Desde o fim de 2019 uma dúvida passou a pairar na cabeça do consumidor que procura sedã médio e enxerga na nova geração do Toyota Corolla a melhor opção do mercado: comprar o flex ou o híbrido flex?
A tecnologia que combina motor
convencional (a combustão) ao elétrico já é uma realidade no Brasil e vem
despertando o interesse e a curiosidade do motorista. Mas, qual das duas
versões se encaixa melhor às suas necessidades. É o que vamos responder nas
próximas linhas.
Para nos ajudar nessa tarefa, ouvimos profissionais da concessionária Sulpar, em Curitiba, a loja mais antiga da Toyota ainda em atividade no país e uma das mais premiadas em atendimento e prestação de serviço.
De acordo com Priscilla Polli Cardoso, gerente Comercial do Grupo Sulpar, a procura nas lojas da rede fica em torno de 70% pela flex e de 30% pela híbrida.
“É muito importante o conhecimento da equipe de vendas e em oferecer o test drive. Assim cliente vai entender as vantagens de cada um, conhecer a tecnologia híbrida, fazer a comparação e decidir pelo que ele acha ser a melhor opção”, enfatiza.
Curitibana Sulpar é a loja mais antiga e premiada da Toyota hoje no Brasil
Toyota Corolla é o primeiro híbrido flex do mundo
Antes de falarmos de cada opção, vale destacar que o Corolla é o líder da categoria há cinco anos no Brasil e abocanha quase metade dos emplacamentos de sedãs médios.
E também o único carro fabricado em solo
nacional a oferecer as duas motorizações.
O Corolla é pioneiro no mundo a vir equipado com propulsão híbrida flex – aceita gasolina, etanol, ambos os combustíveis ao mesmo tempo e ainda roda somente no modo elétrico.
Vale ressaltar que o modelo não adota a
tecnologia plug-in, ou seja, não há a necessidade de usar uma tomada de energia
para recarregar.
“A versão tem função regenerativa para a recarga da bateria, que ocorre
durante a frenagem e na desaceleração. O próprio motor também contribui na
alimentação. Não a necessidade da tomada”, salienta Polli.
Quanto mais progressiva for a aceleração e o número de paradas em semáforos e engarrafamento, mais econômico o carro é.
Diferenças na motorização do Corolla
Vamos começar, obviamente, pela principal
diferença entre as versões: a motorização. De um lado temos o 2.0 flex, de
quatro cilindros e aspirado. Ele entrega até 177 cv e 21,4 kgfm de torque.
Do outro, a tecnologia híbrida: um motor
1.8, também flex, quatro cilindros e aspirado. Gera até 101 cv e 14,5 kgfm de
torque. Ele é combinado com dois elétricos de 72 cv. O trio despeja um total de
122 cv e 16,6 kgfm de torque.
A partir dos números acima fica claro a proposta de cada um. O puramente flex preza pelo desempenho, enquanto o híbrido valoriza o consumo.
As vantagens de comprar um seminovo em concessionária
Novo motor 2.0 Flex, mais forte e eficiente
O motor 2.0 é novo, e não uma evolução do antigo. Batizado de Dynamic Force, é moderno, tem injeção de combustível direta (na câmara de combustão) e indireta (no coletor de admissão) – no anterior era só indireta -, além de uma série de inovações técnicas voltada à eficiência.
“O 2.0 da geração atual é mais potente.
Entrega excelente retomada e resposta rápida e é bastante econômico em sua
categoria”, ressalta Priscilla.
Como comparação, o 2.0 antecessor rende
154 cv e 20,7 kgfm e cumpre o zero a 100 km/h em 10,2 segundos, contra 9,73 s
do novo.
Ou seja, o Corolla 2.0 Flex é indicado para quem busca maior desempenho, especialmente em ultrapassagens e retomadas na estrada.
Há até as borboletas atrás do volante
para trocas manuais das 10 marchas do também novíssimo câmbio CVT – 9 são
simuladas e a primeira é real, feita por engrenagem. O CVT anterior é com 7
posições simuladas.
“O câmbio de 10 marchas trouxe maior
equalização das condições ideais de uso entre rotações (rpm) x velocidade e,
consequentemente, maior autonomia de combustível”, destaca Luiz Carlos Júnior,
gerente de Pós-Venda da Sulpar.
