O batismo com o mesmo nome não é uma mera estratégia de marketing da Toyota. Corolla e Corolla Cross são, praticamente, o mesmo carro, diferentes somente pelo visual, carroceria e alguns pequenos detalhes internos. A alma da marca e a dinâmica de dirigir não mudam entre os dois.
E é nessa semelhança univitelina que a marca confia que o
sedã médio manterá sua trajetória de sucesso no mercado e ainda ajudará o irmão
SUV médio-compacto a trilhar o mesmo caminho.
Com isso, o tão temido canibalismo caseiro que muitas
montadoras enfrentam quando lançam produtos numa faixa de preços muito próxima,
como é o caso aqui, não parece assustar a Toyota.
Toyota Corolla Cross vira a estrela da marca no Brasil
O perfil de consumidor é distinto entre os dois modelos,
garante Priscila Polli, gerente de Novos e Seminovos da Toyota Sulpar Haeur, em
Curitiba. De acordo com ela, o do sedã é mais voltado ao público masculino, em
geral empresários, executivos e profissionais liberais.
O mix de vendas envolve 80% de homens e com uma idade acima de 45 anos, divulga a Toyota. E que usam o veículo de forma individual e para o dia a dia.
“É uma motorista que preza pela confiança e segurança e nessa última geração temos percebido a migração de clientes de outras marcas e segmentos para o Corolla”, salienta Priscila.
Já no Cross a presença feminina na compra deve subir para a casa dos 50%, enquanto a média de idade baixará para os 30 anos, diz a fabricante. O perfil, no caso do SUV, será mais familiar, com uma aplicação também voltada a pequenas viagens frequentes.
Corpos distintos, mesmo esqueleto e coração
Quem olha de fora dirá que são veículos completamente diferentes. Mas, na verdade, o que muda é apenas a casca. Ambos são feitos no Brasil – o sedã em Indaiatuba (SP) e o SUV em Sorocaba (SP) – e compartilham a mesma plataforma TNGA-C (Nova Arquitetura Global Compacta Toyota, na tradução do inglês).
A motorização também segue idêntica. Nas versões mais acessíveis, o motor 2.0 flex, de 177/ 169 cv a 6.600 rpm e 21,4 kgfm de torque a 4.400 rpm (etanol/ gasolina). E nas mais completas o exclusivo 1.8 híbrido flex, que combina três motores: um a combustão e dois elétricos, rendendo juntos 123 cv e 16,6 kgfm.
A transmissão é a automática do tipo CVT para os dois, sendo que no motor 2.0 Flex há uma simulação de 10 marchas.
Na lista de equipamentos, a semelhança repete. Destaque para
os sete airbags; ar digital de duas zonas; luzes full led; quadro de
instrumentos digital na versão Hybrid; central multimídia de 8”; assistente de
ponto cego nos retrovisores; alerta de tráfego traseiro cruzado durante a ré; teto
solar elétrico; entre outros.
O destaque é que Corolla e Corolla Cross vêm com o pacote Toyota Safety System, que melhora sensivelmente a já reconhecida segurança veicular da marca. O sistema entrega uma condução semiautônoma aos carros.
Essa tecnologia está presente no controle de cruzeiro adaptativo; na frenagem automática anticolisão, com identificação de pedestres, ciclistas e motociclistas; e no assistente de permanência em faixa, além do farol alto automático, que reduz a intensidade ao cruzar outro veículo.
Segredo do sucesso do Corolla é a fidelidade
O Corolla é o carro mais vendido no mundo e o sucesso se
deve, principalmente, à fidelidade de seus clientes. Quem escolhe o sedã para
colocar na garagem, dificilmente mudará de modelo ao longo sua carreira
automotiva. Basta consultar uma pessoa que tem o modelo para validar essa
informação.
E é por isso que a Toyota está tão confiante de que a
chegada do Cross não afetará as vendas do seu três volumes.
“Temos clientes que já tiveram mais de dez Corollas, sempre renovando o ano e modelo”, ressalta Priscila Polli. Ela revela que teve um pequeno porcentual de clientes do sedã interessados no Cross, mas, na maioria dos casos, dispostos a trocar o segundo carro da família pelo Cross e não o Corolla. “São segmentos e propostas diferentes”, pontua.
Toyota Corolla, líder absoluto de vendas
O lançamento da 12ª geração
no fim de 2019 solidificou a preferência pelo modelo no segmento de sedãs
médios. Há anos, o Corolla nada de braçada sem ser incomodado. Nos dois
primeiros meses de 2021, emplacou mais de 5 mil unidades, superior à soma das vendas
dos outros principais concorrentes (Honda Civic, VW Jetta e Chevrolet Cruze).
“A melhora na
potência da nova geração, aliada à redução no consumo de combustível, reforçou
alguns atributos já valorizados pelo cliente do sedã, como dirigibilidade,
conforto e espaço interno”, afirma Tânia Macedo, gerente de Novos e Seminovos
da Toyota Sulpar Alto da XV, em Curitiba.
Segundo ela, outro
fator de fidelidade pelo carro é a baixa manutenção, a boa liquidez e a ótima
valorização na revenda. A opção da versão híbrida flex, única entre os sedãs no
Brasil, também resultou numa atração maior de consumidores.
Tânia diz que a reformulação completada trazida pela recente geração em termos estruturais, de motor, câmbio e de design deixaram os clientes bem satisfeitos, além do visual moderno e atualizado.
“A procura pelo modelo continua grande, mostrando que ainda é capaz de conquistar novos consumidores, além de atender os já fiéis”, finaliza a gerente.
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