Mercado
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17/11/2020
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22h30
Presidente Rafael Chang estima vendas de 180 mil unidades no ano que vem, contra 130 mil este ano
PEDRO KUTNEY, AB
A Toyota trabalha com expectativa de crescimento porcentual vigoroso no Brasil em 2021: a fabricante projeta que deverá vender 180 mil veículos no ano, volume 38% maior do que os 130 mil estimados para 2020 e acima da expansão média do mercado de 25% a 30%, esperando-se a venda de 2,5 milhões de unidades no ano que vem. Ainda assim, se atingido o resultado ficará 19% abaixo do recorde de 2019, quando a Toyota vendeu 215 mil carros e picapes no País.
“Nossa projeção leva em conta o ritmo atual do mercado, que apresenta recuperação melhor do que era esperado. Mas isso só será possível se não houve uma nova onda de contaminações pela Covid-19, o que nos levaria a reduzir a produção novamente”, avalia Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil. |
Apesar de não ter cancelado ou adiado o principal investimento em curso no País – de R$ 1 bilhão na fábrica de Sorocaba (SP) para produzir um novo veículo em 2021, que deverá ser o primeiro SUV nacional da marca –, a Toyota termina 2020 com algumas sequelas da pandemia. A primeira foi a redução de 10% no quadro de 6 mil funcionários, com o desligamento de 600 trabalhadores por meio de programa de demissão voluntária (PDV), 300 das áreas administrativas e outros 300 na fábrica de Indaiatuba (SP), onde é produzido o Corolla.
Outra consequência negativa do momento adverso foi a paralisação da produção no País por quase três meses, o que levou à perda de um ponto porcentual de participação de mercado, recuando de 8% para 7,1% no decorrer de um ano, com 107 mil veículos vendidos de janeiro a outubro, o que corresponde a queda de 39% na comparação com o mesmo período de 2019.
Segundo Chang, os esforços agora estão concentrados em redução de custos, desenvolvimento de mais fornecedores locais e abertura de novos mercados de exportação, como forma de compensar a desvalorização cambial de mais de 40% este ano que tornou muito caro importar componentes.
A expectativa é que em 2021 as duas fábricas de veículos no País alcancem níveis de produção mais próximos da capacidade máxima instalada, chegando perto do topo de 120 mil unidades em Sorocaba e 50 mil em Indaiatuba, que ficara ainda abaixo do potencial de 70 mil/ano. Entre as esperanças para o ano que vem, está a continuação do bom desempenho do agronegócio e uma mudança de comportamento do consumidor, que por causa da pandemia tende a evitar o transporte público e pensa em adquirir um carro para se locomover.
“Estamos otimistas, aprendemos muito com a pandemia, a reagir rápido e aproveitar as oportunidades que o mercado trará”, diz Chang.
A empresa espera ampliar o número de versões híbridas dos modelos produzidos no País. “Está aumentando o interesse do consumidor brasileiro por modelos eletrificados. Quando lançamos o Corolla há um ano a expectativa era que 15% das vendas fossem do híbrido e hoje estão em 25%”, conta Chang. Contudo, ele avalia que ainda vai demorar mais para a Toyota lançar aqui os híbridos plug-in, que podem ser recarregados na rede elétrica, que outras marcas já estão trazendo ao País. “Temos a tecnologia, mas por enquanto não há planos para o Brasil porque ainda falta infraestrutura de recarga”, justifica.
Tags: Toyota, mercado, projeção, Rafael Chang, Sorocaba, Indaiatuba, São Bernardo do Campo, fábricas, demissões, trabalho, PDV, Covid-19, pandemia, coronavírus.
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