O Inmetro aferiu consumo de até 11,9 km/l na cidade e de 13,9 km/l na estrada.
Híbrido passa dos 20 km/l na cidade
Híbrido mais acessível no Brasil, a
versão é voltada para o condutor que gosta de rodar sem pressa e privilegia um
ambiente mais silencioso na cidade.
De acordo com a Toyota, no ciclo urbano o carro roda mais de 50% do tempo em modo elétrico, registrando valores até superiores a 20 km/l (o oficial de fábrica é 16,3 km/l). A média é muito acima à de qualquer rival direto.
O que chama a atenção é a ausência de
barulho. Ao apertar o botão de partida da versão Altis Hybrid – a única
disponível com essa tecnologia híbrida -, só percebemos que o motor está ligado
quando a palavra “ready (pronto)” surge em letras verdes no quadro de
instrumentos.
Pouco se ouve dos sons vindos do lado externo. A sensação é de que realmente o veículo está desligado.
Mesmo quando todo o conjunto entra em operação, o ótimo isolamento acústico filtra bem os sons de fora, garantindo o bem-estar na cabine.
O sistema de ar-condicionado automático
melhora ainda mais essa experiência e impressiona pela rapidez (em segundos)
para gelar o interior do veículo.
“A versão tem função regenerativa para a recarga da bateria, que ocorre durante a frenagem e na desaceleração. O próprio motor também contribui na alimentação. O Corolla híbrido não recarrega na tomada.”
Priscilla Polli, gerente Comercial do Grupo Sulpar.
Campeão de vendas, novo Toyota Corolla é o carro mais premiado do Brasil
Superando o próprio desempenho
O dono de um híbrido com o tempo muda a
sua percepção de conduzir um carro. Com as várias informações de consumo e do
sistema elétrico atuando, exibidos no painel e na tela da central multimídia, o
condutor vai querer sempre registrar bons números de desempenho.
Logo abandonará o pé mais pesado, rodando
sempre numa faixa econômica. Inclusive na estrada, onde o motor a combustão
trabalha a maior parte do tempo.
A potência menor, de 101 cv no propulsor
convencional, também deixa o sedã médio com um comportamento mais manso. Pelo
Inmetro, o consumo em rodovia é de 12,7 km/l – obtivemos números melhores, na
casa os 14 km/l, similar ao do flex.
Vale frisar que no híbrido não há simulação
das marchas na transmissão CVT.
“O cliente do flex é arrojado, que busca um veículo potente com resposta rápida. Já o cliente do híbrido prefere tecnologia, status, novidades, preocupa-se mais com o meio ambiente e está focado na economia de combustível.”
Priscilla Polli.
Conjunto de suspensão vai agradar os dois estilos
O conforto é uma das marcas registradas
da 12ª geração do Corolla. A plataforma modular dentro do conceito TNGA –
presente no Camry, Prius e RAV4 – trouxe o esquema da suspensão independente
por braços duplos na traseira – no lugar do eixo de torção.
Ela filtra bem as irregularidades do asfalto, mesmo com um chassi mais rígido, que lhe confere maior estabilidade em velocidades altas e em curvas.
Em resumo, quem procura conforto vai se
satisfazer com as duas opções de propulsão. A diferença é que no híbrido,
devido à presença da bateria sob o assento, o centro de gravidade baixa,
deixando o modelo mais grudado ao chão, melhorando ainda mais o comportamento
dinâmico.
Visual e espaço para todas os perfis
Outros pontos em comum na hora avaliar as
duas versões são visual e espaço.
As linhas da nova geração estão mais ousadas que as anteriores e faz sucesso por onde passa. Antes consumido por clientes mais velhos, o Corolla passou a ser também uma preferência entre os jovens.
No híbrido, o logotipo frontal e traseiro
traz detalhe em azul que identifica esse tipo de propulsão. Ele também pode vir
com o conjunto de iluminação full led (faróis, lanternas e luz de neblina) – na
versão convencional, esse recurso está disponível na Altis.
As dimensões são as mesmas, com 2,70 metros de entre-eixos, o que garante espaço de sobra para as pernas, especialmente as de quem vai no banco traseiro.
