elétrico de 122 quilowatts que produz 165 cavalos. A Ferrari afirma que a potência combinada de 830 cavalos o coloca no topo do segmento de carros esportivos com tração traseira. O superesportivo acelera de zero a 100 km/h em 2,9 segundos e pode chegar à máxima de 330 km/h. A título de curiosidade, um atual carro da Fórmula-1 faz a mesma aceleração em 1,5 segundo e tem uma velocidade final estimada em 370 km/h. O nome do “296” vem do motor 2.9 turbo mais o número de cilindros, enquanto o “GTB” vem de Gran Turismo Berlinetta (cupê para duas pessoas com o desenho do vidro traseiro inclinado em cerca de 45 graus).
A marca italiana e seus competidores de supercarros estão começando a transição para a eletrificação, com motores menores acoplados a elétricos que produzem desempenho igual ou superior aos a combustão interna. O novo “powertrain” V6 híbrido também deve equipar futuros modelos da Ferrari, possivelmente, incluindo o Purosangue, o primeiro SUV da marca italiana, que deve estrear no final de 2022. O V6 do 296 GTB, que se junta à linha de motores V8 e V12 da Ferrari, tem um ângulo de 120 graus entre as bordas do cilindro. Os dois turbocompressores são posicionados dentro do “V”, permitindo um conjunto mais compacto, distribuindo massas de maneira ideal e aumentando a dinâmica dos fluidos e a eficiência dos dutos de admissão e exaustão.
Segundo a Ferrari, é trinta quilos mais leve em comparação a um V8. O câmbio do 296 GTB tem transmissão de dupla embreagem e 8 marchas, já usado nos modelos SF90 Stradale e SF90 Spider, o Roma (que está chegando ao Brasil com preço de R$ 3,3 milhões) e o Portofino M. Existem quatro modos de direção no 296 GTB: “eDrive” (apenas elétrico), “Híbrido” (padrão), “Performance” (o motor a gasolina fica sempre ligado) e “Qualify” (aumenta o desempenho mas torna o carregamento mais lento). O 296 GTB é o segundo híbrido plug-in da Ferrari, depois do SF90 Stradale, lançado em 2019, que era um verdadeiro Fórmula-1 “disfarçado” de carro de rua, tendo inclusive o mesmo nome (SF90) do “bólido” das pistas daquele ano e o mesmo “powertrain”. Ambos os modelos têm um alcance puramente elétrico de 25 quilômetros. Os concorrentes potenciais para o 296 GTB incluem o novo Maserati MC20, que produz 630 cavalos em um V6 de 3,0 litros, o McLaren Artura, um híbrido plug-in V6 com 671 cavalos, e o Lamborghini Huracan, com trem de força convencional, embora a marca italiana esteja planejando introduzir uma linha de híbridos plug-in antes de uma futura eletrificação completa.
Com 4,56 metros de comprimento, 1,95 metro de largura, 1,18 metro de altura e 2,60 metros de entre-eixos, rodas de 20 polegadas (pneus 245/35 na frente e 305/35 atrás), o 296 GTB tem soluções destinadas a torná-lo uma referência em termos dinâmicos, como o diferencial autoblocante de controle eletrônico E-Diff, o sistema de frenagem do tipo by-wire (sem uso de cabos), as pinças de freio Aero e o amortecimento comandado pela SCM-Frs de atuação magnética. Especial atenção foi dada à redução do peso, para compensar o aumento pela adição dos componentes híbridos da motorização. O carro pesa apenas 1.470 quilos, com a incrível relação peso-potência de 1,77 quilos por cavalo.
Conforme os designers da Casa de Maranello, a Ferrari buscou um visual extremamente compacto para o 296 GTB, com uma distância de entre-eixos cinco centímetros mais curta em comparação à de modelos similares recentes, e um estilo simples e sem adornos, tornando-se o menor cupê com motor central da marca em uma década. Os designers se inspiraram em modelos mais antigos da Ferrari, em particular o 250 LM, de 1963. A aerodinâmica do 296 GTB é otimizada por meio do uso de um spoiler dianteiro tipo “bandeja de chá”, que direciona o fluxo de ar sob o carro, aumentando o “downforce” (pressão de cima para baixo) na dianteira. Na traseira, houve uma ruptura com o design tradicional de cupês da Ferrari, com um novo perfil da asa que se estende do teto até a tampa do motor. Um spoiler traseiro ativo aumenta o “downforce”. Por dentro, o 296 GTB tem uma interface totalmente digital – estreante no F90 Stradale -, com um display head-up integrado ao acabamento de couro do painel.
O 296 GTB estará também disponível com o pacote Assetto Fiorano, que inclui recursos mais leves e modificações aerodinâmicas. As entregas europeias se iniciam no primeiro trimestre do próximo ano. Seu preço-base na Itália será de 269 mil euros (cerca de 1,6 milhão), enquanto o 296 GTB Assetto Fiorano custará 302 mil euros (mais de 1,8 milhão). Não há previsão quanto ao desembarque dos novos híbridos plug-in da Ferrari no Brasil.