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O SUV aproveitará não apenas o nome Corolla, mas a plataforma TNGA-C (com a suspensão traseira simplificada para eixo de torção e entre-eixos de 2,64 m, 6 cm a menos que o do irmão), a motorização (2.0 flex de 177 cv e 1.8 híbrido flex de 123 cv) e boa parte das tecnologias (com uma dose até um pouco maior) já presentes na 12ª geração do sedan.
É claro que a Toyota não quer que o Corolla Cross roube clientes do sedan, mas sim que some. Até por isso ele custará mais caro. Será o degrau entre o três-volumes e o RAV4. E se um cliente procurar uma concessionária perguntando pelo sedan, o vendedor está instruído a sequer mencionar o SUV (a não ser que sinta que vai perder o negócio).
O desejo dos japoneses, na verdade, é que a dupla forme uma família imbatível no mercado de automóveis médios, capaz de manter a liderança do três-volumes em seu segmento e fazer o SUV brigar de frente com novo Jeep Compass e o VW Taos entre os SUVs tipo C.
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Na verdade, Corolla e Corolla Cross formarão um duo que tem tudo para fazer sucesso de maneira perene no mercado, replicando de modo mais bem-sucedido o que a própria Toyota tentou fazer com o Corolla de nona geração (o popular “Brad Pitt”) e a perua Fielder nos anos 2000.
A distinção, além do fato de um modelo ser SUV e a outra ter sido uma station wagon, está no fato de que o Corolla Cross tem tudo para fincar raízes firmes em nosso país, sobrevivendo bem mais tempo do que os meros quatro anos de ciclo brasileiro da Fielder.
Esta foi lançada em 2004 como modelo de apoio ao Corolla 9, que aportara em nosso mercado duas primaveras antes. Era construída sobre a mesma plataforma e replicava toda a carroceria e os traços do sedan do balanço dianteiro até a coluna B. Também tinha a mesma largura (1,70 m) e o mesmo entre-eixos (2,60 m).
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Porém, era 5 cm mais alta (1,53 m), por usar barras longitudinais de teto, e curiosamente 8 cm menos comprida (4,45 m contra 4,53 m). Por isso, ao mesmo tempo em que seu porta-malas permitia carregar cargas mais altas, tinha um volume de 411 litros até o tampão, contra 437 l do Corolla três-volumes.
O motor era o mesmo 1.8 quatro-cilindros aspirado 16V a gasolina do sedan, incluindo cabeçote de alumínio e variador inteligente de fase (VVT-i). Rendia 136 cv de potência e 17,5 kgfm de torque. A produção ocorria junto com o Corolla em Indaiatuba (SP).
Além do balanço traseiro estilo vagão, incluindo uma terceira fila de janelas laterais, lanternas e para-choque traseiro exclusivos, a Fielder recebia outros mimos visuais para se diferenciar do Corolla: rodas de liga leve inéditas, spoiler traseiro, faróis com máscara negra e grade frontal com acabamento escurecido.
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O primeiro ano da perua em nosso mercado foi um sucesso: a Toyota esperava emplacar mais de 4.500 unidades, mas fechou 2004 com 4.700 exemplares comercializados, bem mais do que as rivais Fiat Marea Weekend e Peugeot 307 SW eram capazes de entregar.
Em 2005 o número subiu para quase 8.500 e, no seguinte, bateu a porta dos 10.000. Em 2007, veio à baila a configuração flex do motor 1.8 e as vendas ficaram novamente acima de 9.000 unidades. O problema é que, a partir de então, o fôlego da Toyota acabou.
A fabricante já desenvolvia a décima geração do Corolla para o mercado brasileiro e não quis investir numa dupla de modelos. Um motivo especial para isso é que o Corolla havia perdido terreno para o revolucionário Honda New Civic. Era preciso reagir.
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A marca queria concentrar todas as forças e a capacidade da fábrica de Indaiatuba para fazer o sedan retomar a liderança. Conseguiu, mas o custo disso foi uma queda vertiginosa da produção da Fielder já em 2008, para menos de 3.000 unidades, e a consequente descontinuação do modelo em meados daquele ano com a chegada do Corolla 10.
Na realidade, a derivação station wagon do Corolla seguiu em linha em pouquíssimos mercados na décima geração, como Japão e Nova Zelândia. No resto do globo, como na América do Norte e na Europa, também foi tirada de linha.
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Com o Corolla Cross isso dificilmente irá acontecer. Por quê? Primeiro, por um fator muito simples: é um SUV, não uma perua, portanto terá um protagonismo de mercado que a Fielder jamais conseguiria. Além disso, foi um projeto pensado para contemplar mercados emergentes, como Brasil e Tailândia. Tem, portanto, um custo produtivo relativamente baixo.
E como sua produção ocorrerá em Sorocaba (SP), não depende de nenhum ajuste no volume do irmão para entrar em linha. (Na verdade, o sacrificado da vez será o veterano Etios). Em comum, apenas o fato de também ter um porta-malas menor que o do sedan (440 litros ante
Por fim, seguindo a atual tendência de nosso mercado, é o Corolla sedan quem fica mais ameaçado de um possível ostracismo. Já o Corolla Cross vem para surfar a onda crescente dos utilitários esportivos e viver bons anos por aqui, tornando-se quiçá o modelo mais vendido pela marca no Brasil.
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