Toyota afirma que o carro elétrico não é a única saída para a descarbonização da indústria automotiva e anuncia novos motores de propulsão híbrida flex.
A montadora japonesa Toyota fez história na indústria automotiva por ser a pioneira na produção do primeiro veículo híbrido, o Prius, e também por fabricar no Brasil os primeiros veículos com propulsão híbrida flex do mundo, o Corolla e Corolla Cross. Ao propor discussão sobre a transição energética, a montadora japonesa apresentou na fábrica em Sorocaba (SP), quatro tecnologias de propulsão em sua linha veicular, híbrido flex, plug-in, totalmente elétrico e célula de combustível, com o objetivo de promover a descarbonização de maneira mais eficiente, de acordo com cada contexto e as demandas dos clientes.
Toyota deixa claro que o carro elétrico não é a única solução
Apesar de apresentar estas tecnologias para a descarbonização, a Toyota afirma que deixou claro que o carro elétrico não é a única solução para a descarbonização e reforçou aposta na propulsão híbrida flex, principalmente no Brasil e em outros países.
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Entretanto, afirma que é possível que o carro elétrico, híbridos e outras tecnologias de propulsão possam conviver juntas. Segundo Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil, no país, o carbono neutro é etanol. ”Não precisa deixar de lado a tecnologia nem mesmo acabar com os motores a combustão”, afirma o diretor, destacando que o etanol é uma ótima opção para contribuir com a descarbonização no mundo.
Há uma faixa de latitude onde é possível produzir etanol em larga escala que abrange, principalmente, Brasil, África e Índia. Nessas regiões é possível que não seja inteligente deixar de lado o motor a combustão com propulsão híbrida Flex.
Montadora afirma que o Governo deve implementar novos incentivos
Para promover a descarbonização, não apenas com o carro elétrico, a Toyota está realizando encontros com vários setores como imprensa, clientes, fornecedores e governo, para discutir as opções tecnológicas de descarbonização com o intuito de encontrar oportunidades e o potencial que elas teriam no país.
Segundo Chang seu intuito é sensibilizar e fomentar um planejamento claro de transição aos setores público e privado a optarem por rotas de tecnologia de descarbonização que o Brasil precisa adotar.
A indústria terá de impulsionar investimentos na cadeia local de produção, pois são tecnologias que demandam investimentos pesados em infraestrutura e em outros setores. Isso não acontece de uma hora pra outra.
Para a Toyota do Brasil, o governo federal deve disciplinar o processo, instalando políticas de incentivo adequadas. O programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve), por exemplo, não está alinhado com as políticas de descarbonização do setor automotivo.
Toyota realiza testes com propulsão híbrida flex, hidrogênio e outros
Para mostrar seu grande conhecimento destas tecnologias, a Toyota apresentou quatro modelos na sua unidade em Sorocaba.
Nada melhor do que começar com o Mirai, carro elétrico luxuoso sedã alimentado por células de combustível, uma espécie de gerador eletroquímico que extrai energia elétrica do hidrogênio, emitindo apenas vapor d’água no processo. Foi testado o Mirai, que é totalmente tracionado por um potente motor elétrico. Encher o tanque do veículo com hidrogênio é comparado com o abastecimento de um carro a combustão.
A autonomia é parecida ou até melhor, chegando a 600 quilômetros. Nos EUA, com os fomentos do estado da Califórnia, o preço da versão de entrada é de US$ 55 mil, o equivalente a modelos mais luxuosos no mercado. Além disso, a empresa também dirigiu o SUV compacto Lexus UX 300e, um BEV de luxo, com desempenho esportivo, autonomia de até 300 km e equipado com baterias de lítio de 54 kWh.