O Toyota Corolla Cross chegou ao mercado com duas opções de motor bastante distintas. A oferta começa no competente 2.0 16V, porém o 1.8 híbrido está lá para plantar a dúvida: qual é a melhor motorização para o SUV médio?

Tudo depende do que é mais importante para você. Desempenho ou economia. Nível de itens ou custo/benefício puro. Não é fácil escolher. Por isso mesmo, Autoesporte reuniu números de pista e de consumo para que você possa fazer a melhor compra.

Você é daqueles que têm pé direito leve ou pesado? Sua resposta é o que vai ajudar a determinar qual é o melhor motor, uma vez que o 2.0 flex é esperto, ao passo que o 1.8 híbrido é do tipo que coloca toda a sua crença em economia.

O Corolla Cross 2.0 flex tem à sua disposição 177/169 cv e 21,4 kgfm a 4.000 rpm, além de vir sempre com câmbio CVT de 9 marchas simuladas (e a primeira fixa). É o que o leva aos 100 km/h em bons 9,6 s e proporciona retomada de 60 a 100 km/h em 5,2 s.

Toyota Corolla Cross 2.0 2021 se destaca pelo desempenho — Foto: Renan Sesick/Autoesporte

Já o 1.8 do Hybrid gera sozinho 101/98 cv e 14,5 kgfm a 3.600 rpm. Entretanto, conta com o auxílio da eletricidade, que entrega outros 72 cv e 16,6 kgfm. O professor de matemática não quis abrir o jogo: apenas a potência combinada é informada (122 cv), o torque máximo permanece em segredo.

O mistério à la Scooby Doo atrapalha, mas não esconde que o Hybrid anda menos na pista. São 12,6 s de zero a 100 km/h com etanol, número que sobe para 13,8 s com gasolina. Há populares 1.0 que não ficam distantes disso ou igualam essas marcas. O auxílio do torque pleno elétrico faz com que ele retome de 60 a 100 km/h no mesmo tempo do 2.0.

Não é o tipo de carro que vai emocionar ao arrancar forte na corrida aos 80 ou 100 km/h, contudo basta embalar para ter uma tocada parecida no dia a dia. O câmbio similar a um CVT não inclui borboletas no volante — prefere fazer seu trabalho sem intromissões.

É nessa hora que o flex não consegue evitar um olhar de inveja. De acordo com dados do programa de etiquetagem veicular do Inmetro/Conpet (PBEV), o consumo urbano dele fica entre 8 km/l e 11,5 km/l (etanol e gasolina, respectivamente). E o rodoviário marca 9 km/l e 12,8 km/l (na mesma ordem).

O 1.8 Hybrid tem sede de camelo. São 11,8 km/l e 17 km/l urbanos (etanol/gasolina) e o rodoviário fica entre 9,6 km/l e 13,9 km/l. Na cidade a frenagem regenerativa recupera mais energia para as baterias, o que ajuda a explicar a diferença negativa em relação ao consumo rodoviário.

Toyota Corolla Cross 2022 1.8 Hybrid dá o troco quando o assunto é consumo — Foto: Renan Sesicki/Autoesporte

Dito isso, adivinhe qual Corolla Cross tem autonomia maior na estrada? Apostou no híbrido? Errou com gosto, pois o flex vai além mesmo sendo menos econômico. A explicação está no tamanho do tanque de combustível: o do flex tem 47 litros e o do Hybrid, 36 l. O flex faz 423 km com etanol e chega a 601 km com gasolina, contra 345 km e 500 km do híbrido, segundo o PBEV.

Na cidade, tudo se inverte. O Corolla Cross 2.0 cumpre 376 km com etanol e 540 km com gasolina, ante 424 km e 612 km do Hybrid. Bendita eletricidade.

Há um detalhe importante: a Toyota utilizou os dois motores para separar bem as versões do carro. Não há opção top com motor 2.0, apenas a básica e a intermediária. Se você quer tudo o que o Corolla Cross pode oferecer, pule a conclusão e fique logo com o híbrido. O XR 2.0 abre a oferta do SUV por R$ 143.490, valor que passa a R$ 153.690 no caso do XRE. O XRV Hybrid custa R$ 177.290 e o XRX, R$ 184.490.

Toyota Corolla Cross: o SUV que pode superar o Jeep Compass

Simples em comparação aos demais, o XR não tem bancos de couro nem as borboletas no volante presentes no intermediário, mas não chega a ser árido como o Corolla GLi. Traz ar-condicionado digital (com saídas para o banco traseiro), rodas de liga aro 17, vidros elétricos um-toque, retrovisores rebatíveis eletricamente, central multimídia de 8 polegadas, volante revestido de couro, sensor de estacionamento traseiro (apenas dois, e a cobertura é bem deficiente) e câmera, afora seis airbags (frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina).

O XRE soma rodas aro 18, revestimentos de couro, faróis e lanternas de LED, câmera traseira com linhas de orientação, chave presencial, retrovisor interno eletrocrômico, controle de cruzeiro e sensor de chuva.

A diferença de preço entre o XRE 2.0 e o XRV Hybrid é de cerca de R$ 25 mil, valor que adiciona tecnologias como controle de cruzeiro adaptativo, alerta de ponto cego, assistente de permanência em faixa, frenagem automática com pré-aviso de colisão, farol alto automático, sensores de estacionamento dianteiros (dois) e traseiros (quatro), contorno da grade na cor prata e moldura superior das janelas também prata (são pretas no 2.0).

O interior do XRX é o único que tem revestimento de couro bicolor — Foto: Divulgação

Já o XRX Hybrid agrega ar-condicionado de duas zonas, painel com instrumento digital de 7 polegadas (não é totalmente digital), bancos de couro bege, iluminação ambiente de LED e teto solar elétrico (não é panorâmico).

A resposta está dentro de você, ou melhor, dentro do seu bolso. A diferença de consumo não chega a ser grande o bastante para você retomar a diferença paga entre o 1.8 Hybrid e o 2.0. A versão convencional intermediária é rápida e suficientemente econômica, além de ter custo/benefício interessante.

Só que o XRV Hybrid já acrescenta o pacote de direção semiautônoma, algo que vem se tornando normal até em carros mais baratos. E somente o híbrido tem a vantagem não ter que obedecer ao rodízio em São Paulo (SP). Se você tem paciência como item de série, o desempenho talvez não atrapalhe. Se não for o caso, pense no XRE 2.0.

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