O porta-malas tem iguais 470 litros de
capacidade. O que difere é capacidade do tanque de combustível: 43 litros para
o híbrido diante dos 50 l no convencional.
Toyota Corolla híbrido tem painel digital
A nova geração do Corolla vem de série com 7
airbags e multimídia com tela de 8″, câmera de ré e conexão Apple CarPlay
e Android Auto. Mas é a versão Altis que se destaca pelo nível de tecnologia.
E neste quesito o híbrido está um degrau acima por vir com o painel de instrumentos todo digital, enquanto no 2.0 mescla mostradores analógicos e digital (que exibe também o velocímetro e outras funções do carro).
No restante, a linha Altis entrega o interessante pacote de segurança Toyota Safety Sense (piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa, farol alto automático e frenagem automática de emergência).
Revisão programada iguala valor de revisão
Na hora da manutenção há quem acredite que o
híbrido demanda um custo bem maior
devido à tecnologia empregada.
Pois a diferença para o 2.0 é de apenas R$
158,73 nas seis primeiras revisões de fábrica, o que dá uma média de R$ 26,45
por revisão, informa Luís Carlos Júnior, do Pós-Venda da Sulpar.
Um
dos motivos é a ausência de filtros e óleos no motor elétrico, itens comuns de
serem trocados no serviço anual da concessionária.
“O sistema elétrico no híbrido se diferencia em escala de revisão, uma vez que o desgaste é bem menor em relação ao motor a combustão. Por isso, os valores praticamente se igualam”, observa o gerente.
No entanto, Luis Carlos salienta que a manutenção do híbrido é simples desde que seja feita com equipamentos adequados e com técnicos treinados. No caso, a Sulpar é reconhecida pela Toyota mundial com a certificação A nos serviços de pós-venda, frisa o gerente.
REVISÕES ATÉ 60 MIL KM (out/20)
Revisão | Corolla Flex | Corolla Hybrid |
1ª | R$ 350,83 | R$ 347,56 |
2ª | R$ 660 | R$ 699 |
3ª | R$ 522 | R$ 621 |
4ª | R$ 990 | R$ 960 |
5ª | R$ 522 | R$ 600 |
6ª | R$ 930 | R$ 906 |
Total | R$ 3.974,83 | R$ 4.133,56 |
Ótima opção nas duas motorizações
Em resumo, o Corolla vai agradar em cheio
seja qual for o perfil do comprador. Seja pela economia de combustível no
híbrido, ou pelo bom desempenho do motor flex a combustão.
O que pode pesar na escolha é o preço: as versões flex custam entre R$ R$ 110.190 e R$ 140.690. Este último valor é a mesma etiqueta de partida da Hybrid, que conta ainda com o Altis Hybrid Premium por R$ 148.390.
E como cereja do bolo, a Toyota ampliou a garantia de fábrica de 3 para 5 anos a partir dos modelos 2020, além de oferecer 8 anos de garantia para a bateria no híbrido.
Principais itens de série de cada versão
Corolla
GLi 2.0
- Direção elétrica, rodas de liga aro 16″, ar-condicionado analógico, computador de bordo com tela de 4,2″, 7 airbags (frontais, laterais, cortina e joelho do motorista), controle de estabilidade, Isofix, multimídia de 8″ com Apple CarPlay e Android Auto, câmera de ré.
Corolla
XEi 2.0
- Adiciona rodas de liga aro 17″, ar-condicionado digital automático, piloto automático, modo Sport de condução, chave presencial, botão de partida, retrovisor eletrocrômico, faróis de neblina em led e borboletas no volante para trocas de marcha manuais.
Corolla
Altis 2.0
- Agrega faróis e lanternas em led, ar digital de duas zonas, banco do motorista com ajuste elétrico, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, teto solar elétrico, sensor de chuva e Toyota Safety Sense (piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa, farol alto automático e frenagem automática de emergência).
Corolla Altis 1.8 Hybrid 2020
- Os mesmos equipamentos do XEi + faróis em led e Toyota Safety Sense, além de trocar o motor 2.0 pelo sistema híbrido.
Corolla
Altis Premium 1.8 Hybrid
- Soma lanternas em led, ar digital de duas zonas, banco do motorista com ajuste elétrico, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, teto solar elétrico e sensor de chuva.